Esta frase pode ser uma afirmação
mas pode também ser uma pergunta, e nos dois casos é pertinente saber-se das
suas razões.
As dificuldades existentes devido
à falta de pessoal de vigilância são públicas, e não são exclusivas do Museu Nacional de Arte Antiga, ou de qualquer outro museu, palácio ou monumento.
As razões para a escassez de
funcionários para estas funções são diversas, começando pelo âmbito do
recrutamento, que está restrito a quem tenha algum tipo de vínculo ao Estado, o
que é absolutamente redutor. Os candidatos nestes concursos, na sua maioria,
pretendem apenas solidificar o vínculo para depois “saltarem” para outras
funções e ministérios, com condições mais favoráveis.
Falando das condições oferecidas
nestas funções, temos o salário que é muito baixo (próximo do ordenado mínimo),
um horário que se estende pelos sete dias da semana, incluindo sábados e
domingos sem qualquer remuneração suplementar, e boa parte dos feriados, estes
pagos como trabalho extraordinário. As folgas são 8 em cada 4 semanas, sendo
que nesse período (das 4 semanas) se permite o gozo de um fim-de-semana
completo.
Apesar da legislação existente, a
formação profissional é inexistente, chega-se a exigir que o vigilante fique de
pé durante as horas de serviço, tomando conta de várias salas ou de espaços
amplos em que não se consegue abarcar tudo quando lá estão muitos visitantes, e
muitas vezes sujeitos a temperaturas baixas, correntes de ar e humidade
extrema.
Talvez o senhor ministro e alguns
outros que ocupam lugares em escritórios climatizados, com boas cadeiras achem
que estes lugares de vigilância são agradáveis, e que os salários são justos
para a função, mas também se podiam questionar sobre as razões de não
conseguirem fixar jovens nestas funções, ou então questionar os seus
funcionários que desempenham esses cargos há muitos anos, e talvez mudassem a
sua opinião sobre a gestão de recursos humanos nestes serviços.
1 comentário:
Difícil fixar jovens em empregos, quando não lhes dão condições.
Abraço
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