terça-feira, janeiro 30, 2018
domingo, janeiro 28, 2018
UM QUADRO DE JOSÉ DE BRITO
Publiquei há alguns dias uma fotografia tirada a um quadro exibido no Palácio de Mafra, onde não consta nem a autoria nem o nome do mesmo. Confesso que consegui ler a assinatura e com ela cheguei a alguns dados sobre o autor, a sua obra e parte do seu percurso profissional e do seu tempo de aprendizagem.
O que mais me surpreendeu foi que após partilhar a fotografia do quadro, logo recebi um comentário com o nome do autor, da obra e até de quem o comprou.
Fico mais contente por ver que nas redes sociais não existem apenas coisas banais e pessoas que perdem tempo com disparates, mas que existem também pessoas que não se importam em partilhar o conhecimento e em promover o gosto por coisas mais sérias como a arte.
Alguns dados sobre José de Brito (AQUI)
Où est-tu Lili
Mártir do Fanatismo
sexta-feira, janeiro 26, 2018
SARAMAGO E PESSOA
Dois escritores portugueses,
diferentes acima de tudo, um limitado às suas convicções, outro diverso, livre
e cidadão do mundo, sem amarras chegando mesmo a dividir-se em heterónimos,
talvez só comparáveis por serem observadores do mundo que os rodeia, embora
separados pelo tempo e pelas circunstâncias.
Tendo assistido a várias dissertações sobre “o ano da
morte de Ricardo Reis”, fiquei ainda mais convencido da excelência de Pessoa e
reforcei a minha opinião sobre Saramago, de quem não consigo gostar, apesar de
várias tentativas.
TEMPO - O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
Livro do Desassossego
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TEMPO - O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
Livro do Desassossego
quarta-feira, janeiro 24, 2018
O MUSEU DA MÚSICA EM MAFRA
Os diversos anúncios da ida do
Museu da Música para Mafra, uns antigos, outros mais recentes, têm merecido
diversos comentários, uns favoráveis, outros mais críticos, o que demonstra que
a notícia não tem passado despercebida.
O acordo entre a Câmara Municipal
de Mafra e a DGPC não é público, conhecendo-se apenas o que vem nas notícias, e
parece que a C.M. de Mafra irá ceder um espaço no Palácio Nacional de Mafra (?)
para a instalação do museu, que segundo consegui apurar ficará na ala Sul do
conjunto monumental.
Sem conhecer os detalhes desta
nova casa do Museu da Música, não consigo ter uma opinião definida sobre esta
mudança, contudo tenho algumas questões para as quais ainda não tive respostas satisfatórias.
Terá este venerável edifício
condições para albergar instrumentos musicais, que todos sabemos serem bastante
afectados pelas variações das condições térmicas e de humidade? O pessoal desse
museu agora na Estação de Metro Alto dos Moínhos vai transitar para Mafra, ou
terão de ser efectuadas novas admissões? O museu continuará a estar dependente
da DGPC, ou ficará dependente da C.M. de Mafra?
Já me colocaram outras questões,
talvez mais rebuscadas, como a de saber se a vinda deste museu para o edifício
de Mafra tem algo que ver com o restauro dos carrilhões, que alguns apontam
para este ano, e que deverá condicionar as visitas do palácio durante os trabalhos
de retirada e colocação dos conjuntos de sinos.
Confesso que não sei responder a
estas questões e que estou tão curioso quanto muitos os que se interessam pelo Património.
segunda-feira, janeiro 22, 2018
O PINHAL SORTIDO
Os nossos governantes conseguem sempre surpreender-nos e agora foi com o novo pinhal de Leiria, que ao contrário do de D. Dinis, vai ter sobreiros à mistura, e quem sabe outras espécies que o governo ache apropriadas para o "moderno" pinhal de Leiria.
domingo, janeiro 21, 2018
sexta-feira, janeiro 19, 2018
MISÉRIA FRANCISCANA
Numa troca de opiniões sobre as
condições de trabalho, mais do que penosas, dos vigilantes de museus, palácios
e monumentos, alguém sugeriu que as condições climatéricas podiam ser obviadas
com fardamentos apropriados. A ideia até podia ser boa se as condições fossem
uniformes, e não são, e se os serviços tivessem orçamento que comportasse essa
despesa, com fardamentos em quantidade suficiente e adaptados aos locais de
trabalho e às diferentes condições existentes ao longo de todo o ano.
A realidade é bem diversa, e além
de não serem fornecidos fardamentos adequados e em quantidade, os funcionários
são mal remunerados e obrigados a apresentar-se dentro de parâmetros que os
superiores consideram adequados, sendo que em alguns serviços as exigências são
perfeitamente absurdas.
Esta situação de carência não é
nova e por isso deixo-vos com extratos dum documento de 1912 e de outro de 1914:
“Em resposta ao ofício de V. Exª
nº --- de 16 do corrente, cumpre-me dizer que solicitei da Administração do
Concelho que… Quanto à substituição do fardamento não me é possível fazê-la, em
virtude da pequena verba de dotação para os serviços a meu cargo. Envidarei
porém os meus esforços para que da repartição que superintende n’este edifício
se possa conseguir novos uniformes para o pessoal do museu.”
