É com agrado que se regista o debate sobre novas formas de financiamento dos museus e de captação de públicos, precisamente quando se constata que o Estado não dota estas instituições com o dinheiro necessário para o seu funcionamento, em condições semelhantes às de outros países europeus.
Há diversas perspectivas, que se dividem em pelo menos duas realidades completamente diferentes – Estados Unidos e Europa. Esta divisão, algo redutora para alguns, é no entanto real, porque espelha outra realidade que é a do Velho Mundo (Europa) e a do Novo Mundo (todo a América do Norte). Esta simplificação propositada, mas não menos concreta, explica de certo modo duas concepções diferentes, que são consubstanciadas em museus geralmente estatais e museus ligados a grandes mecenas ou fundações com grande dimensão. Ainda mantendo uma classificação simplista, uma divisão entre públicos e privados.
Desenganem-se os que consideram que os dois modelos apresentam resultados financeiros muito diferentes, por dependerem da iniciativa privada ou pública, porque contam-se pelos dedos de uma só mão os museus com alguma dimensão que se podem gabar de se sustentarem por si sós. Para os mais cépticos basta comparar financeiramente o Museu Gulbenkian com o Museu de Arte Antiga, comparando investimento e retorno de verbas.
As grandes diferenças para o grande público, se não entrarmos em linha de conta com as colecções, situam-se mais do lado dos serviços prestados e da conservação e disposição dos espaços. Estes dois aspectos dependem apenas de dois factores, que são a gestão dos recursos humanos e da existência de meios materiais para o funcionamento e manutenção dos espaços. Aqui temos em primeiro lugar as direcções, que têm de ser competentes e exigentes e as tutelas que têm de acreditar nas competências de gestão das direcções, e portanto devem dotá-las dos meios necessários para atingirem os objectivos pretendidos.
A rentabilidade não é um factor que se possa desprezar, muito pelo contrário, mas só se pode verdadeiramente explorar esse filão, quando for atingido um patamar de qualidade de serviços e de apresentação da instituição, que transforme o museu sombrio em imagem de marca e de prestígio entre os seus congéneres europeus e mundiais. Primeiro há que apostar na apresentação, ter um museu cuidado e conservado com bons serviços de atendimento e informação para disponibilizar aos seus públicos.
A vertente comercial assim pode assim florescer, os mecenas aparecem inevitavelmente porque a associação dos seus nomes numa instituição prestigiada tem muita visibilidade e o investimento compensa.
Esta é a sequência lógica, ainda que bastante simplificada, para se transformarem alguns Museus, Palácios e Monumentos deste País, em verdadeiros pólos culturais, rentáveis e com poder de atrair públicos de todas as partes do mundo.
Estas etapas não podem ser suprimidas, e não há foguetório que iluda o mau momento que se vive na Cultura, por falta de investimento e de alguma confiança e autonomia de gestão, ainda que com objectivos definidos como é evidente.
Há diversas perspectivas, que se dividem em pelo menos duas realidades completamente diferentes – Estados Unidos e Europa. Esta divisão, algo redutora para alguns, é no entanto real, porque espelha outra realidade que é a do Velho Mundo (Europa) e a do Novo Mundo (todo a América do Norte). Esta simplificação propositada, mas não menos concreta, explica de certo modo duas concepções diferentes, que são consubstanciadas em museus geralmente estatais e museus ligados a grandes mecenas ou fundações com grande dimensão. Ainda mantendo uma classificação simplista, uma divisão entre públicos e privados.
Desenganem-se os que consideram que os dois modelos apresentam resultados financeiros muito diferentes, por dependerem da iniciativa privada ou pública, porque contam-se pelos dedos de uma só mão os museus com alguma dimensão que se podem gabar de se sustentarem por si sós. Para os mais cépticos basta comparar financeiramente o Museu Gulbenkian com o Museu de Arte Antiga, comparando investimento e retorno de verbas.
As grandes diferenças para o grande público, se não entrarmos em linha de conta com as colecções, situam-se mais do lado dos serviços prestados e da conservação e disposição dos espaços. Estes dois aspectos dependem apenas de dois factores, que são a gestão dos recursos humanos e da existência de meios materiais para o funcionamento e manutenção dos espaços. Aqui temos em primeiro lugar as direcções, que têm de ser competentes e exigentes e as tutelas que têm de acreditar nas competências de gestão das direcções, e portanto devem dotá-las dos meios necessários para atingirem os objectivos pretendidos.
