sexta-feira, fevereiro 23, 2018

MAFRA E SARAMAGO



Uma das notícias do dia de hoje citava um estudo a publicar em breve segundo o qual “Mafra promove-se pouco através de Saramago, 20 anos depois do Nobel”.

Eu serei de algum modo suspeito ao dar a minha opinião, porque não gosto da escrita de Saramago, apesar de ter tido que ler dois livros do escritor, exactamente os que de algum modo estão ligados a Mafra, O Memorial do Convento e também O Ano da Morte de Ricardo Reis, este último que alguns tentam ligar ao primeiro estabelecendo paralelos que acho disparatados, mas enfim.

Sendo certo que apenas tenho uma opinião baseada no gosto, e que Saramago foi agraciado com o Nobel da literatura reduzo-me à minha insignificância e aceito que muitos possam pensar de modo diferente.

O que me parece exagerado é que se fale na falta de promoção de Mafra apenas através de Saramago, quando na realidade não existe nenhuma promoção de Mafra, ponto final. Creio que na matéria de promoção muito se podia fazer com desdobráveis em várias línguas a ser distribuídos no aeroporto, nos rent-a-car, nos hotéis, nas companhias aéreas e agências de viagens, para citar apenas alguns locais chave.

Uns vídeos promocionais para consumo interno e para oferecer a companhias de transporte aéreo e para oferta a cadeias de televisão estrangeiras, bem como o convite a agentes de viagens, a editores de guias turísticos de grande difusão, a jornalistas de grandes jornais e revistas com méritos na área de promoção de viagens e turismo, também não são de descartar.

Uma acção de sensibilização de operadores turísticos nacionais e estrangeiros, salientando a facilidade de deslocação de Lisboa ou Cascais e as boas vias de comunicação (não saturadas de trânsito), e as facilidades de estacionamento junto ao Palácio/Convento. Percursos diversificados de visita ao Real Edifício, adaptados à realidade dos operadores turísticos e dos visitantes espontâneos.

A recuperação do edifício, a limpeza das estátuas, o arranjo dos carrilhões, a manutenção dos órgãos (que se mostram “cansados”) e também uma melhor informação para os visitantes nos diversos suportes conhecidos, eram também bem recebidos. Fora do monumento identificar outros pontos de interesse, sejam eles na restauração ou nos serviços que tenham qualidade também ajudavam.

Se a tudo isto se acrescentar a obra e o Nobel de Saramago, nada tenho a objectar, ainda que não considere que só por si ela seja uma mais-valia que dispense a promoção da sua montra principal – o Palácio/Convento e Basílica de Mafra.    



1 comentário:

Elvira Carvalho disse...

Mafra e Saramago. De Saramago eu li "Os Poemas Possíveis" que adorei. Depois li "O Memorial do Convento" que não gostei, embora tenha sido por causa dessa leitura que visitei o convento , uma visita guiada e de estudo. Depois do memorial não fiquei com vontade de voltar a ler Saramago. Mas depois vi o filme Jangada de Pedra, e senti vontade de voltar a ler Saramago. Fui à biblioteca e trouxe Levantado do Chão. E adorei. Já leu?
Abraço e bom fim-de-semana