Quando se anuncia um novo tipo de
gestão para o Museu Nacional de Arte Antiga, “com maior autonomia
administrativa e financeira”, que poderá mais tarde ser estendida a outros
museus, importa ter em consideração as experiências feitas nesta matéria.
Conhece-se bem a experiência
francesa, que não deixando de ser uma gestão pública, aproveita bem as
sinergias dos diferentes equipamentos, gere eficientemente todas as áreas,
deixando aos serviços o planeamento museológico e a organização interna, planos
que são apresentados com antecedência para aprovação duma comissão. A
vitalidade dos museus e monumentos bem como as suas actividades e o seu sucesso
económico e expositivo, falam por si.
Em Portugal conhece-se a
experiência da Parques de Sintra, que tem tido bastante sucesso e tem servido
para melhorar o estado dos equipamentos a seu cargo, que anteriormente estavam
bastante degradados. É uma empresa pública com gestão privada, o que lhe dá uma
agilidade muito superior à que a gestão pública pode conseguir com os seus
entraves burocráticos.
Também se sabe o que aconteceu
com a Fundação Côa Parque, que falhou rotundamente por falta de capital, por
falta de articulação entre as entidades envolvidas, e por falta de agilidade na
resolução dos problemas.
Não acredito na gestão autónoma
de um só museu, dependente de verbas públicas e com o espartilho das regras da
contabilidade pública. Poderá ser possível num Mosteiro dos Jerónimos e Torre
de Belém, que por si só geram verbas que cobrem as despesas em todas as épocas
do ano, mas os outros equipamentos precisam de âncoras que permitam o
investimento para melhorar as suas prestações.
Quanto à zona de Belém-Ajuda os
maiores problemas não se prendem com a venda de bilhetes, acessos e
transportes, mas sim com a existência de mapas da zona com os equipamentos,
transportes e bons equipamentos hoteleiros, bem assinalados e com sinalética
apropriada na zona, que a existente é velha e péssima. Seria fácil questionar
os turistas nessa zona para identificar estas falhas. Quanto aos museus em si mesmos, há que dar-lhes vida pois quase não passam de mausoléus.
MNAA by Palaciano
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