O tal estudo do FMI, encomendado
pelo governo português e com números por ele fornecidos, já era de
credibilidade duvidosa desde o início, pois resumia-se a um elencar de sectores
onde se podia cortar para atingir uma quantia de 4 mil milhões de euros, que
era o verdadeiro objectivo do estudo.
Logo saltaram à vista números
errados, colaboração de membros do governo e uma intenção clara de restringir
os cortes às funções sociais do Estado, aos salários do sector público, às
pensões e ao emprego público, deixando de fora outro tipo de despesas, o que
não se percebe.
A última machadada na
credibilidade do relatório do FMI, foi a de se saber que um co-autor do dito, o
economista espanhol Carlos Mulas Granados, defende há muito o contrário do que
é proposto para Portugal. O economista espanhol lançou noa ano passado uma
campanha contra a austeridade no twitter, e ainda ontem lançou um texto em que
diz claramente que a redução do défice não tem de estar associada a cortes
dolorosos nas despesas sociais.
Por tudo isto se percebe que o
relatório em causa é apenas uma encomenda do governo subordinado a uma agenda
dele próprio ou de outrem a quem ele se submete, sem ter em conta que é perante
o povo deve responder.
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