Uma das notícias do dia de hoje
citava um estudo a publicar em breve segundo o qual “Mafra promove-se pouco
através de Saramago, 20 anos depois do Nobel”.
Eu serei de algum modo suspeito
ao dar a minha opinião, porque não gosto da escrita de Saramago, apesar de ter
tido que ler dois livros do escritor, exactamente os que de algum modo estão
ligados a Mafra, O Memorial do Convento e também O Ano da Morte de Ricardo
Reis, este último que alguns tentam ligar ao primeiro estabelecendo paralelos que
acho disparatados, mas enfim.
Sendo certo que apenas tenho uma
opinião baseada no gosto, e que Saramago foi agraciado com o Nobel da
literatura reduzo-me à minha insignificância e aceito que muitos possam pensar
de modo diferente.
O que me parece exagerado é que
se fale na falta de promoção de Mafra apenas através de Saramago, quando na
realidade não existe nenhuma promoção de Mafra, ponto final. Creio que na
matéria de promoção muito se podia fazer com desdobráveis em várias línguas a
ser distribuídos no aeroporto, nos rent-a-car, nos hotéis, nas companhias
aéreas e agências de viagens, para citar apenas alguns locais chave.
Uns vídeos promocionais para
consumo interno e para oferecer a companhias de transporte aéreo e para oferta
a cadeias de televisão estrangeiras, bem como o convite a agentes de viagens, a
editores de guias turísticos de grande difusão, a jornalistas de grandes
jornais e revistas com méritos na área de promoção de viagens e turismo, também
não são de descartar.
Uma acção de sensibilização de
operadores turísticos nacionais e estrangeiros, salientando a facilidade de
deslocação de Lisboa ou Cascais e as boas vias de comunicação (não saturadas de
trânsito), e as facilidades de estacionamento junto ao Palácio/Convento.
Percursos diversificados de visita ao Real Edifício, adaptados à realidade dos
operadores turísticos e dos visitantes espontâneos.
A recuperação do edifício, a
limpeza das estátuas, o arranjo dos carrilhões, a manutenção dos órgãos (que se
mostram “cansados”) e também uma melhor informação para os visitantes nos
diversos suportes conhecidos, eram também bem recebidos. Fora do monumento identificar outros pontos de
interesse, sejam eles na restauração ou nos serviços que tenham qualidade também ajudavam.
Se a tudo isto se acrescentar a
obra e o Nobel de Saramago, nada tenho a objectar, ainda que não considere que só por si
ela seja uma mais-valia que dispense a promoção da sua montra principal – o Palácio/Convento
e Basílica de Mafra.
1 comentário:
Mafra e Saramago. De Saramago eu li "Os Poemas Possíveis" que adorei. Depois li "O Memorial do Convento" que não gostei, embora tenha sido por causa dessa leitura que visitei o convento , uma visita guiada e de estudo. Depois do memorial não fiquei com vontade de voltar a ler Saramago. Mas depois vi o filme Jangada de Pedra, e senti vontade de voltar a ler Saramago. Fui à biblioteca e trouxe Levantado do Chão. E adorei. Já leu?
Abraço e bom fim-de-semana
Enviar um comentário