Desta vez é de Espanha que vem o aviso “espanhóis vão fazer greves por portugueses”. Sei que alguns vão torcer o nariz, argumentando que tudo não passa de um aviso para a falta de trabalho para os próprios espanhóis, mas eu penso que é algo mais do que isso.
Nos últimos tempos temos assistido um pouco por toda a Europa à desregulamentação das leis laborais, acompanhada pela grande abertura à emigração, defendida por alguns sectores que tradicionalmente não o costumam fazer. Claro que me refiro a algum patronato que tem aproveitado a deslocação massiça de emigrantes, aos quais simultaneamente é dificultada a legalização, o que os transforma num grande contingente de mão-de-obra barata, sempre disponível ainda que com salários e condições de trabalho inferiores às que estão instituidas.
Em Espanha temos muitos compatriotas nossos, que recebem salários inferiores aos estipulados e trabalham mais horas do que as normais. Claro que são empurrados para estas situações devido ao desemprego em Portugal, e aos ainda mais baixos salários praticados deste lado da fronteira. Mas há que ter em conta que os salários em Portugal também estão a ser pressionados para baixo, devido ao elevado número de emigrantes à procura de legalização que se vão sujeitando aos baixos salários.
Este carrossel de emigração em busca de melhor situação, tem feito baixar o custo da mão-de-obra, mas não se tem reflectido de igual modo no custo de vida que obedece a uma outra lógica que comanda os mercados. Temos assim que o custo do trabalho tende a nivelar-se por baixo, enquanto o custo de vida segue em sentido contrário, especialmente em países como o nosso, com uma economia fraca e altamente dependente das importações, mesmo de bens alimentares.
Prefiro encarar esta atitude dos sindicatos galegos como uma reivindicação pelo respeito escrupuloso das leis laborais, e da defesa dos direitos de quem trabalha, em vez criticar sem fundamento a sua atitude.
Nos últimos tempos temos assistido um pouco por toda a Europa à desregulamentação das leis laborais, acompanhada pela grande abertura à emigração, defendida por alguns sectores que tradicionalmente não o costumam fazer. Claro que me refiro a algum patronato que tem aproveitado a deslocação massiça de emigrantes, aos quais simultaneamente é dificultada a legalização, o que os transforma num grande contingente de mão-de-obra barata, sempre disponível ainda que com salários e condições de trabalho inferiores às que estão instituidas.
Em Espanha temos muitos compatriotas nossos, que recebem salários inferiores aos estipulados e trabalham mais horas do que as normais. Claro que são empurrados para estas situações devido ao desemprego em Portugal, e aos ainda mais baixos salários praticados deste lado da fronteira. Mas há que ter em conta que os salários em Portugal também estão a ser pressionados para baixo, devido ao elevado número de emigrantes à procura de legalização que se vão sujeitando aos baixos salários.
Este carrossel de emigração em busca de melhor situação, tem feito baixar o custo da mão-de-obra, mas não se tem reflectido de igual modo no custo de vida que obedece a uma outra lógica que comanda os mercados. Temos assim que o custo do trabalho tende a nivelar-se por baixo, enquanto o custo de vida segue em sentido contrário, especialmente em países como o nosso, com uma economia fraca e altamente dependente das importações, mesmo de bens alimentares.
Prefiro encarar esta atitude dos sindicatos galegos como uma reivindicação pelo respeito escrupuloso das leis laborais, e da defesa dos direitos de quem trabalha, em vez criticar sem fundamento a sua atitude.
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BELEZA EM IMAGENS
10 comentários:
A dignidade parece ser uma palavra cada vez mais em desuso. No que respeita às questões laborais, então, ainda se acentua mais o desuso da mesma. O desrespeito pelos trabalhadores e pelos seus direitos atinge em determinados sectores e empresas niveis extremamante preocupantes, não só na questão salarial, como em outros aspectos, como a segurança e higiéne e o próprio relacionamente interpessoal entre patrões e empregados.
