Eu sou um daqueles que ainda viveu a realidade dos tempos da “outra senhora”, e que assistiu, mais do que sofreu, as consequências destes dois males. Não era um grande revolucionário, pelo contrário, mas sempre convivi com pessoas que não eram propriamente favoráveis ao regime e que eu sabia que eram vigiadas. Eu ainda era muito jovem, mas considerava essas pessoas como amigas e isso ainda me acarretou alguns problemas, o que me levou a começar a sentir repulsa pelo sistema.
A censura em Portugal remonta pelo menos ao século XVI, primeiro sob vigilância de monges por motivos que se prendem com a influência do pensamento da época, mais tarde entregue a autoridades civis, persistindo quase sem interrupções até ao 25 de Abril. Nos nossos dias é talvez mais subtil e refinada, mas não quer dizer que não exista como já se verificou em diversos processos levantados contra pessoas que se tornaram incómodas para os poderes instituídos, dizendo ou escrevendo sobre casos concretos baseados em informações verdadeiras mas inconvenientes para os visados.
Também, no passado havia o problema da repressão, e o caso mais paradigmático era o de um simples grupo de meia dúzia de pessoas ser considerado uma manifestação, logo ser uma situação a evitar se não se queria ter problemas com a autoridade. Claro que na maioria das vezes isso só acontecia quando estava presente alguma pessoa referenciada pelas autoridades, mas à cautela era sempre situação de evitar. Hoje essa regra já não se aplica do mesmo modo, mas se alguém apupar um governante, ou se exibirem algum cartaz, nunca se sabe se não vão ser identificados pela polícia e não vão responder em tribunal por participação em manifestação não autorizada.
Mudam-se os tempos, mudam-se os métodos, mas o poder, esse nunca gostou de ser contestado por palavras ou por actos, nem no passado nem nos nossos dias. Resta-nos se calhar protestar dentro de nossas casas, como sabiamente disse uma senhora, há uns meses atrás.
A censura em Portugal remonta pelo menos ao século XVI, primeiro sob vigilância de monges por motivos que se prendem com a influência do pensamento da época, mais tarde entregue a autoridades civis, persistindo quase sem interrupções até ao 25 de Abril. Nos nossos dias é talvez mais subtil e refinada, mas não quer dizer que não exista como já se verificou em diversos processos levantados contra pessoas que se tornaram incómodas para os poderes instituídos, dizendo ou escrevendo sobre casos concretos baseados em informações verdadeiras mas inconvenientes para os visados.
Também, no passado havia o problema da repressão, e o caso mais paradigmático era o de um simples grupo de meia dúzia de pessoas ser considerado uma manifestação, logo ser uma situação a evitar se não se queria ter problemas com a autoridade. Claro que na maioria das vezes isso só acontecia quando estava presente alguma pessoa referenciada pelas autoridades, mas à cautela era sempre situação de evitar. Hoje essa regra já não se aplica do mesmo modo, mas se alguém apupar um governante, ou se exibirem algum cartaz, nunca se sabe se não vão ser identificados pela polícia e não vão responder em tribunal por participação em manifestação não autorizada.
Mudam-se os tempos, mudam-se os métodos, mas o poder, esse nunca gostou de ser contestado por palavras ou por actos, nem no passado nem nos nossos dias. Resta-nos se calhar protestar dentro de nossas casas, como sabiamente disse uma senhora, há uns meses atrás.
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Recebi da Isabel Filipe do Art & Design o Prémio "ARTE Y PICO", que muito agradeço.
Uma vez recebido, devo eleger 5 blogs, merecedores do dito prémio pela sua Criatividade, Desenho, Material Interessante e Ligação à Comunidade Blogosférica, sem importar o idioma.
E os amigos nomeados são:
Diário Gráfico
Pelos seus excelentes desenhos
Fotos - Fernanda
Por ter umas fotos de excelente qualidade e gosto.
Maria Visita o Reino de Ester
Um espaço com belas fotos e bonitos efeitos.
We Have Kaos In The Garden
Pelas magnificas montagens que produz.
O Guardião
Pela amizade que nos une … e pelo Goraz.
Aos distinguidos: Deverão conceder o prémio a 5 cinco blogs; Cada premiado deverá constar linkado, para que TODOS o possam visitar; O distinguido deverá exibir o prémio e linká-lo a quem o deu; Tanto o Premiado, como o outorgante, deberão exibir o link de Arte y Pico, para que todos conheçam a origem deste prémio.
Claro que só aceita o prémio quem quiser, por estas bandas colocamos todos à vontade.
