O dia de ontem foi marcado por diversos reveses para o governo, mas ouve um acontecimento que passou um pouco despercebido na opinião pública, que foi a reacção dos membros do governo à notícia da intenção de congelamento dos salários reais da função pública até 2013.
No Parlamento foram diversas as perguntas colocadas aos ministros sobre o dito congelamento, mas nenhum confirmou ou desmentiu categoricamente essa intenção. Ouvimos dizer que a notícia era especulativa, outros não tinham nada para dizer, e outros ainda que as medidas económicas seriam conhecidas quando da divulgação do PEC.
A má situação económica e financeira do país serviu de justificação para o congelamento total imposto para 2010, pelo que esta notícia não nos parece meramente especulativa ou delirante, mas sim concordante com os factos perante os quais o governo nos confronta.
A verificar-se o tal congelamento dos salários reais até 2013, ficamos com o facto de em 14 anos consecutivos, ter existido apenas 1 ano (2009) em que os aumentos foram reais e 13 em que os aumentos não cobrem a inflação. Atendendo a que nos últimos 10 anos os funcionários públicos já perderam 6% de poder de compra, até 2013 isso ainda se deve agravar.
É sintomático que apesar da contracção dos salários nos últimos anos, a despesa pública tenha aumentado em percentagem do PIB, o que demonstra que esta não é a solução para o despesismo do Estado. Para falar verdade o governo devia poupar onde tem aumentado os gastos, e há muito por onde escolher, sem deixar de dotar o sector social do dinheiro necessário.
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