“Sendo de muita necessidade a
reparação dos fardamentos dos moços que fazem serviço no museu, e existindo em
arrecadação neste serviço uns 8 capotes de cocheiro, já usados, mas que podem
muito bem serem transformados em casacos para os mesmos, rogo a V. Exª se digne
autorizar-me a fazê-lo, visto o cálculo feito por um alfaiate daqui a
transformação não ir além de 8 escudos.”
Tudo isto pode parecer caricato,
ultrapassado, e até despropositado, mas é tudo real, e parece que o tempo não
fez com que a função fosse devidamente valorizada e respeitada.
quarta-feira, janeiro 17, 2018
PORQUE FALTAM VIGILANTES NOS MUSEUS
Esta frase pode ser uma afirmação
mas pode também ser uma pergunta, e nos dois casos é pertinente saber-se das
suas razões.
As dificuldades existentes devido
à falta de pessoal de vigilância são públicas, e não são exclusivas do Museu Nacional de Arte Antiga, ou de qualquer outro museu, palácio ou monumento.
As razões para a escassez de
funcionários para estas funções são diversas, começando pelo âmbito do
recrutamento, que está restrito a quem tenha algum tipo de vínculo ao Estado, o
que é absolutamente redutor. Os candidatos nestes concursos, na sua maioria,
pretendem apenas solidificar o vínculo para depois “saltarem” para outras
funções e ministérios, com condições mais favoráveis.
Falando das condições oferecidas
nestas funções, temos o salário que é muito baixo (próximo do ordenado mínimo),
um horário que se estende pelos sete dias da semana, incluindo sábados e
domingos sem qualquer remuneração suplementar, e boa parte dos feriados, estes
pagos como trabalho extraordinário. As folgas são 8 em cada 4 semanas, sendo
que nesse período (das 4 semanas) se permite o gozo de um fim-de-semana
completo.
Apesar da legislação existente, a
formação profissional é inexistente, chega-se a exigir que o vigilante fique de
pé durante as horas de serviço, tomando conta de várias salas ou de espaços
amplos em que não se consegue abarcar tudo quando lá estão muitos visitantes, e
muitas vezes sujeitos a temperaturas baixas, correntes de ar e humidade
extrema.
Talvez o senhor ministro e alguns
outros que ocupam lugares em escritórios climatizados, com boas cadeiras achem
que estes lugares de vigilância são agradáveis, e que os salários são justos
para a função, mas também se podiam questionar sobre as razões de não
conseguirem fixar jovens nestas funções, ou então questionar os seus
funcionários que desempenham esses cargos há muitos anos, e talvez mudassem a
sua opinião sobre a gestão de recursos humanos nestes serviços.
segunda-feira, janeiro 15, 2018
ASSÉDIO...
Não sei se existem truques na fotografia ou se é tudo real, mas cenas do mesmo tipo são mais comuns do que se possa pensar, e talvez ajude muita gente a pensar duas vezes antes de fazerem acusações apressadas sobre assédio sexual.
sábado, janeiro 13, 2018
OS AUMENTOS DE VISITANTES NOS MUSEUS, PALÁCIOS E MONUMENTOS
O ano de 2017 foi muito positivo
no que diz respeito a visitas aos museus, palácios e monumentos, e isso está
bem reflectido nos números conhecidos.
O crescimento foi de 8% nas
entradas, relativamente ao ano transacto, e curiosamente o crescimento mais
significativo verificou-se nos palácios, que na dependência da DGPC são apenas
dois, o da Ajuda e o de Mafra.
Estes números positivos
relativamente às entradas, não sei se têm tradução igual nas receitas das
entradas, porque não existem dados que permitam fazer essas contas, e é pena.
No passado era possível ter uma ideia mais concreta sobre mais parâmetros.
quinta-feira, janeiro 11, 2018
A HIPOCRISIA E O PRECONCEITO NA POLÍTICA
A terça-feira de Carnaval vai
continuar sem ser feriado, isto acontece num país que já está habituado a que o
governo, as Câmaras Municipais e algumas empresas deem o dia aos seus
trabalhadores, enquanto outras obrigam os seus trabalhadores a apresentar-se ao
trabalho, mesmo até em alguns serviços da função pública em serviços não
essenciais. Isto acontece com executivos de esquerda e de direita, sem
distinção.
Na oposição há sempre coisas que
merecem a reprovação, ainda que sejam prática corrente quando se está no poder,
e isso não é mais do que hipocrisia.
Também é hipocrisia e preconceito
o que se passa com a liberalização da canábis para uso terapêutico e
recreativo, se tivermos em atenção a posição dos partidos relativamente ao
tabaco, por exemplo.
Relativamente ao uso terapêutico
é incompreensível as reservas apresentadas por alguns deputados, sempre
mostrando preocupações com os efeitos secundários da canábis, como se os
medicamentos tenham, quase todos eles, contra-indicações e efeitos secundários,
que cabe aos médicos ponderar caso a caso. Outra coisa admirável é que o uso de
medicamentos é regulado pelas autoridades competentes, pelo que a opinião dos
políticos é quase irrelevante, ou pelo menos devia ser.
No uso recreativo da canábis
basta fazer um paralelo com o tabaco, e francamente, a balança dos efeitos
perniciosos para a saúde é desfavorável para o tabaco, por muito que isso
prejudique a produção, fabrico e comercialização do mesmo.
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