A Europa reunida em torno da União Europeia tem situado o seu enfoque nas questões económicas em detrimento das preocupações sociais, a matriz distintiva do sistema europeu. Esta subalternização das políticas sociais relativamente à economia tem sido evidente e levou a que muito classificassem essa atitude como uma nova política apelidada de neoliberal.
A prioridade dada à economia começou a mostrar o seu impacto em dois campos demasiado sensíveis, a saber o aumento do desemprego e as consequentes assimetrias sociais. Numa primeira fase o impacto foi absorvido pelas estruturas de segurança social, mas o seu peso começou a ser insustentável e começaram os cortes nas regalias e direitos sociais, a par das restrições nos aumentos salariais e da precariedade do emprego. A bem de uma economia saudável, a grande maioria dos europeus ficou com menor poder de compra e com menos direitos laborais e sociais.
A inversão das prioridades no espaço europeu, não teve um impacto devastador nos primeiros tempos, exactamente porque ele foi evitado com o alargamento a Leste, onde o nível de vida era menor, a capacidade produtiva estava mal aproveitada e os direitos sociais e laborais eram praticamente inexistentes. Adiados mas não resolvidos, os efeitos começam agora a tornar-se evidentes e sem solução dentro da fórmula adoptada, e os cidadãos começam a aperceber-se que os sacrifícios exigidos à maioria, resultam não numa solução real a médio prazo, mas sim no aumento desmesurado dos lucros das grandes empresas e dos grandes grupos económicos. A economia de cariz absolutamente liberal tem destas contradições, quando se restringe e corta de um lado, aumenta-se e engordam-se os rendimentos do outro lado, ou seja, os ricos ficam cada vez mais ricos à custa da diminuição dos rendimentos dos mais pobres, que ficam ainda mais pobres.
O caldo de descontentamento e a falta de esperança no futuro não auguram nada de bom para a paz social do continente.
A prioridade dada à economia começou a mostrar o seu impacto em dois campos demasiado sensíveis, a saber o aumento do desemprego e as consequentes assimetrias sociais. Numa primeira fase o impacto foi absorvido pelas estruturas de segurança social, mas o seu peso começou a ser insustentável e começaram os cortes nas regalias e direitos sociais, a par das restrições nos aumentos salariais e da precariedade do emprego. A bem de uma economia saudável, a grande maioria dos europeus ficou com menor poder de compra e com menos direitos laborais e sociais.
A inversão das prioridades no espaço europeu, não teve um impacto devastador nos primeiros tempos, exactamente porque ele foi evitado com o alargamento a Leste, onde o nível de vida era menor, a capacidade produtiva estava mal aproveitada e os direitos sociais e laborais eram praticamente inexistentes. Adiados mas não resolvidos, os efeitos começam agora a tornar-se evidentes e sem solução dentro da fórmula adoptada, e os cidadãos começam a aperceber-se que os sacrifícios exigidos à maioria, resultam não numa solução real a médio prazo, mas sim no aumento desmesurado dos lucros das grandes empresas e dos grandes grupos económicos. A economia de cariz absolutamente liberal tem destas contradições, quando se restringe e corta de um lado, aumenta-se e engordam-se os rendimentos do outro lado, ou seja, os ricos ficam cada vez mais ricos à custa da diminuição dos rendimentos dos mais pobres, que ficam ainda mais pobres.
O caldo de descontentamento e a falta de esperança no futuro não auguram nada de bom para a paz social do continente.
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FOTOGRAFIA DE ESCADAS
12 comentários:
Concordo. Coloca-se a questão, até quando este modelo europeu será sustentável. Com os sucessivos alargamentos, cada vez mais se tornam notórias as assimetrias económicas, quer a nivel global, quer a nivel interno dos diversos países, bem assim como uma desvalorização da componente social e humana, o que quer dizer que existe uma preversão no objectivo que estava pré-defenido. O rumo não é o desejável, mas será que quando os altos responsáveis se aperceberem que o seu autismo não é compartilhado pelo povo, não será já tarde de mais?
Saudações do Marreta.
Caro Marreta
Se o rumo não se alterar muito em breve, talvez seja tarde mesmo.
Abraço do Zé
Comungo plenamente com o seu sentir.
"O caldo do descontentamento...não augura nada de bom"
Uma óptima semana
Isto já lá não vai com lenços brancos, parece que só com um valente pontapé no dito cujo, é que eles percebem que não são bem vistos.
Fui
Não que o alargamento da União Europeia seja, em si, um elemento pernicioso.
O que é pernicioso é o modelo que se adoptou em todo o quadro de funcionamento económico e social permitindo as maiores iniquidades sociais!
Zé Povinho, Zé Povinho
tu és um homem daqueles
que acredita na verdade
e não quer um governo reles.
Este governo que temos
só nos faz desgovernar
agacha-se aos americanos
à UE e a quem mandar.
O pobre, o povo, o pequeno,
o doente e o excluído
são ruído p´ro ouvido
dum Sócrates frio e sereno.
para os ricos é bondoso
para os pobres é maldoso.
Gostei das escadas.
Será possível separar os parágrafos? Se sim, obrigada .
Boa semana.
Não sei onde li, mas aqui vai:
"É possível governar um país na pobreza... É possível governar um país na riqueza... Mas é impossível governar um país na injustiça".
Fica bem,
Miguel
Olha, Zé, eu sou de certeza muito ignorante, porque ninguém me consegue explicar como é que a economia dum país está saudável, com o aumento do desemprego e as pessoas a passar necessidades.
Saudável para quem?
Como não sei, vou olhando para "os bonecos", Ai a Carla Bruni obriga o marido (sim porque ele é o marido da Carla Bruni) a usar aqueles sapatos de plataforma.
São mesmos maus...ehehehe!
Um abraço
Zé Povinho
Não me parece que a solução para este liberalismo económico, que tem acentuado as injustiças e as desigualdades, seja encontrada em soluções pacíficas. E isto porque o PS e o PSD estão em todos os lugares-chave em diferentes sectores da vida nacional, sem credibilidade alguma, e governando-se conforme podem.
Um abraço
Um óptimo post. Parabéns.
Não será fácil para os vindouros encontrarem a solução. Qualquer tentativa de mudança terá em campo a influência poderosa dos donos da Economia, das multinacionais que tudo dominam. Certamente que não se encontrará solução pela via pacífica, porque os poderes políticos obedecem ao económico, aos donos do dinheiro que dominam tudo com o apoio da comunicação social que está nas suas mãos. Mas pela via violenta, a mais provável, está a fazer-se o jogo das indústrias de armamento que têm sido o motor da desastrada política externa americana.
Os políticos com mais poder e também os menos poderosos estão amordaçados pelos interesses financeiros, até porque esperam receber as compensações da sua colaboração. Olhando para este minúsculo rectângulo, vemos sinais de tudo isso.
Os ricos exercem um poder de sucção nos dinheiros que andam a circular fazendo q´com que a classe média baixe de poder de compra e o número de pobres aumente, havendo uma injustiça social cada mais catastrófica.
Sugiro que se procure informação sobre o célebre «Clube Bilderberg» os seus objectivos e as suas tácticas.
Abraço
A. João Soares
No blog Do Miradouro há novos artigos
Eles já descobriram a forma de vencer os movimentos e as associações da sociedade civil, não estão é preparados para reagir às massas dos subúrbios e favelas: no Brasil a revolução já começou, incontrolável e incompreensívelmente com razões!
Um abraço anarquista
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