quarta-feira, maio 29, 2019

CURTINHAS


Cobrador do fraque – A Autoridade Tributária decidiu usar de métodos que não ficam nada a dever ao “cobrador do fraque”, fazendo uma operação apoiada pelas autoridades policiais, onde os devedores ao fisco eram obrigados a pagar as suas dívidas de imediato, ou então ficavam com a viatura penhorada. O que mais me mete confusão é ver os comentadores dizerem que não percebem de onde veio a ideia, quando todos sabem que há prémios pela cobrança de dívidas fiscais.


Boris Johnson vai a tribunal por mentir e enganar – Durante a campanha do Brexit há três anos este político inglês, e candidato ao lugar de Teresa May, afirmou que a UE custava aos britânicos 250 milhões de libras por semana, o que era mentira. Agora está a contas com a Justiça por “mentir e enganar”. Se a coisa pega em Portugal os políticos eleitos, e não só, arriscam-se a ir com muita frequência a tribunal…
 

Grandes devedores à banca – O Banco de Portugal decidiu não divulgar os nomes e os montantes dos grandes devedores aos bancos a que o Estado (nós) ajudou, falando do sigilo bancário. É curiosa esta posição, como curioso é o facto de os bancos não terem tentado cobrar as dívidas, ou de terem demorado muito a fazê-lo, e que o BP não tenha fiscalizado em tempo útil como é que esses créditos foram concedidos e se não houveram situações duvidosas e de favorecimento.   


segunda-feira, maio 27, 2019

“DROIT DE RETRAIT”


A lei laboral francesa atribui este direito que permite faltar, quando se considera não estarem reunidas as condições para o desempenho de funções em segurança, e isso levou a que os trabalhadores de recepção e vigilância do Louvre usassem esse direito levando ao fecho do museu no dia de hoje.

Os museus têm vindo a perder efectivos em França, como em Portugal, sendo que por cá existem hoje menos efectivos do que há 20 anos, a desempenhar as funções de recepção e vigilância.

A falta condições de segurança, por cá, vai para além da escassez de pessoal, passando também pela falta de formação adequada e contínua, por falta de meios complementares de comunicação e vigilância, para mencionar apenas algumas.

O descontentamento dos trabalhadores dos nossos museus, palácios e monumentos também deriva da falta de perspectivas de progressão numa carreira que foi horizontalizada, pelos salários muito baixos apesar dos horários excepcionados, pela falta de apoio em situações de conflito e pela falta de diálogo por parte da tutela.

Por cá não temos o “droit de retrait”, e por isso só se pode recorrer à greve, que todos sabemos que é sempre mais mal recebida pelos visitantes, que frequentemente ignoram as razões da mesma, e nem sequer sonham que a sua segurança pode estar em causa, em determinadas situações e em alguns destes serviços.



sexta-feira, maio 24, 2019

FELIZ ANIVERSÁRIO

A 24 de maio de 1941, nasce, em Duluth, Robert Allen Zimmerman, mais conhecido por Bob Dylan, seu nome artístico.


sexta-feira, maio 17, 2019

PATRIMÓNIO COM DUAS NOTÍCIAS NO MESMO DIA


Não é comum ler no mesmo dia, no mesmo jornal, duas peças relativas a assuntos ligados ao Património, por isso o dia de hoje foi especial e o jornal está de parabéns.

Começando pelas “Coisas estranhas”, no seu segundo pontos referia o caso anteriormente noticiado no DN de 6 de Junho de 2017, resultante duma auditoria feita pela Direcção-Geral do Património Cultural, à gestão da então directora em funções no Mosteiro dos Jerónimos, que depois seguiu para o Ministério Público. Estranha-se que até hoje não existam conclusões, que a senhora tenha sido mantida em funções pela tutela até passar recentemente à reforma, e sido nomeada outra directora esta semana.

Da coluna de opinião sobre factos estranhos passemos a uma notícia, segundo a qual terá sido marcada a decisão instrutória da Operação Cavaleiro, para o próximo dia 11 de Junho. A acusação sustenta que o ex-director do Museu da Presidência da República terá cometido 42 crimes, que a defesa diz que são sustentados em “muita criatividade”, e que, “quanto muito terão sido cometidas irregularidades que foram hiperbolizadas”, até porque “não falta um clip nem um pionés no Museu da Presidência”.

