quinta-feira, janeiro 17, 2019

PATRIMÓNIO E DIVULGAÇÃO


A parceria entre o Ministério da Cultura e a Google para a divulgação do nosso Património é de louvar terá sido uma passo na direcção certa, que contudo teve o condão de mostrar algumas fragilidades no sector da comunicação e investigação de muitos serviços.


Quando se digitalizam muitas das nossas obras-primas, é suposto existir informação concreta e detalhada das mesmas, e não só boas fotografias e acesso a detalhes das ditas.


A imagem é sempre muito elucidativa, sem dúvida, mas tem de ser acompanhada pelos conteúdos que situem a peça, a datem, atribuam a sua autoria, e nos situem no ambiente histórico e artístico da época em que foram produzidas.


Existem diferença obvias entre museus e monumentos, pois enquanto uns mostram colecções que estão relacionadas entre si, outros reflectem vivências nos espaços expositivos. Num museu cada peça vale por si própria e está lado a lado com peças da mesma época ou da mesma escola, já nos monumentos e palácios importa mais a história relacionada com os espaços e habitantes, ou o gosto dos seus habitantes em cada época.


Infelizmente o que se pode verificar pelo sítio disponibilizado pela Google  para a arte e Património de Portugal é que os conteúdos estão muito longe da importância das imagens, e o caso mais gritante será, porventura, o do Palácio nacional de Mafra, em que as imagens disponibilizadas das peças que seriam icónicas, são peças que o visitante não pode ver, e as esculturas italianas, bem como as pinturas encomendadas para a Basílica, não têm um destaque condizente com a sua importância.


Falhamos demasiado nos conteúdos, talvez porque esses dependem da devida catalogação, investigação e classificação devida, que não é feita pelos responsáveis pelas colecções, que em alguns casos nem sequer existem por manifesta falta de pessoal.



Sem comentários: