Deixo-vos "Una furtiva lagrima", não interpretada pelo mítico Caruso, mas pelo igualmente famoso Luciano Pavarotti. Esta será porventura a ária mais conhecida desta obra.
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Os surpreendentes resultados foram divulgados em Bruxelas, se calhar porque cá ninguém acreditaria em tais resultados, começando pelo governo PS, e acabando no maior partido da oposição, o PSD, que tem um líder que se assume como liberal, ainda que tenha para mim que é demasiado liberal para o meu gosto.
Inegavelmente foram estes dois partidos, PS e PSD que nos governaram nestas últimas décadas e nos conduziram ao lugar onde estamos. Alguém se atreve a negar que eles são o verdadeiro problema deste país e nunca a solução para os nossos problemas?
Termino recordando que já passaram mais de 6 meses deste ano de 2010, precisamente o Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social, que teve como compromisso solene dos dirigentes da União Europeia, retirar 20 milhões de europeus da pobreza de da exclusão social nesta década.
Pedro Passos Coelho teve um percurso que está de acordo com o que tem vindo a fazer e a dizer nos últimos tempos, enquanto líder do PSD. Depois da juventude partidária, onde esteve durante anos, decidiu ir para a iniciativa privada onde se dizia que estava a ter uma carreira promissora, voltando no entanto para as lides partidárias quando era evidente que o PSD tinha que mudar de dirigentes.
O PSD deixou definitivamente de ser social-democrata, ainda que continue a apresentar essa designação na sua sigla. O líder deste partido tem como desígnio rever a Constituição Portuguesa, de onde pretende retirar a gratuitidade da Saúde e da Educação.
As preocupações sociais de PPC começam com o desmantelamento do Estado social, passam pela liberalização dos despedimentos e acabam com a perversão total do espírito do 25 de Abril.
Não foi para isto que se fez a revolução dos cravos. Não foi para isto que muitos de nós lutámos nestas décadas, procurando que Portugal fosse um país mais justo, mais democrático e onde as pessoas estivessem em 1º lugar.
Quando todos julgavam que pior do que Sócrates não podia existir, eis que aparece um dirigente partidário que é igualmente mau, e que pretende fazer ainda pior. Isto está mesmo a necessitar duma vassourada!...
Não sou muito dado a falar de estudos, principalmente se encomendados pelo governo, embora acabe sempre por lhes deitar um olho, tal como faço regularmente com as estatísticas, que confronto sistematicamente com o que eu próprio penso sobre a matéria.
Sem grandes surpresas passei os olhos sobre um estudo da consultora GfK e do Wall Street Journal e confirmei algumas impressões que tinha. Os políticos são dos que menos merecem a confiança dos cidadãos em muitos países, e em Portugal a desconfiança é ainda maior do que a média.
Apesar do que os políticos tentam fazer passar para a opinião pública, os professores e os carteiros, imagine-se, são dos que mais confiança merecem, já para não falar do que é óbvio, que são os polícias, os médicos e os bombeiros que mais confiança amealham.
A curiosidade deste estudo foi a inclusão dos funcionários públicos nos grupos mais confiáveis, e em Portugal até estão acima da média em termos de mérito, atingindo os 70%. Não acredito que 70% dos inquiridos sejam funcionários públicos…
Muitas ideias feitas caem por terra quando confrontadas com a realidade. As campanhas no sentido de denegrir grupos da nossa sociedade são sempre feitas com o intuito de favorecer alguém, ou de desculpabilizar outros.
Sempre que se fala de produtividade e de apoios sociais a desempregados e outros necessitados, logo se ouve dizer que os portugueses não gostam de trabalhar e que preferem receber as ajudas sociais a trabalhar.
Está a causar alarido um e-mail da polícia do Luxemburgo que se refere à comunidade portuguesa em termos pouco abonatórios, com acusações de terem diversas mulheres, guiarem sem seguro e de abusarem da segurança social luxemburguesa.
Como português considero ofensivas estas afirmações e merecedoras de repúdio sem quaisquer dúvidas. Como cidadão deste país apetece-me puxar as orelhas aos políticos nacionais que têm feito um discurso semelhante, exactamente agora, para justificar os cortes em prestações sociais.
Os senhores políticos deviam saber que as suas afirmações chegam lá fora e que podem ser replicadas por qualquer pessoa, que também seja adepto da generalização e esteja desejoso de denegrir outrem.
Soa mal não é, senhor Diogo Feio?
O país está à deriva e o patronato aproveita a inépcia e a ambição dos políticos. Vale tudo para realizarem os seus projectos pessoais sem qualquer preocupação ética ou moral.
A crise que eles invocam para justificar os seus desmandos é da responsabilidade de quem dominava e domina os mercados de capital, para os quais já todos contribuímos com o dinheiro dos nossos impostos, mas o buraco é tão grande que arrastou o país para a falta de liquidez.
As soluções são sempre as mesmas, pelo que estão destinadas a falhar e a deixar um rasto de miséria e desemprego, cada vez maior. Os cortes atingem agora com mais força ainda, os mais pobres, no apoio à saúde, ao ensino e aos desempregados.
A Constituição da República é desvirtuada escandalosamente, exigindo-se aos mais pobres que abdiquem do sigilo bancário para acederem a ajudas, quando o mesmo não é exigido a quem recorre a ajudas escandalosamente substanciais do Estado, e a isenções fiscais. Também não se exige que abdiquem do sigilo bancário, os suspeitos de falências fraudulentas, os que apresentam visíveis sinais exteriores de riqueza sem correspondência com os rendimentos declarados, ou os suspeitos de enriquecimento ilícito.
Temos um governo que tem dois pesos e duas medidas na interpretação da Constituição, consoante se trate de ricos ou pobres. É simplesmente imoral e indecente.
Portugal empatou com a Costa do Marfim, num jogo que decorreu durante a tarde de ontem, o que não permitiu que a grande maioria dos trabalhadores portugueses pudessem assistir à partida pela televisão.
Nos dias que antecederam o desafio foram publicados estudos que pretendiam contabilizar os milhões que se perdiam por causa deste mundial de futebol. Por coincidência também se discute a redução dos feriados e as maneiras de evitar as pontes, tudo em prol da produtividade.
Deputados, gestores e patrões diziam-se preocupados com o que se perdia em produtividade por causa do mundial. Pois é, os mesmos que se preocupavam com a produtividade enfiaram-se nos gabinetes a ver o futebol, ou simplesmente ficaram em casa assistindo refastelados ao encontro enquanto o Povinho trabalhava para eles.
A produtividade onde trabalho não foi beliscada, ainda que os maiorais tenham ficado quase todos em casa e os dois que deram as caras tenham ido assistir ao desafio na televisão do refeitório, onde nenhum outro funcionário podia aceder durante a tarde, conforme aviso superior afixado junto ao relógio de ponto.
O silêncio do governo português sobre a acção israelita sobre os barcos que pretendiam furar o bloqueio imposto à faixa de Gaza, é inexplicável.
Esta situação só pode despertar indignação e revolta. Não importam as simpatias com algum dos envolvidos na crise do Médio Oriente, importa sim analisar o caso e a legitimidade ou falta dela.
Nós, portugueses, não estaremos esquecidos do problema de Timor e dos antecedentes da sua independência que nos uniu em sua defesa. Todos condenámos a Indonésia quando isolou Timor, lembram-se?
Israel atacou em águas internacionais barcos e pessoas que apenas pretendiam levar ajuda humanitária para a faixa de Gaza. A nossa condenação é um imperativo, pela coerência e pela defesa do direito internacional.
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