Eu sempre pensei, e creio que não
sou o único, que o Banco de Portugal, apesar de toda a sua independência
relativamente ao poder económico e político, aliás previsto na lei, estava ao
serviço do país, e respondia unicamente aos portugueses.
Num mundo com os valores bastante
diversos e nem sempre muito claros, e numa Europa onde os grandes mandam nos
pequenos sem qualquer pudor, as nossas convicções, e mesmo as certezas podem
não corresponder à realidade.
Fiquei atónito quando li que o
Banco de Portugal foi questionado pela Comissão Parlamentar de Inquérito no
âmbito da sua actuação regulatória no caso do Banif, para a obtenção de diversa
documentação trocada pelo BdP e organismos europeus relativos a todo o processo,
e que este pediu autorização a essas entidades para partilhar essa informação à
CPI.
Temos então um BdP que pede
autorização a entidades estrangeiras para divulgar a uma comissão parlamentar,
composta por eleitos, documentos sobre a sua acção na resolução do problema dum
banco nacional que já custou dinheiro aos contribuintes, e que ainda irá custar
muito mais. Acho que há aqui alguma confusão entre independência e o desejo de
não assumir as responsabilidades dos seus actos, e ao escrutínio dos mesmos pelos
portugueses. A independência aumenta, isso sim, a responsabilidade.
2 comentários:
Há flores no chão que pisamos
Deve haver por ali muita macacada escondida...
abraço
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