A nova lei do tabaco, que entrou em vigor no primeiro dia do ano veio reforçar a minha ideia sobre o que os portugueses dizem quando questionados sobre qualquer assunto em público: dão respostas quase sempre politicamente correctas. Significará isso que vão proceder igualmente?
As televisões e as rádios colocaram diversas questões a alguns cidadãos, perguntando o que pensavam desta lei, e quase todos disseram que achavam uma lei justa. Mas isto passou-se nos cafés e em alguns restaurantes, o que não me admira nada. Mas o que é que se passou quanto às discotecas? E nos casinos?
Nas discotecas circularam listas para os clientes assinarem, para que se abram excepções nestes estabelecimentos, e foram imensos os que as assinaram. Por via das dúvidas perguntei se também havia alguma lista para que os níveis de ruído fossem aí respeitados, recebi um olhar fulminante e uma resposta desagradável entre dentes, e saí logo dali temendo pelas consequências. Mas afinal também não há uma lei que protege os clientes dos excessos cometidos contra os nossos ouvidinhos? Claro que há!
No casino do Estoril a lei também não foi respeitada, e até surgiu o senhor presidente da ASAE, entidade que vai fiscalizar o cumprimento desta lei, a dizer que a norma não se aplicava aos casinos. Errado, aplica-se e o senhor presidente prevaricou e mostrou desconhecimento da lei, o que também é muito grave, considerando a posição que ocupa. Politicamente correcta foi Maria de Belém, que fingiu não ver os fumadores, ainda que eles estivessem bem perto.
Confesso que não vi ninguém questionar porque é que os proprietários dos estabelecimentos não podem decidir se querem que os seus estabelecimentos sejam para fumadores, com a indicação expressa à entrada. Afinal também fornecem bebidas alcoólicas à discrição, ou não é?
Quanto às denúncias, feitas pelos proprietários, ou pelos clientes, sinceramente é o processo mais odioso e perigoso que conheço, e também gostava de saber se aplicável para quem estacione mal, para quem jogue papéis para o chão, quem passeie o cão e não limpe os dejectos, ou não os leve pela trela e com açaimo, para quem atravessa sem ser na passadeira, quem buzina na cidade, ou do empregado que acabou de fazer um troco e a seguir pega num copo para dar ao cliente. Lembro-me de muitas mais situações, mas estas chegam para ajudar a reflectir sobre o que pode resultar quando todos decidimos ser politicamente correctos.
As televisões e as rádios colocaram diversas questões a alguns cidadãos, perguntando o que pensavam desta lei, e quase todos disseram que achavam uma lei justa. Mas isto passou-se nos cafés e em alguns restaurantes, o que não me admira nada. Mas o que é que se passou quanto às discotecas? E nos casinos?
Nas discotecas circularam listas para os clientes assinarem, para que se abram excepções nestes estabelecimentos, e foram imensos os que as assinaram. Por via das dúvidas perguntei se também havia alguma lista para que os níveis de ruído fossem aí respeitados, recebi um olhar fulminante e uma resposta desagradável entre dentes, e saí logo dali temendo pelas consequências. Mas afinal também não há uma lei que protege os clientes dos excessos cometidos contra os nossos ouvidinhos? Claro que há!
No casino do Estoril a lei também não foi respeitada, e até surgiu o senhor presidente da ASAE, entidade que vai fiscalizar o cumprimento desta lei, a dizer que a norma não se aplicava aos casinos. Errado, aplica-se e o senhor presidente prevaricou e mostrou desconhecimento da lei, o que também é muito grave, considerando a posição que ocupa. Politicamente correcta foi Maria de Belém, que fingiu não ver os fumadores, ainda que eles estivessem bem perto.
Confesso que não vi ninguém questionar porque é que os proprietários dos estabelecimentos não podem decidir se querem que os seus estabelecimentos sejam para fumadores, com a indicação expressa à entrada. Afinal também fornecem bebidas alcoólicas à discrição, ou não é?
Quanto às denúncias, feitas pelos proprietários, ou pelos clientes, sinceramente é o processo mais odioso e perigoso que conheço, e também gostava de saber se aplicável para quem estacione mal, para quem jogue papéis para o chão, quem passeie o cão e não limpe os dejectos, ou não os leve pela trela e com açaimo, para quem atravessa sem ser na passadeira, quem buzina na cidade, ou do empregado que acabou de fazer um troco e a seguir pega num copo para dar ao cliente. Lembro-me de muitas mais situações, mas estas chegam para ajudar a reflectir sobre o que pode resultar quando todos decidimos ser politicamente correctos.