Creio que nos dias que correm, todas as formas de luta relativamente a melhores condições de trabalho e melhores ordenados são importantes. Mais importantes ainda do que as anteriores verificadas num passado recente.
Saudações do Marreta.
A exploração tem de ser combatida e os direitos de quem trabalha têm de ser respeitados. Se houver cedências para alguns em breve todos sofrerão com isso, é preciso que o povo abra a pestana e não tenha o espírito de capelinha que nos tem caracterizado.
Bjos
Rita
Dignidade é palavra fora do baralho deste governo...em todas, todas as areas.
Os verdadeirpos "Mabandidos" estão cá...
IRRA estou cheia deste gentinha.
Boa semana Zé que aqui a Pascua continua, o feriado mudou-se para hoje na sexta esteve tudo aberto e hoje ainda anda o compasso pelas ruas da cidade...
Beijão grande
Zé Povinho, Zé Povinho
venho aqui p´ra me juntar
à tua voz e à daqueles
que se vão manifestar.
É o grande capital
é o patrão com despudor,
é um viver desigual
que a muitos causa dor.
É um egoismo em valor
é a indiferença social,
é este amar sem amor
sempre atrás do vil metal.
Zé Povinho, Zé Povinho
é na Holanda e é em Espanha,
é no nosso Portugal,
é sempre o rico quem ganha.
Zé, mais uma vez vou-te contar uma história que entenderás talvez melhor que muitas pessoas que aqui vêm. Em LM, em 64 trabalhei numa empresa industrial,PORTUGUESA,com centenas de trabalhadores, onde havia música ambiente na fábrica - lembras-te daqueles gravadores de fita? - mudada todas as semanas. Havia consultório médico e médico duas vezes por semana para os trabalhadores. Onde o administrador conhecia os trabalhadores pelos nomes próprios. Não ouvi dizer... eu estava lá!
Conheces alguma empresa portuguesa que funcione assim?
Um abraço
Olá Zé,
O tema bem abordado pelo meu amigo, como sempre, detém uma actualidade premente e carece mesmo de profunda reflexão.
Na verdade, um pouco por toda a Europa vão sendo criados instrumentos legislativos e não só para flexibilização do trabalho, a pretexto do fortalecimento e do crescimento empresarial e económico.
É um fenómeno que Portugal "copia" sem sentido crítico e sem capacidade de adaptação à realidade Portuguesa que se compõe de trabalhadores cada vez mais fragilizados e indefesos sem que a isso corresponda, por sua vez, uma melhoria do sector empresarial empregador...
Algo vai muito mal e parece que se deixaram perder do fundo da "agulha" as "linhas" para dar a isto algum conserto...
Por isso ... os buracos estão à vista ...
Um beijinho muito amigo
Maria
Zé Povinho
A dignidade morreu. Os trabalhadores são servos dos senhores patrões que procuram lucro e mais lucro indiferentes à dor que espalham.
É bom que comece a fazer-se sentir essa consciência una e solidária que, parece, terá batido à porta dos espanhóis. A imigração não resolve problemas apenas serve para fazer baixar o valor dos salários e precarizar as condições de trabalho.
Bonitos cartoons como sempre.
Um grande abraço
Passei aqui para te dizer que o templo está de regresso. Passada que está esta época festiva. Estamos de volta.
Quando quiseres passa por lá. Da minha parte ja fiz o meu "dever".
Um abraço.
Caro Zé Povinho,
Confesso que gostei imenso da tua profundidade de análise. Na realidade, a questão da imigração torna-se central numa Europa sem mão-de-obra desqualificada. É cruel ter de reconhecê-lo, mas os europeus não estão dispostos a fazer os trabalhos braçais que os imigrantes fazem, por um prato de lentilhas. E, neste jogo cruel, quem beneficia é o sistema económico, coadjuvado pelos governos.
Um abraço anarquista
Os trabalhadores, infelizmente estão à mercê do grande capital... Lutemos pois!
Um Abraço e Boa Semana
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