Já falei aqui em problemas de gestão nos museus, mas nunca me debrucei verdadeiramente sobre a gestão dos profissionais que dão a cara todos os dias, sempre que um museu está aberto ao público. Estes profissionais são os vigilantes recepcionistas, os anteriormente guardas de museu.
O público em geral só ouve falar destes trabalhadores, ou porque fizeram uma greve, ou então porque o seu número é manifestamente insuficiente para garantir condições mínimas de segurança. Durante mais de uma dúzia de anos o Ministério da Cultura mais não fez do que desacreditar os protestos destes profissionais, fazendo crer que os problemas não existiam e que as greves eram apenas uma rotina habitual sem razão. A própria comunicação social foi afinando por esse diapasão, nunca relevando uma das questões que sempre esteve sobre a mesa, e que o ministério nunca se mostrou disponível para resolver, que era precisamente o factor negativo do recurso sistemático a contratos de curta duração, para suprir necessidades permanentes dos serviços.
Hoje já é impossível esconder este tremendo erro de gestão de pessoal, com uma agravante que ninguém parece disposto a abordar, que é o envelhecimento excessivo do pessoal do quadro, a desempenhar estas funções, o que acarreta outros problemas como os de integração e de transmissão de experiências, que são absolutamente essenciais para o desempenho destas funções.
Não basta ouvir a senhora ministra vir enumerar uma série de falhas, ou manifestar a sua convicção de que o problema da falta de pessoal se virá a resolver com o recurso ao pessoal na bolsa de disponíveis. O problema vai mais fundo, porque os salários são baixos, e porque a solução está no rejuvenescimento dos quadros do pessoal de vigilância e recepcionistas, o que não me parece que seja viável exclusivamente com o recurso aos disponíveis.
É uma pena que o Ministério da Cultura tenha, desde há muito, optado por esta posição autista de não dialogar com estes trabalhadores.
O público em geral só ouve falar destes trabalhadores, ou porque fizeram uma greve, ou então porque o seu número é manifestamente insuficiente para garantir condições mínimas de segurança. Durante mais de uma dúzia de anos o Ministério da Cultura mais não fez do que desacreditar os protestos destes profissionais, fazendo crer que os problemas não existiam e que as greves eram apenas uma rotina habitual sem razão. A própria comunicação social foi afinando por esse diapasão, nunca relevando uma das questões que sempre esteve sobre a mesa, e que o ministério nunca se mostrou disponível para resolver, que era precisamente o factor negativo do recurso sistemático a contratos de curta duração, para suprir necessidades permanentes dos serviços.
Hoje já é impossível esconder este tremendo erro de gestão de pessoal, com uma agravante que ninguém parece disposto a abordar, que é o envelhecimento excessivo do pessoal do quadro, a desempenhar estas funções, o que acarreta outros problemas como os de integração e de transmissão de experiências, que são absolutamente essenciais para o desempenho destas funções.
Não basta ouvir a senhora ministra vir enumerar uma série de falhas, ou manifestar a sua convicção de que o problema da falta de pessoal se virá a resolver com o recurso ao pessoal na bolsa de disponíveis. O problema vai mais fundo, porque os salários são baixos, e porque a solução está no rejuvenescimento dos quadros do pessoal de vigilância e recepcionistas, o que não me parece que seja viável exclusivamente com o recurso aos disponíveis.
É uma pena que o Ministério da Cultura tenha, desde há muito, optado por esta posição autista de não dialogar com estes trabalhadores.
*** * ***
FOTOGRAFIA
10 comentários:
Com que então os disponíveis não parecem interessados nos lugares de guardaria, porque será? Carreiras aliciantes, salários do melhor, descanso a meio da semana para ficarem livres das chatices familiares ...
Lol
de facto apenas se fala dessas pessoas pela greve e tal..
boa explicação..
convido-o a ver os danos colaterais do tsunami em power point..
lol
mas isso já é normal não dialogar com ninguém, a sra. ministra parece que está sempre com um rissol ou um croquete na boca.
Dialogar? Essa palavra ainda existe no Dicionário dos nossos governantes?
O problema com esses trabalhadores é semelhante ao que existe em outros sectores e ministérios nacionais.
Por exemplo, há escolas com cerca de 600 alunos, desde o 1º ao 9º ano, nas quais existem 2 funcionárias agentes auxiliares de educação pertencentes ao quadro. As outras mantêm-se numa certa "reserva de efectivos", ganhando menos e não usufruindo dos mesmos direitos das pessoas dos quadros.
O estrangulamento economicista do governo atinge todos os sectores, mesmo aqueles de relevante interesse nacional como o da Educação e o da Cultura.
E assim se vai deseducando todo um povo!
Um abraço.
Apenas para dizer que adorei as havaianas da senhora caricaturada, e o estilo do guitarrista..ehehehe!
Um abraço
Concordo e subscrevo o seu post amigo Zé. Pessoal do quadro envelhecido,gestão de pessoal errada e danosa, recurso a contratos a termo certo, o que apenas vai beneficiar os cofres do Estado. Quanto à bolsa de disponíveis alguém acredita que esses funcionários vão ser reintegrados? Duvido muito. A situação que descreve passa-se não apenas no sector da Cultura mas também no da Saúde, da Educação, da Agricultura e em tantos outros.
O autismo persiste e tende a aumentar.
Um abraço.
na minha tasca deixo-lhe um desafio de postar excerto da pagina 161 d'um livro..
Vim agradecer a visita oa Sexta feira. E conhecer o seu cantinho que na verdade eu já conheço à tempos. Já por aqui tenho andado mas silênciosa.
Penso que o problema dos empregados dos museus é o problema de outros sítios. Qualquer dia começam a fazer como nas escolas. Ou seja, em muitas escolas em vez de se ter pessoal auxiliar, vão buscar pessoas ao fundo de desemprego. Tudo bem se dessem um emprego ás pessoas tirando-os do desmprego. Mas não. as pessoas continuam a receber o ordenado pelo fundo de desemprego, e pelo trabalho diário recebem ums trocos.
Quando estas pessoas acabam o subsídio de desemprego, vão-se embora e veem outros
Um abraço
Quando menciono os contratos de curta duração nos museus refiro-me também ao recurso a trabalhadores enviados pelos centros de emprego, que até há bem pouco tempo eram o grosso do pessoal temporário dos museus. Agora essa "mina" parece que findou e daí o agudizar da crise de falta de pessoal.
Abraço do Zé
Enviar um comentário