quinta-feira, janeiro 31, 2019
segunda-feira, janeiro 28, 2019
PATRIMÓNIO, FOTOGRAFIAS E REFLEXÕES
No passado as fotografias eram
proibidas nos museus, palácios e monumentos, e eram alegadas razões de
conservação e até de segurança para sustentar essa proibição.
O tempo foi passando, as máquinas
fotográficas foram evoluindo, diminuindo de tamanho e de preço, e os flash
também passaram a ser de luz fria, e tudo isso, bem como novas teorias sobre a
influência dos flash, e a proibição começou a ser abandonada.
O advento dos smartphones com
poderosas câmaras fotográficas e de filmar, deram a machadada final nas
proibições, embora ainda persistam algumas, poucas, em muito poucos locais,
quase apenas em templos.
Pessoalmente tenho duas visões
antagónicas sobre as fotografias dentro dos museus, palácios e monumentos, uma
sobre quem aprecia e fotografa e filma as peças e os espaços divulgando e
partilhando o seu trabalho, ou simplesmente guardando para si as fotografias
para as rever quando bem entender. Outra visão que me desagrada e que acho que
não tem sentido, e muitas vezes prejudica a fruição por parte doutros
visitantes, é a dos que só se fotografam a si próprios em poses mais ou menos
ridículas para as redes sociais.
Não tomei qualquer posição sobre
quem filma, mas tenho muitas reservas quanto às filmagens feitas por algumas
pessoas que não têm qualquer cuidado nem critério, e filmam os espaços peças e
tudo e todos que estejam à sua frente, sem qualquer respeito pelo direito à
imagem, das pessoas que por acaso estavam lá naquele momento.
A proibição de fotografar não faz
qualquer sentido, mas educar as pessoas para melhor fruírem o nosso rico
Património é algo que devia ser tido em conta.
Imagem daqui
sábado, janeiro 26, 2019
NO MELHOR PANO CAI A NÓDOA
A Parques de Sintra vai arrecadando prémios internacionais, como mais este de Melhor Empresa do Mundo em Conservação, que repete pelo sexto ano consecutivo, contudo existe o outro lado da moeda, que poucos conheciam até agora, e que fica mal na lapela duma empresa que pretende estar à frente na área do Património.
Os recordes de visitas e de receitas obtidas não se conseguem sem o contributo dos profissionais que lá trabalham, e contudo, isso não se reflecte nos salários praticados nem no tipo de vínculos laborais onde a precariedade predomina.
Uma política de baixos salários e de precariedade laboral não é o melhor contributo para a imagem duma empresa que pretende liderar no sector, e que tem condições económicas para o fazer. As limitações que a empresa diz ter são bastante fracas e há formas de as contornar, basta existir vontade para o fazer, premiando os colaboradores segundo o seu desempenho.
Existem condições para resolver este problema e com isso melhorar a qualidade do serviço prestado com pessoal motivado. Gerir bem não se resume a cortar custos laborais.
quarta-feira, janeiro 23, 2019
quinta-feira, janeiro 17, 2019
PATRIMÓNIO E DIVULGAÇÃO
A parceria entre o Ministério da
Cultura e a Google para a divulgação do nosso Património é de louvar terá sido
uma passo na direcção certa, que contudo teve o condão de mostrar algumas
fragilidades no sector da comunicação e investigação de muitos serviços.
Quando se digitalizam muitas das
nossas obras-primas, é suposto existir informação concreta e detalhada das
mesmas, e não só boas fotografias e acesso a detalhes das ditas.
A imagem é sempre muito
elucidativa, sem dúvida, mas tem de ser acompanhada pelos conteúdos que situem
a peça, a datem, atribuam a sua autoria, e nos situem no ambiente histórico e
artístico da época em que foram produzidas.
Existem diferença obvias entre
museus e monumentos, pois enquanto uns mostram colecções que estão relacionadas
entre si, outros reflectem vivências nos espaços expositivos. Num museu cada
peça vale por si própria e está lado a lado com peças da mesma época ou da
mesma escola, já nos monumentos e palácios importa mais a história relacionada
com os espaços e habitantes, ou o gosto dos seus habitantes em cada época.
Infelizmente o que se pode
verificar pelo sítio disponibilizado pela Google para a arte e Património de Portugal é que os
conteúdos estão muito longe da importância das imagens, e o caso mais gritante
será, porventura, o do Palácio nacional de Mafra, em que as imagens
disponibilizadas das peças que seriam icónicas, são peças que o visitante não
pode ver, e as esculturas italianas, bem como as pinturas encomendadas para a
Basílica, não têm um destaque condizente com a sua importância.