Creio que será difícil encontrar muitas notícias sobre o Património, especialmente boas, já as más parece que são mais comuns.



quarta-feira, maio 15, 2019

PARA QUE SERVEM DOIS MUSEUS DOS COCHES?

Há uns anos o Estado, através das suas instituições competentes, decidiu mandar construir um novo edifício para transferir os coches do Antigo Picadeiro, de modo a poderem ser melhor fruídos pelos visitantes. A decisão foi controversa e muitos, como eu, acham que o novo edifício em nada beneficiam tão belas e ricas viaturas antigas.

O que nunca foi compreendida foi a manutenção de alguns coches no antigo edifício, que continua aberto ao público com algumas intermitências devido a cedências de espaços para cerimónias oficiais, ou mesmo eventos de natureza particular.

Hoje decidi publicar aqui uma imagem do suplemento do jornal Público, onde se vêem mesas a poucos metros da exposição de coches, no magnífico edifício do Picadeiro, certamente tirada numa cedência de espaços.

Recordo que uma exposição de carros eléctricos nos dois espaços onde pontuam os veneráveis coches, mereceu um coro de críticas, onde pontuavam palavras tais como "vergonha"ou "mercantilismo". Enfim, o Património serve para muitas coisas mas lucra muito pouco com isso.
Será que o Picadeiro está aberto para ser usado como salão de festas? Será que não há falta de pessoal no Museu dos Coches (novo)? Não merecerá o velho edifício ser beneficiado com umas obras de restauro e depois ser utilizado com a devida dignidade? 


quinta-feira, maio 09, 2019

SERÁ MESMO ASSIM?


As coisas nos museus, palácios e monumentos estão a ficar cada vez mais tensas, não só por questões salariais, mas também por más condições de trabalho.

É difícil trabalhar nestes serviços onde há uma crónica falta de pessoal, especialmente dos que garantem a abertura diária dos serviços, quando as condições de trabalho são más, a organização é pior, e a recompensa é simplesmente péssima.

O gozo de fins-de-semana é um luxo que só acontece de 4 em 4 semanas, as folgas não são geralmente em dias consecutivos, pois estão dependentes das necessidades do serviço, e o mesmo acontece com as férias, porque existe uma manifesta falta de pessoal de vigilância, que embora sendo considerados Assistentes Técnicos, uma categoria geral da Função Pública, são obrigados a trabalhar sábados e domingos sem qualquer remuneração suplementar como seria de se esperar pois é a que é devida aos seus colegas com a mesma categoria profissional.

A isto junte-se a escolha dos senhores directores (as) de pessoas admitidas para as mesmas funções para outras funções (sem qualquer critério escrutinável), que são poupados aos horários excepcionados.

Outra singularidade que nos chegou foi a da existência de empresas privadas a funcionar em certos serviços, especialmente fazendo animação cultural e visitas guiadas, com marcações realizadas por pessoal do quadro dos tais serviços, e cobrando esses serviços com o conhecimento da DGPC, apesar da existência de serviços educativos nesses locais.

Também achamos estranha a denúncia de cedências de espaços a terceiros em que são destacadas pessoas que normalmente não fazem serviços de vigilância, o que é estranho.

Claro que isto é o que se diz à boca cheia por aí, falta apenas que exista uma fiscalização eficaz que nos traga a verdade, porque a suspeita é sempre real até que se possa confirmar ou desmentir cabalmente.



terça-feira, maio 07, 2019

EFEMÉRIDE - JÁ LÁ VÃO 36 ANOS


A XVII Exposição Europeia de Arte Ciência e Cultura foi uma exposição de grandes dimensões realizada em Lisboa no ano de 1983, subordinada ao tema: Os portugueses e a Europa do renascimento.

A exposição foi inaugurada pelo então Presidente da República (Ramalho Eanes) com a presença do secretário-geral do Conselho da Europa, a 7 de Maio de 1983.

Por curiosidade registe-se que foram gastos no total (preparação, restauro e adaptação de espaços) 800 milhões de escudos nos 5 núcleos onde a exposição teve lugar (Igreja da Madre de Deus, Casa dos Bicos, Museu Nacional de Arte Antiga, Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém).

Esta exposição decorreu de 9 de Maio até 2 de Outubro.


Nota: Nessa altura não era politicamente incorrecto falar-se dos descobrimentos portugueses...