O governo simulou uma negociação dos salários da Administração Pública, onde acabou por impor aumentos de 2,1%, ao mesmo tempo que afirmava que nenhum funcionário iria perder poder de compra. Este pressuposto baseava-se nos cálculos de inflação prevista de 2,1% para o próximo ano.
Os cálculos da inflação falharam nos últimos anos e acresce a isso, o facto de esse exercício de cálculo não poder ser aplicado a cada família por igual, como pretendem alguns teóricos. Há imensas variáveis a considerar no que se consideram gastos essenciais pelo que o valor só pode considerar-se um elemento de ponderação.
A Comissão Europeia, para só mencionar um organismo, apresenta um valor superior para a inflação, mas não está sozinha nesta ponderação. Assim sendo, como encarar esta imposição do governo, de 2,1% de aumentos?
Uma vergonha, meus amigos. Em primeiro lugar porque são aumentos tanto mais miseráveis quanto menos se ganhe. Com um salário inferior a 1.000 euros o aumento será sempre inferior a 20 euros, e nesta faixa está a esmagadora maioria dos funcionários públicos.
Em segundo lugar, o aumento de 0,08 euros no subsídio de alimentação só pode ser explicado como uma provocação, porque 4,03 euros + 0,08 euros perfazem a extraordinária quantia de 4,11 euros. Um verdadeiro insulto à inteligência do pessoal.
Os cálculos da inflação falharam nos últimos anos e acresce a isso, o facto de esse exercício de cálculo não poder ser aplicado a cada família por igual, como pretendem alguns teóricos. Há imensas variáveis a considerar no que se consideram gastos essenciais pelo que o valor só pode considerar-se um elemento de ponderação.
A Comissão Europeia, para só mencionar um organismo, apresenta um valor superior para a inflação, mas não está sozinha nesta ponderação. Assim sendo, como encarar esta imposição do governo, de 2,1% de aumentos?
Uma vergonha, meus amigos. Em primeiro lugar porque são aumentos tanto mais miseráveis quanto menos se ganhe. Com um salário inferior a 1.000 euros o aumento será sempre inferior a 20 euros, e nesta faixa está a esmagadora maioria dos funcionários públicos.
Em segundo lugar, o aumento de 0,08 euros no subsídio de alimentação só pode ser explicado como uma provocação, porque 4,03 euros + 0,08 euros perfazem a extraordinária quantia de 4,11 euros. Um verdadeiro insulto à inteligência do pessoal.
Realismo diz o senhor ministro, vergonhoso, digo eu.
*** * ***
Vergonhoso: professores das AEC não recebem
As Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), há quem as designe de Actividades de Empobrecimento Curricular, nasceram algo tortas e, como diz a sábia voz do povo, «aquilo que nasce torto, tarde ou mal se endireita». Não querendo tomar a parte pelo todo, não me atrevo, para já, a juntar-me ao exército, que tem visto as suas fileiras engrossarem, daqueles que diabolizam as AEC. Apesar de não ser novidade para ninguém que me conheça que não concordo com o modelo adoptado nem com os objectivos (se é que estes existem) que estas se propões alcançar. Todavia, posso afirmar, convictamente, que este modelo contribui para o empobrecimento dos professores envolvidos no projecto.A trabalharem desde Setembro sem receberem um cêntimo pelos seus serviços é absolutamente inaceitável. Não esqueçamos que estes profissionais trabalham a «Recibo Verde», portanto há uma boa parte do ano em que não recebem coisa alguma. Isto já é preocupante. Pensar que estas pessoas desde Julho que não auferem qualquer vencimento suscita-me algumas questões: Quem paga a renda / prestação da casa? Quem paga a alimentação? Quem paga a água, a luz, o telefone? Como é que se vive assim? Não esqueçamos que muitos têm que se deslocar em transporte próprio para a (s) escola (s) onde leccionam. Não sei se esta situação se está a passar em todo o país. Em Viseu esta é uma realidade dramática. Parece que os vencimentos estão a ser processados…estavam…estarão…Ninguém sabe ao certo.O que sei é que há gente a vivenciar situações dramáticas. Um amigo disse-me que não sabe se o dinheiro que ainda lhe resta será suficiente para o combustível que lhe permita deslocar-se às várias escolas em que trabalha. Aqui está outra aberração: contratam imensa gente e depois atribuem apenas 12 horas a cada professor, horas distribuídas por distintos locais, obrigando a várias deslocações diárias. Se não expusesse esta situação vergonhosa e lamentável hoje, tenho a sensação de que nem dormiria em paz. Outros há que estão, dado o adiantado da hora, tranquilamente a sonhar com a cabeça na almofada. Enquanto isso, muitos fazem das tripas o coração, encetando majestosos malabarismos, para fazerem face às necessidades básicas do quotidiano. Que vergonha!!!
As Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), há quem as designe de Actividades de Empobrecimento Curricular, nasceram algo tortas e, como diz a sábia voz do povo, «aquilo que nasce torto, tarde ou mal se endireita». Não querendo tomar a parte pelo todo, não me atrevo, para já, a juntar-me ao exército, que tem visto as suas fileiras engrossarem, daqueles que diabolizam as AEC. Apesar de não ser novidade para ninguém que me conheça que não concordo com o modelo adoptado nem com os objectivos (se é que estes existem) que estas se propões alcançar. Todavia, posso afirmar, convictamente, que este modelo contribui para o empobrecimento dos professores envolvidos no projecto.A trabalharem desde Setembro sem receberem um cêntimo pelos seus serviços é absolutamente inaceitável. Não esqueçamos que estes profissionais trabalham a «Recibo Verde», portanto há uma boa parte do ano em que não recebem coisa alguma. Isto já é preocupante. Pensar que estas pessoas desde Julho que não auferem qualquer vencimento suscita-me algumas questões: Quem paga a renda / prestação da casa? Quem paga a alimentação? Quem paga a água, a luz, o telefone? Como é que se vive assim? Não esqueçamos que muitos têm que se deslocar em transporte próprio para a (s) escola (s) onde leccionam. Não sei se esta situação se está a passar em todo o país. Em Viseu esta é uma realidade dramática. Parece que os vencimentos estão a ser processados…estavam…estarão…Ninguém sabe ao certo.O que sei é que há gente a vivenciar situações dramáticas. Um amigo disse-me que não sabe se o dinheiro que ainda lhe resta será suficiente para o combustível que lhe permita deslocar-se às várias escolas em que trabalha. Aqui está outra aberração: contratam imensa gente e depois atribuem apenas 12 horas a cada professor, horas distribuídas por distintos locais, obrigando a várias deslocações diárias. Se não expusesse esta situação vergonhosa e lamentável hoje, tenho a sensação de que nem dormiria em paz. Outros há que estão, dado o adiantado da hora, tranquilamente a sonhar com a cabeça na almofada. Enquanto isso, muitos fazem das tripas o coração, encetando majestosos malabarismos, para fazerem face às necessidades básicas do quotidiano. Que vergonha!!!
*** * ***
FOTOS - BELEZA
12 comentários:
E dito isto, faz-se o quê?
Aceitam-se sugestões, porque eu sustento há muito o voto em branco como único método de manifestar o descontentamento com a classe política, toda ela. Greves, só se forem a sério e de pelo menos três ou quatro dias.
Abraço do Zé
É simples, é só fazer as contas...
A preocupação é apenas com a injustiça do general Eanes que não pode acumular as suas reformas, já o Zé é carta fora do baralho.
Lol
Eu já ando atrapalhado... não sei se me caberão as notas do aumento na carteira... e ao almoço, definitivamente, passarei a "Pêra Manca" e lagosta suada!
Eu cá acho que o aumento é a cara chapada deles!
Olha, bonitos são os bichos desta posta!
Abraço.
Surrial pura e simplesmente.
E quem ainda achar que lhes deve dar uma segunda oportunidade deve ser imediatamente internado por demencia agressiva e perigosa,num diagonóstico superficial
VOTO EM BRANCO ZÉ?!... MAS É LÓGICO , NEM SEQUER É QUESTIONÁVEL.
bom fim de semana
beijão grande
Ai Zé esquecia-me de referênciar a questão das greves...
enquanto os sindicatos não forem sindicatos a serio , enquanto os sindicatos não deixarem de se preocupar com os seus "tachos", com os reinados dos seus secretarios gerais etc,.. quando as quotas dos seus sindicalizados passarem realmente a verter para um fundo de reserva a fim de precaver a situação dos grevistas e essa passar a ser de "verdade" de 3, 4, 1 semana.Aí sim os sindicatos e as greves passarão a ter credibilidade.
Até lá quem paga é o "zé" a sua propria greve e não surte efeito ...
Disse.
Bejão
Acho que aquele senhor do Paquistão tem clones por estas bandas.
Lol
«sustento há muito o voto em branco como único método de manifestar o descontentamento com a classe política, toda ela. Greves, só se forem a sério e de pelo menos três ou quatro dias.»
Assino por baixo!
Bjs
Sul
Por falar em subsídio de alimentação, e dos tais 8 cêntimos, seria curioso que alguém se detivesse a analisar as benesses dos senhores políticos no que toca a refeições e os preços praticados na casa da democracia, versus custos.
Cumps
O voto em branco será também a minha opção. É um voto validamente expresso.
É importante a onda de solidariedade dos blogues em volta do caso denunciado por José Carreira. Outras situações têm sido detectadas. Deverá ser feito um balanço dos blogues aderentes e das situações relatadas para que se tenha uma ideia do que se está a falar. Porém, através do Cegueira Lusa e um pouco do Silêncio Culpado, verifica-se que houve uma adesão significativa em termos quantitativos e qualitativos. É um princípio Zé Povinho!
Enviar um comentário