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FOTO DA RESSACA
17 comentários:
Ora de regresso, Zé!
E cá com uma pedalada!
Pois eu, se não entendi mal, também acho que fui convidada, até intimada, a fazer denúncias, neste caso do tabaco. O que virá a seguir, logo se há-de ver.
Quanto ao senhor que fumou, também disse que se a "notícia" foi ele ter fumado, se o não tivesse feito, ela (a notícia) seria ele estar com fumadores e não ter agido em conformidade.
Portanto o senhor prevaricou para avalizar os amigos fumadores ... ou não???
Um abraço e BOM ANO!
Segundo parece , em Portugal, as leis não são para cumprir por quem as concebe, mas para quem tem de as cumprir...divertido não é? Acho o levantamento que fez, de outras realidades, muito oportuno. Sinceramente não me incomoda quem fuma, porque cada um tem o direito de fazer o que entender com o seu dinheiro e a sua saúde. Não concebo é fumadores/as, mal educados, sem o menor pudor, atirarem com o fumo para cima do outros. Como aconteceu em Espanha é muito pertinente a questão que põe sobre os bares que não queiram aderir à lei...suponho que haverá muitos como lá!
Um abraço
António
Zé
O nosso amigo(?) Socas quer que o povo português seja bactereologicamente puro, saudável e desportista. Os que não reunirem essas condições, com a Saúde como está a ser tratada, os fracos, doentes e velhos estão a ser condenados à morte, a bem da pureza da raça. Onde é que já se ouviu isto?
Bjos
Denuncie-se, cumpra-se a lei... sem excepção. E com rigor. Dizem todos. Mas, depois, em surdina, andam a ver como contornar a mesma. Somos assim... não há que lhe fazer... não se precisa, contudo, de exagerar... então aqui o Primeiro já é Adolfo e na Alemanha a Primeira não?
Entretanto, permita que em nome do colectivo NOTAS SOLTASagradeça a participação assídua e acutilante ao longo de 2007.
A lei quando é feita é para todos, quer dizer deveria ser, no entanto por cá as coisas são diferentes.
Embora podendo ser confusa em alguns aspectos a nova lei do fumo, vem de algum modo fazer aquilo que as pessoas por civismo deveriam fazer, ou seja não incomodar ninguém com o fumo, infelizmente a palavra civismo é das menos utilizadas em Portugal.
Pois é Zé ...
esta lei é uma pouca vergonha ... os fumadores são um alvo a abater ... mas serão todos???
como ontem um meu comentador disse (o meu post é precisamente sobre este mesmo assunto):
NUNCA UMA DITADURA...
PROIBIU TANTO!!!
enfim ...
beijinhos e um bom ano novo para ti
Não sei o que se passa mas não consigo comentar os vosso blogs..
Vou temtar mais uma vez...
Não sou fumadora mem tenho nada contra os fumadores, penso que desde que exista respeito fumadores e não fumadores devem fazer o que muito bem entenderem. Penso ainda que esta lei apenas vai ser cumprida pelos mais "pequenos" pois estes não tem como pagar as multas, nem muito nemos a quem feche os olhos para as não passar...Mas o nosso pais não aprende nunca!!! gostaria de deixar aqui um comentário que um amigo me fez ontem: " hoje fiquei triste; passei pela aldeia, chovia torrencialmente estava um velote (dos oitenta para cima)á porta da taberna a fumar um cigarro..." pois meus amigos num Alentejo na maior parte das vezes esquecido por quase todos onde não existe apoio para a terceira idade, onde os velhos vivem sem o minimo de preocupação fazer com que este e outros velhos, que ja tudo deram pelo seu Pais e pela sua terra fumem um cigarro á chuva (no unico lucal que os acolhe sem nada pedir em troca- a taberna-) é memo muito triste!!!
Se eu ouvi bem ontem à noite na Tv estavam a dizer que sim senhor nos casinos se pode fumar, porque obdece a uma legislação difente. E dizem que tem que se fazer uma legislação para eles. Eu penso que não deviam haver excepções. No dia 1 em fui passear, e por acaso vi muita gente a fumar na rua. Em Peniche, vi mesmo o cozinheiro de um restaurante cá fora a fumar.
Agora caricato eu achei aquela noticia do Algarve. Um dono de um café ou restaurante não sei bem, que pediu a um cliente para apagar o cigarro e ele se recusou. Chamou a polícia, mas entretanto o cliente foi-se embora, e a polícia acabou por multar o dono de estabelecimento, porque ele não tinha afixados os avisos de proibição.
