quarta-feira, março 23, 2016

A OBEDIÊNCIA DO BANCO DE PORTUGAL

Eu sempre pensei, e creio que não sou o único, que o Banco de Portugal, apesar de toda a sua independência relativamente ao poder económico e político, aliás previsto na lei, estava ao serviço do país, e respondia unicamente aos portugueses.

Num mundo com os valores bastante diversos e nem sempre muito claros, e numa Europa onde os grandes mandam nos pequenos sem qualquer pudor, as nossas convicções, e mesmo as certezas podem não corresponder à realidade.

Fiquei atónito quando li que o Banco de Portugal foi questionado pela Comissão Parlamentar de Inquérito no âmbito da sua actuação regulatória no caso do Banif, para a obtenção de diversa documentação trocada pelo BdP e organismos europeus relativos a todo o processo, e que este pediu autorização a essas entidades para partilhar essa informação à CPI.


Temos então um BdP que pede autorização a entidades estrangeiras para divulgar a uma comissão parlamentar, composta por eleitos, documentos sobre a sua acção na resolução do problema dum banco nacional que já custou dinheiro aos contribuintes, e que ainda irá custar muito mais. Acho que há aqui alguma confusão entre independência e o desejo de não assumir as responsabilidades dos seus actos, e ao escrutínio dos mesmos pelos portugueses. A independência aumenta, isso sim, a responsabilidade. 

2 comentários:

O Puma disse...

Há flores no chão que pisamos

maceta disse...

Deve haver por ali muita macacada escondida...

abraço