Há
predicados que não são favoráveis a um reinado longo e bem sucedido, de
um rei que não nascera para o ser, não fora educado para essa função e
ainda por cima tinha ficado marcado por grave enfermidade aos três anos
de idade.
D
Afonso VI teve a seu favor a liderança do conde de Castelo Melhor, que
de algum modo colmatou a incapacidade mostrada pelo seu monarca, e a
sorte das vitórias militares contra os vizinhos espanhóis.
As
desventuras deste monarca foram diversas, mas o seu casamento com D.
Maria Francisca de Sabóia foi talvez o princípio do fim do seu reinado.
Quando António de Sousa Macedo cai em desgraça perante a rainha, ao
mesmo tempo que esta se começa a entender com o cunhado, o infante D.
Pedro, a sorte do conde de Castelo Melhor fica traçada.
D.
Pedro começa a exigir a demissão do conde, por defender António de
Sousa Macedo, e acaba por acusá-lo de tentativa de envenenamento em
Queluz. O infante diz que tem testemunhas, mas que elas não queriam
arriscar-se e que só testemunhariam quando o conde fosse demitido. O que
nunca veio a acontecer apesar da demissão do conde que partiu para
Inglaterra.
Afastados
os dois amparos do fraco rei, D. Afonso VI foi incapaz de resistir a
seu irmão D. Pedro. O passo que se seguiu foi o processo de divórcio da
rainha, um processo vergonhoso que antecedeu a abdicação ao trono em
favor do seu irmão.
Sendo
incómodo para o novo rei, D. Afonso VI foi desterrado para os Açores
durante 4 anos, tendo voltado para o continente quando se temeu uma
conspiração para o soltar, ficando preso no Paço Real de Sintra durante
mais nove anos, até à sua morte em 12 de Setembro de 1683.