Um abraço
Para evitar mais alguns mails indelicados, esclareço que mesmo sendo fumador não fumo nos restaurantes nem sequer dentro de casa, pelo que não sofro particularmente com esta lei. Isto não significa que com ela concorde, pois não encontro razão nenhuma para que não exista a possibilidade de um proprietário dum café, decidr permitir que se fume no seu estabelecimento, desde que isso esteja absolutamente expresso à entrada. Sou contra todos os fundamentalismos e abomino profundamente que se estimule a delação como se depreende desta lei. A liberdade não pode constar das excepções de nenhuma lei, e a bufaria e a estigatização, que é disto que se trata, não podem ser fomentadas por nenhum estado de direito. As regras do bom senso devem ser respeitadas, e tudo bem, mas isto vai mais além. Quem se lembrará a seguir de proibir a circulação dos automóveis para o bem estar de quem circula a pé? Poluem mais do que um fumador, causam mais mal à saúde do que um fumador, e quer queiram quer não, causam mais mortes directas e indirectas do que o tabaco. Será que também aqui alguém pode e quer chamar as autoridades? Sejamos consequentes e não demagógicos.
Abraço do Zé, e venham de lá as caneladas, que eu hoje até estou muito bem disposto.
Olá Zé, meu querido amigo, adoro ler os teus textos e não só.
Deixo-te um grande abraço e muitos beijinhos.
Fernandinha
Olá Zé, tão bem exposta está a sua ideia que não se compreende como ainda assim se habilitou a caneladas ...
Eu deixo um beijinho amigo e se não me levar a mal levo cópia daquela ternurinha de ratinho no ano 2008.
Também já fui fumador e sei o quanto custa deixar de fumar. Talvez por isso, e apesar de um cancro me ter "levado" um lóbulo do pulmão direito, continuo a achar que há algum fundamentalismo nesta lei. Não me esqueço das vezes que me levantei da cama para ir comprar tabaco e sei quanto é difícil deixar o vício, por isso acho que a melhor solução seria deixar ao critério dos comerciantes. Eu iria preferir o restaurante sem fumo, outros não. É a democracia.
Sem dúvida que as despesas com a saúde dos fumadores são suportadas pelo sistema nacional de saúde. Mas para isso os impostos sobre o tabaco são tão elevados e as doenças do foro respiratório devidas aos escapes dos automóveis e aos fumos industriais são pagas pelo mesmo sistema.
Irá o governo mandar aplicar exaustores nas cidades? E para onde é que ia o fumo dos escapes? Para o campo? E as vaquinhas que pastam alegremente pelo campo (e algumas que têm negócio montado nas bermas da estrada), iriam reclamar junto de quem?
A hipocrisia do politicamente correcto, fortalece um segmento de sociedade onde tudo é permitido com o maior desdém pelo contribuinte, pelo munícipe e pelo cidadão.
Zé Povinho
Mesmo que não sejamos politicamente correctos devemos, pelo menos, procurar melhorar a nossa performance em todas essas situações que indicaste.
Em relação ao tabaco como em tudo, não gosto que me apontem uma faca ao peito mas acho que uma boa mudança de mentalidades arejaria muito mais que a falta de fumo.
Um abraço
Olá, passado às festas de fim de ano e a vida voltando ao rítimo normal, estou voltando para fazer a costumeira visita. Espero que nesse terceiro dia do novo ano a luz de um mundo em crescimento ilumina cada alma em seu caminho, ilumina cada coração. E que em 2008 nossa amizade continue sempre se expandindo, crescendo, sempre com muita paz, amor, alegria e união. Só posso agradecer por fazer parte do seu mundo virtual, e desta maneira tão especial que nos tem unido através das palavras. Espero que 2008 seja lindo e feliz e que estejamos todos dispostos a fazer-lo bem mais solidário. Abraços fraternos do amigo.
Caro Zé
Gostei de "encontrar" este blog. Irei voltando certamente...
Na lei, o que mais irrita, para além da cegueira nos métodos é a grande hipocrisia nos princípios... mas isso levava-nos muito longe...
Declaração de interesses: já fui um competentíssimo fumador, mas ter deixado de fumar não se transformou em religião. Não tenho, aliás, nenhuma, graças a deus :)
Abraço.
Sou suspeito para opinar sobre a matéria; sou fumador inveterado e faço-o não apenas por vício. Sabe-me bem um cigarro, bolas.
Caimos num fundamentalismo verdadeiramente inexpliável. Então onde ficam os direitos dos fumadores? Não existem apesar do enorme contributo que dão aos cofres do estado-ladrão?
Abraço
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