Nos últimos dias muito se tem escrito sobre o regicídio e muitas têm sido as teorias que vieram a lume, tentando explicar tudo o que se passou e as motivações dos seus autores. Não me vou debruçar sobre as teorias, pretendo apenas deixar uma narrativa registada na revista Serões, poucos dias depois.
“O primeiro regicida, o que mais denodo e pertinácia mostrou, chamava-se Manuel dos Reis da Silva Buiça, contava trinta e dois anos e nascera em Bancoais. Ficara viúvo e tinha duas filhas de pouca idade. Foi em Vinhaes ajudante do professor de instrução primária Parece qu
e a morte da esposa lhe perturbara fundamente o espírito… Era actualmente professor de um colégio muito considerado em Lisboa. Durante dez anos que ali esteve desempenhou exemplarmente os seus deveres, obtendo o passado ano lectivo os seus discípulos número avultado de distinções.
Não fazia alarde de ideias avançadas. Na manhã do atentado compareceu na escola, pelas dez horas, e solicitou licença do director para sair, pois desejava ir à estação esperar uma filha que vinha de fora. Era, ao que consta, assíduo frequentador da carreira de tiro de Pedrouços, onde obtivera a categoria de atirador de primeira classe.”
Este homem, aparentemente um normal e pacato cidadão, terá sido o autor do primeiro tiro, desfechado com uma carabina Malincher, que viria a atingir mortalmente o rei D. Carlos no pescoço, esfacelando as vértebras cervicais, segundo afirmaram posteriormente os médicos.
“O primeiro regicida, o que mais denodo e pertinácia mostrou, chamava-se Manuel dos Reis da Silva Buiça, contava trinta e dois anos e nascera em Bancoais. Ficara viúvo e tinha duas filhas de pouca idade. Foi em Vinhaes ajudante do professor de instrução primária Parece qu

Não fazia alarde de ideias avançadas. Na manhã do atentado compareceu na escola, pelas dez horas, e solicitou licença do director para sair, pois desejava ir à estação esperar uma filha que vinha de fora. Era, ao que consta, assíduo frequentador da carreira de tiro de Pedrouços, onde obtivera a categoria de atirador de primeira classe.”
Este homem, aparentemente um normal e pacato cidadão, terá sido o autor do primeiro tiro, desfechado com uma carabina Malincher, que viria a atingir mortalmente o rei D. Carlos no pescoço, esfacelando as vértebras cervicais, segundo afirmaram posteriormente os médicos.
A monarquia tinha agora os dias contados.
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FOTOS - DESERTOS
13 comentários:
É uma época da nossa história que me interessa particularmente.
Interessante o texto da revista. A queda da monarquia era uma inevitabilidade. Em espanha, não sei se p Zé tem estado atento, milhares de pessoas têm saido à rua a pedir o fim do regime monárquico. Com todos os defeitos da República, é bem preferível um chefe de estado não-monárquico. Porque teríamos levar com imbecis da mesma família séculos a fio?
D. Carlos, acabou por ser vítima das asneiras dos antepassados. Era um homem culto, contrariamente à grande maioria dos seus antecessores.
Abraço
Devo esclarecer que não sou monárquico, nem pouco mais ou menos, apenas sou um amante de História. Agora limitei-me a reproduzir uma parte do texto de uma revista da época, que relata com "as cores da época" o acontecido.
Abraço do Zé
Os atentados dessa época, e foram muitos contra diversos monarcas europeus, muitas vezes foram perpretados por figuras mais ou menos irrelevantes no panorama dos que contestavam o sistema, um pouco como acontece hoje com o terrorismo que grassa na actualidade.
Fui
A Monarquia estava podre. Foi necessário para avançar com a Revolução republicana. Viva a República.
Um Abraço e Bom Fim de Semana
Bom momento de humor com os cartoons.
sobre o texto e como pessoa interessada em história o relato parece imparcial. Por opção sou républicano.
Mas esse periodo da nossa história está pouco estudado, pelos vicios do ensino da história. Ela é pouco critica (apenas poucos) escrevem de forma não apologetica e mitica. Recentemente o jornal Publico (passo a publicidade) num artigo acerca de um livro sobre o Fernão de Magalhães, feito por um investigador estrangeiro, punha o dedo na ferida.
Um abraço e bom fim de semana
António Delgado
Esqueci-me BELA MÚSICA.
ABRAÇO
Olá Zé acabei de te mandar um mail com recheio...espero que gostes e aproveites neste fim de semana de carnaval.
Se precisares de alguma dica apita, estou perto de ti...cá no Mira... de que não gosto nada.
Bom e recordar a NOSSA HISTORIA não faz mal a ninguém, vens sempre a proposito amigo.
Os cartoons sempre o máximo .
Bom carnaval, olha eu vou-me mascarar de "jamé" ou de "casmpanha difamatoria" que tal??!
beijão grande
Olá querido amigo Zé, li e reli o teu texto e adorei.
É como dizes muito se tem escrito, sobre o Regicídio mas, gostei muito de ler o que se escreveu na época.
Parabéns!!!
Muitos beijinhos de carinho e ternura.
Fernandinha
Olá Zé, o resto da postagem está uma beleza.
Fernandinha
Zé,
Estou francamente admirada com o destaque que se tem estado a dar ao centenário do Regicídio. E é curioso como ao lermos, eu, pelo menos, verificamos que afinal ainda há tanto informação por tanto tempo sonegada.
Mas é sempre tempo de saber mais uns detalhes, graças a pessoas como tu,que, conhecedores da nossa História, partilham connoco momentos como este.
Obrigada.
Um abraço
Caríssimo Zé,
Gostei imenso do testemunho e da história de um homem de coragem. Outros pensarão de outra forma, mas é preciso "tê-los" para matar o Rei, sabendo que seria morto imediatamente a seguir.
Depois do regicídio, foram só mais dois anitos de D. Manuel II, que só prologaram o estertor de um regime completamente apodrecido.
E o que é espantoso é que,no dealbar do século XXI, sobrevivam ainda monarquias na Europa. Quem quer largar os seus privilégios, as suas benesses? Nem os lacaios destes senhores/as!
Um abraço amigo e... anarquista!
Um crime é um crime, e para se alcançar os fins nem todos os meios são validos
Não tenho nada contra a monarquia, mas não gosto do sitema , mas esta nossa republica deixa muito a desejar
Saudações amigas
"Não fazia alarde de ideias avançadas" curioso como o relato recorre à designação "ideias avançadas". Não compreendo por que é que, ainda hoje, haja quem defenda a monarquia, não parecem ser detentores de ideias avançadas.
Por vezes para salvar muitas vidas pode ser necessária uma morte, os cristãos sabem-no, de resto não foi só o Carlos que morreu!
Acho que vivemos numa república decadente: estarei com ideias avançadas?
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