domingo, abril 29, 2012
O BANQUETE DAS HIENAS
sábado, abril 28, 2012
HUMILHAÇÃO
quinta-feira, abril 26, 2012
POEMA DO SILÊNCIO
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.
Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.
Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
-Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!
Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...
O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.
Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!
Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.
Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!
Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.
Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!
Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.
Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...
Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...
Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.
quarta-feira, abril 25, 2012
TOURADA
terça-feira, abril 24, 2012
EXCESSO SECURITÁRIO
domingo, abril 22, 2012
POESIA
sábado, abril 21, 2012
ESTAMOS NA BANCARROTA
A afirmação não é minha mas sim da senhora ministra da Justiça, que justificava assim a necessidade do corte dos dois subsídios aos funcionários públicos e pensionistas.
Disse a ministra que percebe a “dor” e que é impossível não o perceber quando um casal de funcionários públicos fica com menos quatro subsídios e menos 20% do rendimento. No entanto acrescentou também que «não é possível no âmbito do programa de assistência financeira nem no tempo exigido pelo programa de assistência financeira» porque «o país chegou, de facto, à bancarrota».
Estas afirmações acompanham uma inadmissível sentença na boca de um membro do governo, ao afirmar que um chumbo do Orçamento de Estado pelo Tribunal Constitucional (TC) «traria consequências complicadas para a sustentabilidade de Portugal».
Este condicionamento dos membros do TC, ao acenar com uma catástrofe para o país, é simplesmente contraditória com a independência dos juízes do TC, e a separação de poderes, desde logo ameaçada pelo método de escolha dos mesmos, como está a acontecer neste preciso momento.
O governo de que faz parte a ministra Paula Teixeira da Cruz, devia ter ponderado muito bem antes de se decidir pelos cortes selectivos dos subsídios aos funcionários públicos e pensionistas, e não teria ido claramente contra a Constituição, como obviamente o fez. O chumbo pelo TC é inevitável, e se porventura não acontecer, será o descrédito total da instituição, ficando provada a dependência deste órgão ao poder político que nomeou a maior parte dos seus membros.
quinta-feira, abril 19, 2012
BASTA DE MENTIRAS
É confrangedor constatar o distanciamento existente entre os membros do governo e os governados. Do alto da sua torre de marfim e escudados em títulos pomposos estes senhores desconhecem a realidade do dia-a-dia do povo simples e trabalhador.
Há exemplos absolutamente lapidares do desconhecimento do sentimento popular, como por exemplo o do ministro das Finanças, Vítor Gaspar que foi dizer para os EUA que em Portugal as pessoas “estão completamente dispostas a fazer sacrifícios” desde que sintam que existe justiça nos mesmos.
O primeiro-ministro, que não podia ficar para trás, também afirmou em Londres que foi a proximidade do 1º de Maio que precipitou o “debate” sobre o acordo de concertação social e a ameaça da UGT de denunciar o acordo.
Outra afirmação demonstrativa do seu desconhecimento da realidade foi a propósito das compensações por despedimento, quando o governo veio a terreiro dizer que “os países desenvolvidos” têm níveis mais baixos de compensação e critérios de elegibilidade mais exigentes.
Eu duvido muito que exista tanta ignorância entre os nossos governantes, e atribuo estas afirmações a um comportamento compulsivo de mentir sistematicamente sobre a realidade, que os leva a crer nas suas próprias afirmações.
Os cidadãos que votaram nos partidos do poder foram enganados pelas suas promessas, e a vasta maioria dos restantes simplesmente não lhes deu o seu voto. Está mais do que demonstrado, até pelas sondagens de que tanto gostam os políticos, que os portugueses não acham que haja justiça na aplicação dos sacrifícios exigidos. A UGT que não passa duma central sindical conotada com os partidos do poder, sabe que ao assinar o acordo de concertação social atraiçoou os seus poucos apoiantes.
Para finalizar, basta de mentiras. É tempo de dizer bem alto que os países com maior produtividade, com cidadãos mais felizes e com melhor nível de vida, são países onde as preocupações sociais e os sistemas de segurança social são maiores e mais fortes. O desenvolvimento social e económico não se faz à custa dos direitos dos trabalhadores mas sim com mais justiça social e melhor redistribuição da riqueza nacional.