Falhamos demasiado nos conteúdos,
talvez porque esses dependem da devida catalogação, investigação e
classificação devida, que não é feita pelos responsáveis pelas colecções, que
em alguns casos nem sequer existem por manifesta falta de pessoal.
terça-feira, janeiro 15, 2019
CULTURA EM COLAPSO
Não nos podemos deter apenas nas
palavras do ainda director do Museu Nacional de Arte Antiga, ou nas declarações
ministra da Cultura, porque apenas estaríamos a ver parte do problema, mas a
partir disso podemos imaginar muitas deficiências noutros museus de menores
dimensões, nos monumentos e nos sítios arqueológicos.
Na Cultura existem diversas
formas de gestão, no Teatro, em Serralves ou no Tua, apenas para dar alguns
exemplos. No Património temos todos os museus, palácios, monumentos e sítios
arqueológicos na dependência duma Direcção-Geral do Património Cultural, que
simplesmente é ineficaz e apenas serve para atrapalhar qualquer tentativa de
agilizar procedimentos, de planear a médio e longo prazo, estrangulando assim
todos os serviços dela dependentes.
Dar pequenas autonomias pode ser
um penso rápido, mas não resolverá os problemas de fundo, e até o ridículo do
nº de contribuinte é de existência duvidosa. O cerne da questão é sem qualquer
dúvida equacionar novos modos de gestão, sem tabus.
quinta-feira, janeiro 10, 2019
POLÍTICOS, UMA CLASSE À PARTE?
O distanciamento dos políticos
relativamente ao cidadão comum vê-se pelas suas afirmações, que muitas vezes os
traem.
Foi sem qualquer surpresa que
Marques Mendes apontou o aumento da remuneração dos políticos como uma das
quatro medidas para melhorar o sistema político, no que foi secundado por
outros presentes no mesmo evento.
Curiosamente até a frase muito
americana, “if you pay peanuts you get monkeys”, veio à baila, como se fosse
uma coisa nova.
O mal destes senhores é que têm
sempre remédio à mão para os seus pares, como se o mesmo remédio não se devesse
aplicar a todos os sectores da sociedade. A degradação dos serviços, a produtividade,
o absentismo, as greves e muitas outras coisas não se poderiam minimizar com
salários mais justos e melhores condições de trabalho?
Parem de olhar para o vosso
umbigo, senhores políticos, porque a vossa função é a de servir os cidadãos e
não a de se servirem.
segunda-feira, janeiro 07, 2019
POPULISMOS À PARTE...
Esta não lembra ao careca, telefonar para um programa de entretenimento duma televisão para felicitar a sua apresentadora na sua primeira emissão.
Democraticamente falando estamos todos à espera do próximo programa do Goucha, para ouvir o telefonema do Professor, pois não acredito que Marcelo descrimine alguém só por trabalhar noutra televisão que não a SIC, ou pelas suas preferências sexuais.
Para quem condena o populismo, Marcelo não esteve nada mal...
sexta-feira, janeiro 04, 2019
ROUBO DE BENS CULTURAIS
Os museus, palácios, monumentos e
sítios que deviam estar protegidos pelo Estado, não estão assim tão bem
protegidos, quer por falta de pessoal, quer de meios, quer por falta de
eficácia dos organismos dedicados à sua protecção.
Podíamos falar das condições de
segurança de muitos destes serviços e o rol de falhas seria imenso, mas é
melhor meditar-se apenas num caso da actualidade que é o roubo de azulejos do
Mosteiro de Odivelas.
O edifício está devidamente
classificado, já de lá saíram as meninas de Odivelas, já se começou a trabalhar
nas coberturas (?) e no túmulo de D. Dinis, mas parece que há coisas de que
ninguém se lembrou.
O mosteiro não tem qualquer
segurança, humana ou de videovigilância. Não existe uma vedação na zona onde se
encontram, à vista de todos, os painéis de azulejos que foram alvo de furto
parcial.
Já começou o jogo das culpas, ora
para a Defesa porque o edifício ainda não foi oficialmente entregue à
autarquia, ora à autarquia que vai em breve ser o arrendatário do monumento,
ora ainda ao Ministério da Cultura, que enquanto autoridade fiscalizadora do
Património, não previu a possibilidade de roubo ou vandalismo.
O Estado anda a falhar demasiadas
vezes, e espera-se que também neste caso o Presidente Marcelo exija celeridade,
não só nas investigações, como nas medidas de segurança do Património.
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