A propósito da mudança na
presidência do Centro Cultural de Belém, que se tem discutido nos últimos dias,
ouvi e li muitos disparates resultantes da falta de memória que caracteriza as
sociedades modernas.
O projecto do Eixo Belém /Ajuda,
agora abandonado (?) por João Soares, visava sobretudo a valorização do
Património e outros atractivos desta zona alargada, criando sinergias que
deviam ser geridas em conjunto, ganhando-se assim uma escala maior e uma
economia de meios que podia maximizar as receitas, redistribuir públicos,
harmonizar e diversificar a oferta.
O modelo ficaria próximo do que
acontece em Sintra com a empresa Parques de Sintra – Monte da Lua, que hoje é um sucesso sendo auto-suficiente, ganha prémios internacionais e apresenta o Património construído e natural em muito melhores condições do que se encontrava anteriormente com gestões públicas.
Talvez muitos estejam esquecidos
do que se passava em Sintra antes da existência da PS-ML, em que existiam
diversas entidades públicas responsáveis por esse mesmo Património, desde o
ministério da Agricultura, à câmara e à Cultura, que nunca se conseguiram
entender para fazer uma oferta integrada, e os jardins estavam ao abandono, a
serra igualmente, e os monumentos eram uma pálida ideia do que se vai vendo
hoje. Como se percebe estava tudo como hoje se pode ver na zona de Belém e
Ajuda, com o Mosteiro e a Torre cheios, e os museus dos Coches, de Etnologia e
de Arte Popular, por exemplo, às moscas, para não falar do Palácio da Ajuda que
sem as escolas seria um quase deserto.
Já vimos outras “soluções
criativas” como é o caso do Côa, e sabemos qual o resultado, mas o que não
conhecemos é a alternativa do ministro da Cultura, e para ser sincero, acho que
não tem nenhuma em mente, por tudo que se ouviu até hoje.
6 comentários:
O estado de graça não vale para tudo. Cheira-me que esse filho de quem é, ao puxar tantas vezes pela sua honorabilidade, não vai ter frutos na cultura.
Um abraço com ajuda
Um borrego será sempre um borrego, seja qual for o pedigree dos antepassados...
Bjo da Sílvia
Passei. Como não tenho conhecimentos para um comentário válido, deixo um abraço e votos de resto de bom domingo.
Museus às moscas, monumentos em mau estado e tudo a precisar de atenção, esse é o panorama dos museus e monumentos a cargo do Estado, basta ir a Belém e ver o que (não) é o museu de arte popular, ou o mastondonte dos coches que só enche quando existem borlas. Há guito para manter tudo isto com a gestão que existe? O que vai mudar?
Luís
Com um pai assim
o filho parece que não degenerou
Com um pai assim
o filho parece que não degenerou
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