quarta-feira, novembro 29, 2017

O PODER DAS RENOVÁVEIS



Depois do recuo do PS na intenção de taxar as energias renováveis, ficam as explicações do governo, que variaram ao longo do tempo, e as razões dos produtores, que até são interessantes.

Segundo os responsáveis da Associação de Energias Renováveis (Apren), “nós (eles) não recebemos rendas, o Estado não nos paga nada”. Ora na realidade o Estado somos nós, e somos nós que pagamos a energia e o défice tarifário, pelo que nessa matéria estamos falados.

As declarações da direcção da Apren continuam e às tantas dizem “o que nós temos é uma tarifa garantida… Se o equipamento avariar não recebo nada.” É curioso que não tenha mencionado o preço de custo de produção da energia eólica e a tarifa garantida, que é muito elucidativa da garantia de lucro chorudo, e quando fala na avaria cai no absoluto ridículo.

O Governo quebrou o contrato com os funcionários públicos, quanto à aposentação, quanto às promoções e até quanto às remunerações, e nunca falou na hipótese de processos judiciais, como fez agora com os produtores de energias renováveis, e isso deixa-nos muito que pensar.



segunda-feira, novembro 27, 2017

COMO EU VEJO O OE PARA 2018

Apesar do que dizem por aí, eu e muitos outros funcionários públicos não beneficiarei do descongelamento anunciado para o Orçamento de Estado de 2018, nem terei qualquer hipótese de subir na carreira, que é horizontal, e muito menos terei qualquer aumento salarial, pelo que tenho que agradecer ao 1º ministro António Costa o facto de ver tudo o resto aumentar (as despesas), o que me obrigará a apertar ainda mais o cinto, o que vem acontecendo desde 2009.

Estou radiante com esta perspectiva e esperançoso num futuro melhor, só não sei quando! 


domingo, novembro 26, 2017

PENSAMENTO



Pensar é fácil. Agir é difícil. Agir conforme o que pensamos, isso ainda o é mais.
 
 Johann Goethe


sábado, novembro 25, 2017

COMO (NÃO) CUIDAR DO PATRIMÓNIO



O caso do jantar no Panteão já tinha sido infeliz, e tinha sensibilizado a opinião pública para as más práticas que advinham do aluguer de espaços em edifícios classificados como museus e monumentos, mas na altura estavam apenas (?) em causa questões de dignidade dos espaços, mas não eram apenas esses que nos deviam preocupar, pois sempre estiveram também em causa problemas de uso e conservação, que também podem decorrer da ligeireza (necessidade afirmam alguns) em fazer estas cedências de espaços.

Agora veio a público um jantar no Palácio Nacional da Ajuda, e ilustrado com fotos bem elucidativas de más práticas, desde logo porque o número de convivas era demasiado elevado para o espaço cedido, o que devia ter inviabilizado desde logo a sua realização.




Algumas frases atribuídas à assessoria da direcção do Palácio Nacional da Ajuda e/ou ao conselho de curadores do Museu de Arte Antiga é que me deixaram furioso com tudo isto. Pretender que o facto de se verem pratos colocados nos corrimões, mesas de catering “perigosamente juntas aos frescos e tapeçarias” e convidados fotografados “encostados e sentados na parte lateral de um coche secular” eram resultado de haver vigilantes em número insuficiente, é para rir, porque quem autorizou a realização, e determinou a colocação das mesas e de todo o material de apoio, bem como o que se iria passar no decorrer da festarola, foram com toda a certeza técnicos superiores do palácio, e nunca vigilantes, que muitas vezes nem são autorizados a estar nos espaços onde decorrem os eventos.


Sacudir a água do capote é coisa que está na moda, mas é patético estar sempre a bater nos mais fracos quando as coisas dão para o torto, e neste caso, como em muitos outros, os responsáveis não se podem esconder atrás dos subordinados que só obedecem a quem manda.


 

quarta-feira, novembro 22, 2017

EFEITOS DA SECA NO GOVERNO

Depois do Porto ter perdido a corrida para a agência europeia do medicamento, o governo de António Costa decide mudar o Infarmed de Lisboa para o Porto.

Não houve nenhum anúncio anterior, nenhuma negociação com os trabalhadores ou com os sindicatos, e nem os deputados sabiam desta decisão, o que torna esta coincidência no tempo muito estranha, pois mais parece uma medida de compensação.

O argumento da descentralização é ridículo, pois o interior, nesse caso, devia ser a escolha óbvia, e Coimbra seria uma opção bastante provável. 

Depois da trapalhada com os descongelamentos das progressões dos professores, agora veio a mudança do Infarmed, e parece que vem aí a risível taxa da batata frita com a Ana Malhoa e o Jorge Jesus como cabeças de cartaz.

Este governo anda mesmo a pedir chuva, pois a seca anda a afectar-lhe o discernimento...


domingo, novembro 19, 2017

CULTURA - PALAVRAS DA SEMANA



“Eles (os museus) existem para guardar, preservar obras de arte, para desenvolver um conhecimento e uma investigação sobre elas. E depois para partilhar esse conhecimento com uma sociedade. Mas hoje invertem-se as coisas e pensa-se que os museus existem para haver público. Há uma lógica de consumo e do mercado que leva a que os museus passem a ser instrumentos de um turismo cultural e de uma industrialização da cultura que está em curso no nosso mundo, facilitada pelas viagens, cada vez mais possíveis. Isto leva a que o público dos museus seja o turista, que muitas vezes está mais interessado em fazer uma selfie e em dizer que esteve no museu do que em ver aquilo que ele exibe ou em confrontar-se com aquilo que ele apresenta.”

João Fernandes, antigo director do Museu de Arte Moderna de Serralves e actual subdirector do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia de Madrid (Expresso 18/11/2017).