O que aconteceu nestes dias em
França, onde as chuvas torrenciais causaram inundações sem precedentes, que
puseram em causa o espólio de diversos museus de grande dimensão, e de
bibliotecas nacionais, serviu para nos alertar para a realidade portuguesa de
museus, palácios e monumentos com gestão pública e privada.
Como se sabe, e não é um
exclusivo dos museus, antes é uma realidade de diversos sectores da nossa
economia, a maioria dos “colaboradores” dos serviços têm relações laborais com
as entidades empregadoras, que são na sua maioria, precárias pelas razões que
se conhecem.
Nos museus, palácios e
monumentos, estão guardadas memórias do nosso passado enquanto nação, enquanto
civilização e enquanto povo com raízes ancestrais.
As consequências da precariedade
dos empregos, e da nomeação de dirigentes que dependem da confiança política
dos governos em funções, são inimigas da continuidade da acção, do
funcionamento e divulgação dos conhecimentos, e sobretudo da segurança das
colecções, dos visitantes e dos edifícios.
Sabemos que existe alguma
sazonalidade no que respeita ao afluxo de visitantes, e que existe um período
que podia, e devia, ser aproveitado para estágios de profissionais de turismo e
de restauro, para estágios profissionais, que corresponderiam à época alta e
aos períodos de férias dos funcionários dos museus, o que não seria um trabalho
temporário, mas sim uma fase da formação, que era proveitosa para os museus e
para as faculdades e para os estudantes, que assim tinham oportunidade de
testar os seus conhecimentos no mundo real.
A realidade é muito diferente, e
o que tem existido é o abuso do recurso aos Centros de Emprego, dando trabalho
(mal remunerado) aos desempregados (mascarando as estatísticas), e a jovens com
contratos a termo certo, ou contratos tarefa, com falsos recibos verdes,
mantendo assim uma precariedade laboral que não garante nem a qualidade nem a
segurança das colecções ou dos visitantes.
Outra realidade que é muito
comum, infelizmente, é a falta de acções de formação dos funcionários dos
museus, palácios e monumentos, especialmente em questões de segurança, de
atendimento, e de conhecimentos gerais sobre as colecções que é suposto
cuidarem.
Nota: A colaboração dum amigo conhecedor desta problemática foi essencial para este post, que como sempre é assinado pelo Zé Povinho.
Nota: A colaboração dum amigo conhecedor desta problemática foi essencial para este post, que como sempre é assinado pelo Zé Povinho.
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