quarta-feira, maio 09, 2007

OS ÍNDICES INCÓMODOS

Já não é oposição, os sindicatos ou o jornalismo de sarjeta, mas sim a Comissão Europeia, que vem dizer que o “poder de compra (português) registou a maior quebra dos últimos 22 anos”. Aquilo que os portugueses vêm sentindo nos bolsos e a que os nossos gurus da economia apelidam de contenção salarial, afinal é uma quebra real do poder de compra da maioria das famílias portuguesas.
A contenção salarial tão aplaudida pelos empresários e economistas, visaria diminuir os custos associados à produção e iriam contribuir para que os produtos produzidos em Portugal fossem competitivos em relação aos colocados nos mercados para onde exportamos. Outro cavalo de batalha destes génios era o de que os salários tinham subido e a produtividade estava estagnada. Aqui chegados, temos que Portugal é um país de portas abertas aos produtos de todo o mundo, temos preços que já se aproximam da média europeia, quando não superiores (Ex. Espanha), e continuamos a ter baixa produtividade (dizem-nos), e dos salários mais baixos praticados na Europa.
Enquanto os nossos sábios (?) continuam a insistir nesta fórmula que não revê resultados nos indicadores que a suportavam, a Comissão Europeia no seu relatório da Primavera vem afirmar, contundente, que o que faz crescer a Europa e a sua expansão, assenta “num investimento sólido” e no consumo privado - das famílias e empresas – mais forte.
Afinal parece que a estratégia nacional está profundamente errada, os pressupostos não são os que nos impingiram, e que afinal a quebra do nosso poder de compra, serviu apenas para encher a barriga aos nossos excelsos dirigentes políticos, patrões e gestores que, afinal foram os únicos que não perderam nada, pelo contrário, ganharam poder de compra.
Nas finanças, como na natureza, nada se perde nada se cria, tudo se transforma – os ricos ficam mais ricos e os pobres ainda mais pobres ficam.

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HUMOR EM FRANCÊS
Dilem

Delize

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BELEZA DE IMAGENS

Kjetil Hanssen

5 comentários:

zé lérias (?) disse...

se não fosse a menina do Game (última imagem) sairia daqui ainda mais deprimido do que entrei.
afinal esta tropa continua a comer-nos as papas na nossa cabeça, como o botas de santa comba.
Será que o pessoal que vem aqui lê tudo até ao fim?
Que bom seria!
Um abraço

Archeogamer disse...

Os dados do crescimento serão sempre muito relativos, ao longo do ano acontecem uma série de factores e condicionalismos que não se pode prever com clareza que se sobe ou desce X pontos percentuais. Enfim estatísticas a parte, bela menina Zé ;)

Anónimo disse...

Foi pena não teres acrescentado que os gestores de topo chegam a "comer" quase 1/3 dos lucros das empresas e que por isso não há cacau para a modernização e para aumentar os salários.També não acrescentaste uma pergunta muito importante: com que percentagem da economia paralela entram o governo e o INE quando calculam os índices de produtividade?
Bjos

Jorge P. Guedes disse...

Peço muita desculpa, mas hoje é só mesmo para deixar um abraço.

CORCUNDA disse...

Concordo plenamente. E só quem não tem grande necessidade de fazer contas diariamente para pagar prestações de casa, serviços, comprar comida, pagar escolas e infantáriios e transportes é que pode ter uma ideia contrária da situação. É claro que neste último caso encaixam uma grande chusma de patrões oportunistas e exploradores, políticos parasitas e gestores espertalhaços de 1/2 tijela.
Abraço.