DESONESTIDADE

Os portugueses já começam a estar habituados à falta de palavra dos governantes que temos tido nos últimos anos, o que não quer dizer que estejam dispostos a pagar com o seu trabalho e as suas poupanças, os erros e as mentiras desses maus políticos.

Depois das mentiras de Sócrates que aqui zurzi com frequência, fomos brindados com Passos Coelho que em menos de um ano já tem na sua conta um número demasiado elevado de mentiras no seu currículo de 1º ministro.

Ontem, Passos Coelho veio acrescentar mais uma mentira sobre os subsídios de Natal e de férias, que a acrescentar à de ter dito que era um perfeito disparate cortar, demonstra que não é um governante em que se possa confiar.

Quando este governo decidiu cortar os subsídios aos funcionários públicos e aos pensionistas, contra as promessas de Passos Coelho e contra o que estava previsto na lei e na Constituição Portuguesa, foi afirmado que os cortes eram excepcionais e que só abrangeriam os anos de 2012 e 2013, sendo justificados por emergência nacional.

Agora o primeiro-ministro veio dar o dito por não dito, e já atira a reposição dos subsídios para 2015, e mesmo assim de forma parcial.

A desonestidade política e intelectual é inadmissível, mas num governante desacredita-o e tira-lhe toda e qualquer legitimidade para o exercício do cargo. Na realidade Passos Coelho veio com as suas palavras demonstrar que não só pretende acabar com os dois subsídios, como pretende fazer da sua reposição gradual um simulacro indecente de hipotéticos aumentos salariais, em ano de eleições.

É simplesmente um comportamento vergonhoso.

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