Os nossos sucessivos governos conseguiram o feito inédito de errarem durante dez anos seguidos o cálculo da inflação. As grandes economias mundiais devem estar roxas de inveja de semelhantes governantes, que apesar da pequena dimensão do país e da quase absoluta dependência do exterior, conseguem errar com esta consistência.
Os portugueses lucraram imenso com estas previsões e têm premiado os seus autores com lugares de topo na economia e nas empresas nacionais, nos bancos e até em instituições europeias e internacionais. Todos? Não, claro que não, apenas os que interessam e que enriquecem estupidamente perante a passividade de quem sai claramente mais pobre com este feito.
A dada ocasião começam-nos a iniciar nos meandros da economia global e nos mercados liberalizados, para logo saltarem para os benefícios do empreendedorismo e para as regras da oferta e da procura, e da auto-regulação dos mercados. Aqui começam as perguntas ingénuas sobre a natureza dos efeitos das falhas nos cálculos da inflação. As respostas são prontas e o erro é sempre considerado marginal, resultante duma conjuntura internacional imprevisível, mas que terá afectado igualmente toda a sociedade portuguesa. Se ficamos convencidos? Nem todos.
Na busca de mais respostas, alguns perguntam inocentemente se o governo ao fornecer indicadores para a inflação sistematicamente abaixo do valor real não estará, com isso a desregular o mercado? Bem, aqui começam a subir o tom da voz. A imparcialidade e outras declarações, como as preocupações sociais e a defesa intransigente dos interesses do país são despejados em catadupa.
Silenciosamente, no seu recanto e em surdina, o Zé destila o seu fel e murmura para si mesmo, que estes cálculos por defeito apenas servem para influenciar as negociações salariais, baixando na prática o poder de compra de quem trabalha por conta de outrem, beneficiando uns quantos alarves, que de rédea solta com a desregulação das normas laborais, ameaçam quem deles depende e paga cada vez menos com mais exigências.
Os autores das falhas nos cálculos gabam-se ainda de em tudo o resto terem acertado, permanecendo cegos ao ridículo de tal afirmação, perante a incredulidade diante tamanha desfaçatez, por parte do pobre Zé, que afinal até pensava que estava num oásis rosado e dá por si num país com um nome difícil de pronunciar, onde até a linguagem é diferente da que aprendera nos seus tempos de escola.
Aqui acordei do pesadelo, saltei para as teclas e escrevi estas tolices, antes de voltar lá para fora e ser forçado a reviver tudo isto, agora em português de Portugal.
Os portugueses lucraram imenso com estas previsões e têm premiado os seus autores com lugares de topo na economia e nas empresas nacionais, nos bancos e até em instituições europeias e internacionais. Todos? Não, claro que não, apenas os que interessam e que enriquecem estupidamente perante a passividade de quem sai claramente mais pobre com este feito.
A dada ocasião começam-nos a iniciar nos meandros da economia global e nos mercados liberalizados, para logo saltarem para os benefícios do empreendedorismo e para as regras da oferta e da procura, e da auto-regulação dos mercados. Aqui começam as perguntas ingénuas sobre a natureza dos efeitos das falhas nos cálculos da inflação. As respostas são prontas e o erro é sempre considerado marginal, resultante duma conjuntura internacional imprevisível, mas que terá afectado igualmente toda a sociedade portuguesa. Se ficamos convencidos? Nem todos.
Na busca de mais respostas, alguns perguntam inocentemente se o governo ao fornecer indicadores para a inflação sistematicamente abaixo do valor real não estará, com isso a desregular o mercado? Bem, aqui começam a subir o tom da voz. A imparcialidade e outras declarações, como as preocupações sociais e a defesa intransigente dos interesses do país são despejados em catadupa.
Silenciosamente, no seu recanto e em surdina, o Zé destila o seu fel e murmura para si mesmo, que estes cálculos por defeito apenas servem para influenciar as negociações salariais, baixando na prática o poder de compra de quem trabalha por conta de outrem, beneficiando uns quantos alarves, que de rédea solta com a desregulação das normas laborais, ameaçam quem deles depende e paga cada vez menos com mais exigências.
Os autores das falhas nos cálculos gabam-se ainda de em tudo o resto terem acertado, permanecendo cegos ao ridículo de tal afirmação, perante a incredulidade diante tamanha desfaçatez, por parte do pobre Zé, que afinal até pensava que estava num oásis rosado e dá por si num país com um nome difícil de pronunciar, onde até a linguagem é diferente da que aprendera nos seus tempos de escola.
Aqui acordei do pesadelo, saltei para as teclas e escrevi estas tolices, antes de voltar lá para fora e ser forçado a reviver tudo isto, agora em português de Portugal.
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FOTOGRAFIA
7 comentários:
O erro conveniente para o patronato e o mexilhão é que se vai lixando. Mas que os gajos são uns génios, pois então...
Lol
Interessante foi o facto de terem acertado em tudo, menos no item que realmente fazia a diferença, presume-se que se tratou de azar, o problema é que o azar é para o povo.
Como bem sugeres pelos cartoons escolhidos é o raio da economia, nós é que ainda não entendemos.
Ai Zé, isto começa a ser o nosso pesadelo.
Bjos
O assunto é sério mas os temas de humor aliviam a tensão de viver num país assim. Ora bolas, tanto erro!
Beijinhosssss
Olá querido Zé, passar pelo teu cantinho, é um bálsamo para a alma.
Beijinhos de carinho e amizade.
Fernandinha
são as matematicas, são as matemáticas.
Um abraço
antónio
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