quinta-feira, janeiro 31, 2013

QUEM É QUE DEVIA AGUENTAR?

Estou mesmo a ver este indivíduo a dizer, numa reunião de accionistas em 2012:

Meus caros, o país e os cidadãos em geral, atravessam um momento de grandes dificuldades, por isso deviam ser os senhores a assegurar o aumento de capital do vosso banco, em vez de se recorrer a dinheiros públicos, porque afinal esse dinheiro acabará por ser emprestado aos cidadãos e empresas, que pagarão muito caro por ele. Os senhores podem, os senhores aguentam esse esforço...
 

terça-feira, janeiro 29, 2013

O RATO E O ANJO



Há um rato para cada português

Dos jornais

Anjo guardum
pra cada um

Da província

Um rato e um anjo de guarda
para cada.

Anjo defende o acto
mau,
a fazer ou a sofrer.

Rato celebra contrato?
Qual!

Rato rói,
até na orelha.
Anjo dói
de outra maneira.

Mas eis que, nestes enredos,
há dois a mais, um a menos.

Cai ao anjo a pena,
ao rato o pelame.
Um regressa ao seu enxame,
o outro à sua caverna.

E o português, desanjado,
já se vê desratizado.
Chora.

Alexandre O'Neill



domingo, janeiro 27, 2013

QUEM FOI LUCAS CRANACH (O VELHO)



Lucas Cranach nasceu em 1472 em Kronach, e morreu em Weimar a 16 de Outubro de 1553. Foi um pintor do renascimento, e pintor da corte dos Eleitores da Saxónia durante boa parte da sua vida.


Apesar de ter uma obra vasta, que inclui muitos retratos, naturezas mortas e assuntos religiosos, foi também autor de diversos nus baseados na mitologia e até na religião.


Neste momento temos em exposição no Museu Nacional de Arte Antiga dois quadros de Lucas Cranach, um do próprio museu, e outro vindo do Metropolian Museum of Art, de Nova Iorque, que merecem uma visita de todos os amantes de pintura.

Nota: As duas primeiras imagens são as que estão em Exposição no MNAA, e a última é um dos nus da autoria deste pintor, que está no Museu do Louvre.



sexta-feira, janeiro 25, 2013

O FUNDO DO TÚNEL

Aparecem por aí uns quantos indivíduos dizendo que vêem a luz ao fundo do túnel, e que a travessia está a chegar ao fim.

O caminho até aqui está pejado de desempregados, de endividados, de emigrados, de desiludidos, de enganados e de gente amargurada. A esperança fenece e não são palavras de optimismo que nos levantam o moral.

Caso não se inverta a situação actual, pode ser que que no fim da travessia não existam já forças para continuar em frente, ou que a vontade se tenha esfumado.

Durante quanto tempo mais teremos que pagar pelos erros cometidos pelos diversos governos que tivemos nos últimos anos?
 
FOTOGRAFIA

quarta-feira, janeiro 23, 2013

PESSOAS E NÃO NÚMEROS



Na precisa altura em que o governo anuncia uma discussão sobre o Estado social que os portugueses querem e podem sustentar, importa reflectir sobre o que está na origem desta discussão, que está profundamente inquinada.

Tudo foi despoletado pela intenção do governo de cortar 4 mil milhões de euros da despesa pública, sem que fosse apresentada uma razão para tal. De seguida o governo veio afirmar que os cortes seriam nas funções do Estado, nomeadamente na educação, na saúde e na Segurança Social.

Antes de qualquer discussão pública, já estão sobre a mesa os tais cortes e a redução drástica de funcionários públicos, falando-se já num subsídio de desemprego para eles, ultrapassando-se mais uma vez a própria Constituição.

Para o governo é tudo uma questão de números, e não se descortina onde é que estão as preocupações sociais do executivo. Se por um lado dizem ser inevitável o corte de direitos sociais, continuamos a assistir às mordomias dos governantes e dos seus nomeados, à impunidade dos grandes banqueiros, à impunidade dos grandes devedores, e ao empréstimo de dinheiros públicos a bancos mal geridos.

Na lista de prioridades os cidadãos devem estar em último lugar, porque os sacrifícios continuam a incidir sobre os rendimentos do trabalho, sobre as pensões e sobre os direitos sociais. Reclama Passos Coelho legitimidade para fazer o contrário do que prometeu, teimando em castigar a maioria em benefício de uns poucos? Não a tem, evidentemente.

segunda-feira, janeiro 21, 2013

O FUNDAMENTALISTA

Já são conhecidos os "comentadores de serviço" deste governo, bem como a cartilha que seguem sem se questionarem. Dizem-se pragmáticos e realistas, mas não passam de dogmáticos e alheios aos sofrimentos do cidadão comum.

Costumo respeitar ideias diferentes das minhas, mas detesto que se distorçam as coisas e se atribuam as culpas ao povo quando os erros foram cometidos pelos dirigentes. César das Neves nunca critica verdadeiramente o poder, contentando-se em zurzir nos funcionários públicos, nos sindicatos, e nos trabalhadores, como convém.

O seu fundamentalismo ideológico(?) só é comparável a algum fundamentalismo religioso de outras paragens...


quinta-feira, janeiro 17, 2013

A CREDIBILIDADE DO RELATÓRIO DO FMI



O tal estudo do FMI, encomendado pelo governo português e com números por ele fornecidos, já era de credibilidade duvidosa desde o início, pois resumia-se a um elencar de sectores onde se podia cortar para atingir uma quantia de 4 mil milhões de euros, que era o verdadeiro objectivo do estudo.

Logo saltaram à vista números errados, colaboração de membros do governo e uma intenção clara de restringir os cortes às funções sociais do Estado, aos salários do sector público, às pensões e ao emprego público, deixando de fora outro tipo de despesas, o que não se percebe.

A última machadada na credibilidade do relatório do FMI, foi a de se saber que um co-autor do dito, o economista espanhol Carlos Mulas Granados, defende há muito o contrário do que é proposto para Portugal. O economista espanhol lançou noa ano passado uma campanha contra a austeridade no twitter, e ainda ontem lançou um texto em que diz claramente que a redução do défice não tem de estar associada a cortes dolorosos nas despesas sociais.

Por tudo isto se percebe que o relatório em causa é apenas uma encomenda do governo subordinado a uma agenda dele próprio ou de outrem a quem ele se submete, sem ter em conta que é perante o povo deve responder.


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segunda-feira, janeiro 14, 2013

GRIPE

Peço desculpa pela interrupção mas estou com uma gripe que me impede de andar nestas lides durante uns dias. Espero voltar em breve.

sábado, janeiro 12, 2013

MANDATO E QUEIJO



Foi curioso ouvir Passos Coelho vir afirmar que o “governo não foi eleito apenas para executar o memorando da troika”.

Há muito que Passos Coelho deixou de ter legitimidade como 1º ministro, e é precisamente por se ter “esquecido” de que tinha mandato para executar o programa com o qual se apresentou ao eleitorado.

Durante estes dois anos o governo tem-se limitado a executar o memorando da troika, com uns acrescentos absolutamente desnecessários e prejudiciais para economia nacional, sem nunca ter tido em conta as dificuldades e os problemas dos portugueses.

A política não é nenhum exercício de mentiras, nem a arte de esquecer o que se prometeu, e é por isso mesmo que Passos Coelho não merece qualquer consideração, pessoal ou institucional. Um 1º ministro que se esquece das promessas e que não ouve os cidadãos não merece permanecer no cargo, nem tem qualquer legitimidade para o exercer.