Já todos percebemos que o que
esteve em causa na recusa do plano do eixo cultural Belém/Ajuda foi o do
protagonismo de António Lamas e da centralização do poder na sua pessoa. O
plano em si mesmo era bom, mas todos queriam ter a sua dose de protagonismo, o
que nunca deu certo em Sintra, nem pode dar certo aqui em Lisboa.
O que se teme é que tudo fique
exactamente na mesma, porque “os párocos das diversas capelinhas” nunca se
hão-de entender num projecto de gestão integrada.
O ministério da Cultura e a DGPC
têm grandes problemas, começando pela falta de dinheiro e duma estrutura
pesadíssima, em que as decisões chegam sempre tarde, quando chegam, e dependem
sempre da política do governo e do todo-poderoso ministério das Finanças. As
verbas recolhidas na zona de Belém são indispensáveis ao funcionamento da DGPC
e dos museus e monumentos que estão sob a sua alçada, e este ano tem também em
mãos o caso do falido Museu do Côa, que passou por uma experiência como
fundação, que correu obviamente muito mal.
A Câmara de Lisboa tem outra
estrutura pesada e muitos outros museus e equipamentos culturais, dependentes
da EGEAC, que também não primam pela eficácia na captação de públicos e de
receitas.
O novo responsável pelo CCB,
Elísio Summavielle, também manifestou vontade de se manter afastado da
responsabilidade resultante dum envolvimento nesta matéria, centrando-se no que
está directamente a seu cargo.
João Soares promete novidades
nesta matéria num futuro próximo, mas dificilmente conseguirá “tirar coelhos da
cartola”.
Belém 1940
1 comentário:
O Só Ares tem agora o menino nas mãos, mas duvido que encontre alguém com os coisos no lugar para fazer em Belém algo idêntico ao que existe em Sintra. O Côa foi mais uma experiência muito cara que todos vamos pagar.
Bjo da Sílvia
Enviar um comentário