A rentabilidade não é um factor que se possa desprezar, muito pelo contrário, mas só se pode verdadeiramente explorar esse filão, quando for atingido um patamar de qualidade de serviços e de apresentação da instituição, que transforme o museu sombrio em imagem de marca e de prestígio entre os seus congéneres europeus e mundiais. Primeiro há que apostar na apresentação, ter um museu cuidado e conservado com bons serviços de atendimento e informação para disponibilizar aos seus públicos.
A vertente comercial assim pode assim florescer, os mecenas aparecem inevitavelmente porque a associação dos seus nomes numa instituição prestigiada tem muita visibilidade e o investimento compensa.
Esta é a sequência lógica, ainda que bastante simplificada, para se transformarem alguns Museus, Palácios e Monumentos deste País, em verdadeiros pólos culturais, rentáveis e com poder de atrair públicos de todas as partes do mundo.
Estas etapas não podem ser suprimidas, e não há foguetório que iluda o mau momento que se vive na Cultura, por falta de investimento e de alguma confiança e autonomia de gestão, ainda que com objectivos definidos como é evidente.
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FOTOGRAFIA
11 comentários:
Penso que lança aqui pistas muito interessantes sobre o que se podia fazer nos espaços museológicos...
O problema é que eles são os grandes detentores de toda a verdade .
Nem sequer têem um plano de trabalho para a cultura , as coisas vão-se fazendo em cima do joelho ao sabor das Hermitages que vão surgindo.
Beijão grande
Planeamento e e imposição de objectivos, não é uma linguagem que os responsáveis pela Cultura entendam. Fazer um trabalho com pés e cabeça, não está ao alcance da sua miopia e vaidade. Querem matar etapas, uns quantos fogachos popularuchos para entreter as gentes, mas ficam-se por aí, porque os seus interesses viram-se mais para as colunas sociais e para os interesses pessoais.
O Património degrada-se, a estratégia é aberrante e viva o galo de Barcelos, que agora até pode ser adquirido no Palácio Nacional da Pena, onde também já há umas mesinhas nas Cozinhas, agora transformadas em esplanada alternativa da cafetaria.
Isto está a saque meus amigos.
Desculpa o desabafo, Zé.
Até breve
Olá Zé, belíssimo texto amigo.
Deixo-te muitos beijinhos.
Fernandinha
Pra mim não é com propaganda a grandes exposições que a coisa vai lá, tapar o mau com grande eventos, por muito interessantes que sejam, não é a melhor forma de actuar.
Acredito que é necessário criar uma base com bons alicerces, é necessário repensar o sistema, incentivar a procura da cultura no cidadão, que por sua vez vai exigir melhor e mais.
Entretanto os responsáveis continuam a tapar a ferida com belas ligaduras sem realmente a curar.
"A rentabilidade não é um factor que se possa desprezar, muito pelo contrário, mas só se pode verdadeiramente explorar esse filão, quando for atingido um patamar de qualidade de serviços e de apresentação da instituição, que transforme o museu sombrio em imagem de marca e de prestígio entre os seus congéneres europeus e mundiais."
Não posso estar mais de acordo contigo. Quanto aos museus e locais históricos. O dinheiro tem de ser aplicado na conservação dos espaços de modo que nos apercebamos de que isso está a acontecer.
Beijinhos
o que falta muitas vezes é a vontade.. as ideias existem..
Tudo depende como é gerido o orçamento da cultura , será ainda cedo para ver o que vem de bom
Saudações amigas
Plantar para colher, talvez seja exigir demasiado de políticos mesquinhos que apenas estão interesados em ciclos eleitorais e uns lugares bem remunerados. O interesse público e a as preocupações culturais não constam da sua cartilha.
Cumps
Olá Zé, passei para deixar-te muitos beijinhos.
Fernandinha
Tenho a dizer que gosto muito dos cartoons relativos ao Paquistão. Acho que até vou 'roubar' alguns.
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