A parceria entre o Ministério da
Cultura e a Google para a divulgação do nosso Património é de louvar terá sido
uma passo na direcção certa, que contudo teve o condão de mostrar algumas
fragilidades no sector da comunicação e investigação de muitos serviços.
Quando se digitalizam muitas das
nossas obras-primas, é suposto existir informação concreta e detalhada das
mesmas, e não só boas fotografias e acesso a detalhes das ditas.
A imagem é sempre muito
elucidativa, sem dúvida, mas tem de ser acompanhada pelos conteúdos que situem
a peça, a datem, atribuam a sua autoria, e nos situem no ambiente histórico e
artístico da época em que foram produzidas.
Existem diferença obvias entre
museus e monumentos, pois enquanto uns mostram colecções que estão relacionadas
entre si, outros reflectem vivências nos espaços expositivos. Num museu cada
peça vale por si própria e está lado a lado com peças da mesma época ou da
mesma escola, já nos monumentos e palácios importa mais a história relacionada
com os espaços e habitantes, ou o gosto dos seus habitantes em cada época.
Infelizmente o que se pode
verificar pelo sítio disponibilizado pela Google para a arte e Património de Portugal é que os
conteúdos estão muito longe da importância das imagens, e o caso mais gritante
será, porventura, o do Palácio nacional de Mafra, em que as imagens
disponibilizadas das peças que seriam icónicas, são peças que o visitante não
pode ver, e as esculturas italianas, bem como as pinturas encomendadas para a
Basílica, não têm um destaque condizente com a sua importância.
Falhamos demasiado nos conteúdos,
talvez porque esses dependem da devida catalogação, investigação e
classificação devida, que não é feita pelos responsáveis pelas colecções, que
em alguns casos nem sequer existem por manifesta falta de pessoal.
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