E os amigos nomeados são:
Diário Gráfico
Pelos seus excelentes desenhos
Fotos - Fernanda
Por ter umas fotos de excelente qualidade e gosto.
Maria Visita o Reino de Ester
Um espaço com belas fotos e bonitos efeitos.
We Have Kaos In The Garden
Pelas magnificas montagens que produz.
O Guardião
Pela amizade que nos une … e pelo Goraz.
Aos distinguidos: Deverão conceder o prémio a 5 cinco blogs; Cada premiado deverá constar linkado, para que TODOS o possam visitar; O distinguido deverá exibir o prémio e linká-lo a quem o deu; Tanto o Premiado, como o outorgante, deberão exibir o link de Arte y Pico, para que todos conheçam a origem deste prémio.
Claro que só aceita o prémio quem quiser, por estas bandas colocamos todos à vontade.
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CARTOON
12 comentários:
Recuso-me a protestar para as paredes internas.
Falarei onde quiser e como achar mais adequado.
Era o que mais faltava voltarmos à lei da rolha e de comprar o República olhando em redor para ver se algum informador nos observava com mais interesse.
Era só o que mais faltava! A senhora que proferiu essa aleivosidade é uma serva do poder.
Um abraço.
Jorge G.
Agradeço o prémio e é com muita honra que o aceito. O meu muito obrigado
um abraço
A mordaça anda por perto, a repressão também, e o fascismo terá outro nome e maquilha-se para passar despercebido, como se o cheiro o não denunciasse. Há por aí uns Torquemadas à solta...
Fui
Joca
Muito obrigada pelo prémio Zé!!
Tive que ir buscar um alguidar para me babar :-)
(Não repare que não ponha o sêlo lá no bloguito mas é que neste novo blog não coloco nada na coluna senão links :-)
Já há tempos atrás a Laurentina tb me tinha oferecido um outro prémio mas expliquei-lhe as mesmas razões. Espero que não leve a mal).
Quanto ao «Resta-nos se calhar protestar dentro de nossas casas»...nem pensar! Protestemos em todo o lado, e até que a voz nos doa!!
Bjs
MAria
Zé Povinho:
Falar entre paredes significa mesmo "falar para as paredes"... nem no pior tempo da repressão o fiz quanto mais agora que estou velha... e ando cá com uma vontade de desenrolar cartazes... e não só...
Parabéns pelo prémio e aos seus nomeados.
Beijos
Um texto pleno de oportunidade.
Não podemos é permitir que se chegue lá, nem permitir que nos distraiam do que realmente importa.
E atenção que este Governo socialista já seu mostras que gosta pouco de ser contestado!
Boa semana por aí
"Mudam-se os tempos, mudam-se os métodos, mas o poder, esse nunca gostou de ser contestado por palavras ou por actos, nem no passado nem nos nossos dias...."
é triste mas é a nossa realidade ...
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quanto aos teus nomeados só não conhecia "Maria ...." fui espreitar e gostei muito...
concordo com todas as tuas outras escolhas
Falar para as paredes é o mesmo que não falar pelo que a tua vontade de protestar não tem qualquer efeito. Amigo, parece-me que quanto mais calarmos mais consentimos e isso pode significar estar satisfeito.
E eu gosto mesmo muito de rua.
Quanto ao humor, cinco estrelas.
Beijinhossssss
Zé Povinho
Estou com o Mocho-real: recuso-me ao protesto solitário e a coberto de ouvidos indiscretos.
Lindos cartoons.
Realmente qualquer dia a poluição e a pesca sem regras hão-de conduzir-nos a pescar na lata de conserva.
Parabéns pelo prémio que é lindo e merecido.
Um abraço
É bom não esquecermos que também nesse tempo as manifestações não eram autorizadas! Hoje, tal como ontem, à passagem dum político só vale bater palmas!
Filhos da pu...
Um abraço e parabéns pelo merecido prémio
Olá Zé,
Quanto ao texto, não podia ser mais oportuno. É cada vez mais óbvia a necessidade que se sente de defender a livre expressão.
Quanto ao prémio, meu querido amigo, sensibilizou-me muito, porque sinceramente tudo o que tenho lá pelo meu blog é de extrema simplicidade, como eu. Nada comparável à qualidade extraordinária dos seus cartoons e imagens sempre tão originais e de tão bom gosto.
Agradeço como gesto amigo.
A si sim, é mais que justa tal atribuição.
Parabéns e um beijinho muito amigo
Maria
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