Já aqui falei há uns dias sobre a problemática do financiamento dos museus, e parece que o tema está mexer, tendo sido debatido entre alguns dos agentes culturais. Um bom sintoma do que digo ficou estampado na revista Actual do último sábado, num artigo de opinião de Luís Raposo, director do Museu Nacional de Arqueologia.
No essencial, resumo o texto ao destaque, que diz “estamos em crer que a opção pela gratuitidade dos museus centrais não apenas constituiria factor de reforço da cidadania como efectivamente seria um bom negócio para o País”.
É saudável que um director de museus tenha opinião sobre política cultural, e que a expresse livremente para que todos possamos também reflectir sobre o assunto. Pessoalmente não concordo com Luís Raposo, essencialmente por dois grandes motivos:
1º As realidades de cada Museu, Palácio ou Monumento são muito diversas, não só pelo que têm para oferecer, como pela sua localização ou até pelos públicos que potencialmente podem atrair. Será sempre um grande erro julgar que a “receita” para um museu servirá igualmente para outro, ou que um que esteja mal localizado possa vir a atrair tantos visitantes como outro que esteja bem localizado.
2º A gestão de cada serviço tem de ser dotada de uma certa autonomia administrativa e financeira, tendo naturalmente que aceitar a respectiva responsabilidade de apresentar os resultados a que se propõe com os meios postos à sua disposição.
No fundo o problema situa-se numa autonomia de gestão responsável, que não é o modelo português, nem colhe simpatias por parte dos directores dos serviços, incluindo o senhor Luís Raposo, como recentemente ficou claro quando do caso Dalila.
Não há fórmulas mágicas nem sequer universais, o que há é um compromisso entre os meios colocados à disposição e os objectivos que se podem alcançar com essa garantia.
No essencial, resumo o texto ao destaque, que diz “estamos em crer que a opção pela gratuitidade dos museus centrais não apenas constituiria factor de reforço da cidadania como efectivamente seria um bom negócio para o País”.
É saudável que um director de museus tenha opinião sobre política cultural, e que a expresse livremente para que todos possamos também reflectir sobre o assunto. Pessoalmente não concordo com Luís Raposo, essencialmente por dois grandes motivos:
1º As realidades de cada Museu, Palácio ou Monumento são muito diversas, não só pelo que têm para oferecer, como pela sua localização ou até pelos públicos que potencialmente podem atrair. Será sempre um grande erro julgar que a “receita” para um museu servirá igualmente para outro, ou que um que esteja mal localizado possa vir a atrair tantos visitantes como outro que esteja bem localizado.
2º A gestão de cada serviço tem de ser dotada de uma certa autonomia administrativa e financeira, tendo naturalmente que aceitar a respectiva responsabilidade de apresentar os resultados a que se propõe com os meios postos à sua disposição.
No fundo o problema situa-se numa autonomia de gestão responsável, que não é o modelo português, nem colhe simpatias por parte dos directores dos serviços, incluindo o senhor Luís Raposo, como recentemente ficou claro quando do caso Dalila.
Não há fórmulas mágicas nem sequer universais, o que há é um compromisso entre os meios colocados à disposição e os objectivos que se podem alcançar com essa garantia.
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PINTURAS
10 comentários:
Porque és um visitante especial, que deixa nas ideias as suas convicções e o calor humano do respeito e da amizade, deixei-te, no meu blogue, o símbolo do nosso aperto de mão.
Obrigada pela tua presença amiga
concordo..
deve-se sim senhor rentabilizar o peixe..
mas a o governo tem de promover a equidade e o que explana faz todo o sentido...
boa semana...
bom natal..lol
Uma das medidas que podiam ser tomadas era, à semelhança do que se passa em França, franquear de forma gratuita o acesso aos museus a determinados sectores da população: estudantes e reformados, por exemplo,
Alargar horários, podia ser outra.
Estimado Amigo,
Eu que não trabalho em ou com museus parece-me que, qualquer tipo de gestão só pode fazer-se grindo os recursos da forma mais "rentável" possível. E, quando digo rentável, não me refiro, ou não me refiro exclusivamente, ao seu aspecto económico financeiro. Aliás, no caso dos museus e outro património, cultural, arquitectónico etc. a rentabilidade deve, em meu modesto entendimento, ser, essencialmente,mensurada através do público que acolhe e, consequentemente, da divulgação e conhecimento que se promove efectivamente. Isto sem embargo de, qualquer gestor deste tipo de património, ter que gerir também o aspecto económico-financeiro tendo sempre em vista a necessidade de conservação do património e da sua mais ampla divulgação.
No entanto, entendo que o preço das entradas nos nossos museus é, actualmente, um factor de inibição às visitas por parte de uma enormíssima fatia dos nossos concidadãos.
Um abraço amigo,
Maria Faia
Estimado Amigo,
Eu que não trabalho em ou com museus parece-me que, qualquer tipo de gestão só pode fazer-se grindo os recursos da forma mais "rentável" possível. E, quando digo rentável, não me refiro, ou não me refiro exclusivamente, ao seu aspecto económico financeiro. Aliás, no caso dos museus e outro património, cultural, arquitectónico etc. a rentabilidade deve, em meu modesto entendimento, ser, essencialmente,mensurada através do público que acolhe e, consequentemente, da divulgação e conhecimento que se promove efectivamente. Isto sem embargo de, qualquer gestor deste tipo de património, ter que gerir também o aspecto económico-financeiro tendo sempre em vista a necessidade de conservação do património e da sua mais ampla divulgação.
No entanto, entendo que o preço das entradas nos nossos museus é, actualmente, um factor de inibição às visitas por parte de uma enormíssima fatia dos nossos concidadãos.
Um abraço amigo,
Maria Faia
Conhecendo-te como conheço, acho que devias dar respostas a algumas das sugestões.
Bjos
Olá Zé, Bela postagem, com lindíssimo texto.
Meu querido, deixo-te muitos beijinhos e uma noite feliz.
Fernandinha
Sílvia
O facto de eu ter opiniões definidas sobre esta matéria, não me impede de suscitar comentários que são sempre proveitosos para conhecer o que pensam outros utentes dos museus. Enquanto frequentadores eles desejam o melhor que já experimentaram nos melhores museus europeus, o que é natural e muito justo. Eu bato-me para que sejam dadas as condições básicas para um melhor desempenho destes serviços, porque conheço as suas carências por dentro. São visões diferentes, mas que eu desejo que se possam concretizar para ambas as partes, a bem do Património e da Cultura. Bato-me por isso há muitos anos, como sabes.
Abraço do Zé
Os museus são espaços de cultura que t~em que ser promovidos e rentablizados. Rentabilizados não quer dizer dar lucro, quer dizer que o investimento neles deve ser deve ser usufruído pelo maior número de visitantes. De uma forma geral pratica-se muito as visitas de estudo mas há outros grupos para além da população escolar mais jovem que deverão ser captados.Os museus são bons espaços de integração social e de compreensão da realidade do País.
Não sei como se governam, provavelmente é o Estado que os subsidia...coisa que cá é bem mentira...mas em Londres, quase tds os bons Museus, são gratuitos.
:-(
Bjs
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