quarta-feira, novembro 14, 2007

POBRE CULTURA

O estado da Cultura em Portugal é simplesmente confrangedor. Museus a fechar parcialmente, mais uma vez, por falta de pessoal de vigilância e uma ministra a imputar as culpas a um director geral. Estou pasmo!
Este problema atravessa governos há já mais de uma dezena de anos, e a senhora ministra desculpa-se dizendo que não foi alertada a tempo (?). Até parece que estamos perante um problema novo, e que Isabel Pires de Lima não teve tempo para o resolver definitivamente.
Isentos de culpa, também não estão certamente os directores dos Museus, Palácio e Monumentos, porque se foram contentando com a situação de contratos precários e com uma rotatividade absolutamente pouco recomendável a todos os títulos, do pessoal de vigilância, preferindo não levantar ondas, tentando assim ficar nas boas graças da tutela. Mas o que é mesmo incompreensível, é que a senhora ministra, responsável máxima pelo sector, venha declarar que “não há a mais pequena responsabilidade do Ministério da Cultura neste assunto”, quando ainda há poucos meses se verificou idêntica situação, para a qual se obtiveram contratos por 4 meses, que obviamente foram sancionados pelo seu gabinete.
Ontem à tarde veio a público a notícia de que o ministro das Finanças já tinha assinado o despacho autorizando a permanência de 90 funcionários (tarefeiros?) por um período de seis meses, pretendendo-se assim afirmar que a situação estava resolvida.
Desenganem-se todos, porque o problema persiste com toda a precariedade existente até aqui, e considerando que os contratos acabam por volta do mês de Maio, e já estaremos então no começo da época alta de visitantes, os problemas acumulam-se até lá, não permitindo uma correcta gestão de pessoal, no que concerne a férias e outras actividades dos próprios serviços, já que a incerteza da renovação de contratos vai durar até ao fim, e provavelmente muitos lugares irão ser preenchidos por outro pessoal, que terá naturalmente que ser integrado nestas tarefas e que demoram o seu tempo a ter uma prestação normal nas tarefas que nunca antes desempenharam.
Isto não passa de mais um penso rápido colocado sobre a ferida, porque estas são necessidades permanentes de pessoal, e não um reforço aceitável para fazer frente aos períodos de férias e de natural aumento do fluxo de visitantes.
Saliento, porque completamente fora do contexto actual, a frase de Isabel Pires de Lima: “A vertente museológica é uma das prioridades da tutela (Cultura)”. Olha se não fosse…!

Um artigo que vos recomendo de 6 de Agosto de 2007. Afinal Enganei-me
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FOTOS - VINGANÇA
Louvre - Paris 6 by Denneris

Louvre - Wikipédia

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CARTOON

Horsey

Patrick Chappatte

13 comentários:

Anónimo disse...

Com que então viras as costas à Isabelinha. Meu malandro!
Ela , de facto não devia estar a par da situação, não vês que tem andado ocupada, da modista, para o cabeleireiro, do esteticista para a manicure, e de um almoço até a um jantar, cá dentro e lá fora?
Que trabalheira, Zé. Nem calculas a estafa que a menina tem sofrido.
Bjos

Maria Faia disse...

Viva Amigo Zé,

A pobreza da nossa cultura é, salvo melhor opinião, uma pobreza muito mais profunda: a pobreza da mentalidade deste povo que é o nosso.
Eu sou daquelas que ainda acredito ser possível dar o "salto" em frente. Mas, mudar mentalidades é o mais difícil de conseguir...
Serão precisas gerações?!...
O seu trabalho e o de todos quantos se preocupam com estas matérias é um dos caminhos a seguir, seguramente.

Um abraço amigo,
Maria Faia

Anónimo disse...

Plumas e purpurinas não escondem o estado de miserável abandono em que se encontra grande parte do nosso património.
Tenha um bom dia

Anónimo disse...

Boas fotos de museus.

Que Museus estão a fechar? Sei das suas dificuldades e concordo com que dizes das causas mas...

Bjs

Anónimo disse...

Já agora, ainda ná me respondeste, trabalhas em alguma coisa relacionada com Museus? :-)
...a minha curiosidade vem do facto de me interesasar mt essa area pois foi a minha area de mestrado..museologia e museografia..só não o terminei ainda pq o Minuistério não homologou ainda esse curso...e é da Nova de Lx...há coisas fantásticas, não há? Enfim...

quintarantino disse...

caro amigo, desculpe-me o atrevimento, mas a senhora ministra não estará apenas a dar continuidade a políticas de antanho? tirando alguns lampejos, desde quando é que cá por Portugal nos preocupamos a valer com a Cultura?

Anónimo disse...

Pois meu amigo eu acho que a Srª Ministra tem razão quando diz que a Culpa é do Manel...
Mas que fazer?
A Cultura sempre foi o parente pobre de todos os governo!!!
O que eu considero mais grave ainda foi a Srª Ministra dizer que "não podemos ficar só pelo nosso património museológico"...
Provávelmente deveria ela própria fazer uma visita ou várias pelos nossos Museus e Palácios para saber se temos ou não um vasto património que nos dignifica a todos e jamais nos envergonha.
Estou de volta!

Jorge P. Guedes disse...

Se não fosse...já teriam abatido os museus todos e vendido os edifícios patra qualquer Banco espanhol!

Nada do que relata me surpreende tudo me desaponta e entristece cada vez mais. Vivemos, decididamente, num país amador, comandado por gente da maior incompetência e desfaçatez que algum dia vi!
Só a História, implacável, os há-de julgar e condenar!

Um abraço.

Archeogamer disse...

A cultura nunca foi o forte do sgovernos de Portugal, e a forma como tem tratado este assunto é um exemplo latente do mesmo.

Cumprimentos zé.

NÓMADA disse...

É confrangedor o ar patético e simultaneamente convencido de Isabel Pires de Lima.Lembra aquelas prostitutas já rafeirosas que acham que ainda são umas grandes brasas. A mulher não se dá conta que a cultura passou por ela quando ela estava a dormir e julga-se uma protagonista cultural quando não passa de um arremedo caricato daquilo que devia ser.

adrianeites disse...

a cultura .. o eterno problema da cultura...
os ministros da cultura têm sido uns aculturados...

SILÊNCIO CULPADO disse...

Falar da cultura em Portugal e da preocupação dos governos com a cultura, é falar de um imaginário num paraíso perdido na altura em que os governantes só vêm o valor do dinheiro nas suas opções. Unamo-nos por uma sociedade mais justa.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Falar da cultura em Portugal e da preocupação dos governos com a cultura, é falar de um imaginário num paraíso perdido na altura em que os governantes só vêm o valor do dinheiro nas suas opções. Unamo-nos por uma sociedade mais justa.