Como hoje mesmo se vai debater sobre tipos de gestão e salvaguarda do nosso Património, e um dos exemplos que vai ser considerado é o de Atapuerca, aqui na nossa vizinha Espanha, julgo vir a propósito deixar aqui um cheirinho do que se passa do lado de lá da fronteira, e uma parte do que está a ser feito.
Começo por dizer que Atapuerca é um pequeno município da província de Burgos, da comunidade autónoma de Castela e Leão, com pouco mais de 200 habitantes. Apesar de já existirem descobertas arqueológicas anteriores, é a partir da segunda metade da década de 70 (1976) que esta estação arqueológica começa a suscitar grandes atenções pelas descobertas de fósseis que nos fazem recuar no tempo, no que toca ao estudo dos humanos na Europa.
O lugar foi classificado pela Unesco e à medida que avançam as escavações e se estudam os fósseis descobertos, começou a tornar-se claro que os primeiros seres humanos alcançaram a Europa, pelo menos há um milhão de anos, e que naquele local se podia estudar o modo de vida desses remotos ancestrais graças aos inúmeros vestígios que foram sendo encontrados.
Não gosto de estabelecer paralelos, porque neste campo eles não têm nunca as mesmas características, mas posso afirmar que o apoio à actividade científica e à divulgação destes achados é substancialmente diferente à que foi e está a ser feita no Vale do Côa, ou em qualquer outro sítio arqueológico no nosso país. Mais, diria que a atenção das autoridades, por cá, não demonstram sequer cuidados mínimos na salvaguarda deste tipo de espólio, que até é bem vasto.
Nota: Deixo-vos alguns links de interesse sobre Atapuerca que demonstram bem o que acabei de afirmar.
Começo por dizer que Atapuerca é um pequeno município da província de Burgos, da comunidade autónoma de Castela e Leão, com pouco mais de 200 habitantes. Apesar de já existirem descobertas arqueológicas anteriores, é a partir da segunda metade da década de 70 (1976) que esta estação arqueológica começa a suscitar grandes atenções pelas descobertas de fósseis que nos fazem recuar no tempo, no que toca ao estudo dos humanos na Europa.
O lugar foi classificado pela Unesco e à medida que avançam as escavações e se estudam os fósseis descobertos, começou a tornar-se claro que os primeiros seres humanos alcançaram a Europa, pelo menos há um milhão de anos, e que naquele local se podia estudar o modo de vida desses remotos ancestrais graças aos inúmeros vestígios que foram sendo encontrados.
Não gosto de estabelecer paralelos, porque neste campo eles não têm nunca as mesmas características, mas posso afirmar que o apoio à actividade científica e à divulgação destes achados é substancialmente diferente à que foi e está a ser feita no Vale do Côa, ou em qualquer outro sítio arqueológico no nosso país. Mais, diria que a atenção das autoridades, por cá, não demonstram sequer cuidados mínimos na salvaguarda deste tipo de espólio, que até é bem vasto.
Nota: Deixo-vos alguns links de interesse sobre Atapuerca que demonstram bem o que acabei de afirmar.
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13 comentários:
Parabéns pela notícia, vejo que vc fala de Portugal, e eu aquyi do Brasil. A respeito de arqueologia aqui, ainda é bem fraco, mas as universidades tentão como podem para n deixar que este assunto desapareça com mias facilidade. Na faculdade onde estagio mesmo, vai abrir um musei com os objetos arqueológicos da região, com fundos de orgãos de fomento. É bem legal quando trabalhada desta forma.
Parabéns novamente pelo blog e boa sorte à Atapuerca.
A tua cruzada em defesa da Cultura contrasta com a indiferença de um ministério sem projecção e sem dinheiro, que se limita a existir para disfarçar a falta de Cultura de vários governos.
Não sei se vais ao debate, mas tenho a certeza que dele terás informações em breve.
Bjos
Sílvia
E está tudo dito. 2 formas diferentes de encarar o património histórico e cultural, no fundo a grande herança e mais valia de um povo.
Aqui há uns anos visitei as ruínas romanas de Amaia, ali perto de Castelo de Vide, e fiquei um pouco (para não dizer muito) decepcionado com a evolução, a preservação e os apoios para a continuação das escavações. Já Conimbriga parece-me um caso bem sucedido.
Saudações do Marreta.
Um excelente contributo e análise.
Nós por cá somos muito como o outro palerma que sempre que ouvia falar de cultura, sacava do revólver!
Grato pelo aviso, embora já tivesse dado por ela.
E até lá fui com o verdadeiro nome (Quintino) dar uma dica.
Já agora, que achou do "retrato"?
Junta-te a nós.
Divulga
http://vaocomernocupoliticosdemerda.blogspot.com/
A união faz a força do nosso povo.
Questões de mentalidades.
Num país mais moderno acentua-se tudo o que existe de bom, mostra-se com orgulho o que tem, noutros entretem-se em mostrar o pior.
Mais uma vez parabéns por este continuar de lutar pela cultura.
Eu concordo com este comentário aqui em cima... isso depende muito da mentalidade das pessoas e de como foi criada aquela cultura mesmo dos povos, não adianta pensar em "cultura" em alguns lugares onde o que é básico, não se tem controle e o devido respeito.
Mas mesmo contando com arqueologia, os descobertos não são um privilégio apenas para a região, mas sim para TODA à humanidade!!
Grata pela resposta em meu blog!!
Bjim Brazuca hehehe
Saudações amigas e bom fim de semana
Obrigada Amigo pela preocupação.
Ás vezes parece-me que já nada vale a pena!É este o meu actual estado de espírito.
Tenho efectivamente andado muito deprimida,confusa e sem vontade de falar, apenas leio em silêncio o que os meus amigos escrevem.
Voltarei ao meu espaço quando me sentir um pouco melhor.
Até lá,um forte abraço.
Bom fim de semana
Pois é!
E depois sempre foi incutido nos portugueses um certo "anti-espanholismo", por certo para se esconder do povo as virtudes que não temos.
Em Espanha, preserva-se e cuida-se do património à boa maneira de um país com orgulho na sua história e que a quer divulgar ao mundo.
O resto é inveja pura! E como lamento dizê-lo assim, a frio, mas por amor à verdade que sinto e vejo.
Atapuerca é apenas um pequeno pormenor do investimento de Espanha no sector do património cultural do país. Basta por lá viajar com olhos e coração abertos e sem preconceitos limitadores.
Um abraço.
Jorge G.
Amigo Zé Povinho,
Antes de mais permita-me agradecer a sua assiduidade no meu blog e desculpe não ter vindo retribuir as visitas, durante quase um mes. Mas razões muito fortes e de ordem particular limitaram-me no tempo e també nom animo...mas hoje já estou cá e de volta!
Sobre o tema da postagem estou inteiramente de acordo com aquilo que o amigo expressa, até porque vivi muito tempo em Espanha e sei muito bem quais são as politicas culturais do país vizinho. Por cá, o problema passa por não se entender o que é cultura nem a dimensão que ela tem. Basta ver como as universidades em Portugal, não são centros de cultura por excelencia e vivem muito mais viradas para dentro do que para fora os alunos só depois de recitarem uma serie de autores que não lhes dizem nada, são feitos licenciados sem nenhuma experiencia seja do que for. Investigadores e professores parecem ser mais amanuenses do que homens que produzem saber... e assim vão as coisas em todos os lados,museus, bibliotecas, centro de investigação. Musica. teatro etc.
Não há uma Cultura de Cultura.
Um abraço e bom fim de semana.
António Delgado
Nós continuamos a desperdiçar o que de bom ainda vamos tendo.
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