O sistema de saúde dos
funcionários públicos tem servido como arma de arremesso para dividir os
trabalhadores do Estado e os do sector privado. Os partidos da direita usaram
sempre a ADSE para acirrar os ânimos contra os funcionários públicos.
Há que separar aqui as águas, e
perceber que a direita sempre foi favorável aos seguros de saúde, à
privatização dos hospitais, e ao enfraquecimento da Segurança Social,
reservando-a apenas para os pobres, que seriam todos os que não pudessem pagar
às seguradoras, seja através de seguros de saúde que por seguros de reforma.
Nos últimos anos o Estado deixou
de comparticipar a ADSE, e os funcionários passaram a pagar 3,5% dos seus
salários, o que assegurou não só as despesas como gerou excedentes que aguçaram
a cobiça do próprio ministério da Saúde.
Um sistema que funciona bem,
contribui para aliviar o Serviço Nacional de Saúde, financia o sector privado e
ainda dá lucro, parece ser o melhor de dois mundos, até porque em muitos casos
é mais barato que a maioria dos seguros de saúde, e tem mais coberturas do que
esses seguros.
Quando se falou agora em alargar
a ADSE a todos, parece que se esqueceram de perguntar primeiro quem estava
disposto a descontar 3,5% do seu vencimento para ter melhores serviços de
saúde. Esqueceram-se também de que a Segurança Social podia ter o equivalente à
ADSE para quem estivesse disposto a pagar para ter melhores serviços, mantendo
a cobertura do Serviço Nacional de Saúde e melhorando-a com este aumento das
receitas.
Claro que as companhias de
seguros não ficariam satisfeitas, e a saúde privada também não, porque isso
seria benéfico para a saúde pública, dando-lhe recursos mais substanciais, o
que permitiria ultrapassar carências, por isso esta agitação toda nada mais
será do que uma manobra sem consequências de maior.
1
3 comentários:
Passei.
Deixo um abraço e desejos de bom fim de semana
Cheira-me a pólvora
Gosto!
Enviar um comentário