A União Europeia respondeu, com toda a celeridade, no passado recente, aos problemas sentidos pela banca em resultado da crise do imobiliário e da especulação sem regulação. A pronta resposta dos governos em socorro do sector financeiro, o mesmo que de certo modo causou a crise, foi justificada pelo perigo do risco sistémico que podia advir da falência dessas instituições.
A crise continuou até hoje, mudando apenas os seus contornos e as entidades em risco. A especulação desequilibrou os mercados, os défices escondidos tornaram-se públicos, as responsabilidades da crise financeira causada pelas entidades privadas foi assumida pelos Estados, que recorrendo ao crédito para as ajudas e para compensar a falta de investimento ficaram por sua vez em maus lençóis.
Os dinheiros públicos foram a salvação do mercado financeiro, obrigando ao aperto do cinto do contribuinte, e agora vem aí um maior aperto do cinto para socorrer o país, endividado e perto da banca rota.
Onde está a Europa solidária, que demora uma eternidade em encontrar um acordo na ajuda à Grécia e à Islândia, deixando que a especulação atinja agora Portugal, ameaça a Espanha e a Irlanda? A falência dos bancos podia causar um risco sistémico, já a falência dos países é encarada com mais indiferença.
Esta Europa que me impuseram nunca me agradou.