Há quem defenda a cultura do
mérito profissional, o que parece ser absolutamente racional e desejável aos
olhos dos bem-intencionados.
A vida laboral nem sempre é
racional, e a sociedade não é perfeita, longe disso. As chefias nem sempre são
escolhidas pelo seu mérito, e as escolhas feitas ao mais alto nível têm sempre
consequências a todos os níveis, até ao mais baixo.
Na função pública existem as
escolhas baseadas na confiança política, quantas vezes desconhecedoras da realidade
no terreno, e estas por sua vez rodeiam-se por amigos e outras escolhas entre
quem não ponha em causa a sua direcção.
As classificações de serviço são
uma absoluta mentira, porque as melhores classificações são para os amigos e
para os incompetentes úteis às chefias, o que sob o pretexto das quotas
impostas superiormente permite que os mais competentes fiquem de fora das
melhores avaliações.
O sigilo sobre as classificações
de serviço nem sempre consegue impedir que se saiba que uns quantos
incompetentes recebem sistematicamente as melhores avaliações, e que os mais
competentes e capazes se quedam por classificações médias que profissionalmente
os prejudicam, também salarialmente, e ainda em possíveis futuros concursos e promoções.
Quem é que se sente motivado nos
serviços públicos e quem se sente frustrado? Talvez seja fácil responder a esta
questão, basta ver quem abarbata sempre as melhores classificações e proceder a
uma avaliação independente e exterior ao serviço.
1 comentário:
Classificações fajutas?
Abraço
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