sexta-feira, março 25, 2016

CONTRASTES EM BELÉM

Depois de muito se ouvir falar no plano para o Eixo Belém/Ajuda, que para João Soares era um “perfeito disparate”, e que resultou em demissões, indemnizações e novas nomeações, ficámos todos sem saber quais os capítulos seguintes desta novela, porque nenhum dos protagonistas, ministério da Cultura, Centro Cultural de Belém, Direcção Geral do Património Cultural ou Câmara Municipal de Lisboa, parece com vontade, ou coragem, para dizer qual o futuro para esta zona nobre da cidade.

Esta quinta-feira estive na zona e pude constatar os contrastes que preocupam muita gente, e que são um constrangimento para o crescimento do turismo na zona, o aumento da actividade económica e a melhor fruição dos monumentos, jardins, museus e paisagens da zona.

O Mosteiro dos Jerónimos estava à cunha e as filas para os bilhetes eram enormes, e na Torre de Belém o panorama não era muito diferente. A zona compreendida entre os pastéis de Belém, o Centro Cultural de Belém e o rio Tejo estavam cheios de gente, bem como os restaurantes e cafés da zona,

O contraste começava a partir do Palácio de Belém e da Praça Afonso de Albuquerque, onde se viam muitos carros, mas muitíssimo menos pessoas. O Picadeiro Real (antigo Museu dos Coches) estava às moscas, o novo Museu dos Coches estava como é habitual, com poucas pessoas, e apenas os restaurantes estavam bem compostos à hora do almoço, que foi quando lá passei. Depois passei pelo Palácio da Ajuda e era um local desértico, onde existem obras numa das fachadas.

Grandes concentrações de turistas em dois locais, ausência dos mesmos em locais com características ideais para receber muito mais gente, a menos de 1 quilómetro de distância, isso sim é um disparate! Porque é que isso acontece, perguntam-me vocês? É simples, é tudo uma questão de promoção de todos os pontos de interesse cultural e turístico, dentro e fora de fronteiras, acção intensa junto dos editores de livros e guias turísticos, promoção mais agressiva junto de agentes de viagens cá dentro e lá fora, melhor sinalização nas imediações da zona, e diversificação da oferta expositiva e dos serviços à disposição dos visitantes, com lojas e cafetarias de qualidade.


Qual o plano ideal para a zona? Que o diga o senhor ministro, já que foi tão lesto em deitar abaixo o único que estava sobre a mesa, ou então continuaremos a ter este panorama pouco ideal para uma cidade que pretende ter mais procura e maior oferta, para maximizar o fenómeno do turismo, numa altura em temos tudo para ser bem sucedidos, menos ideias consequentes.


A escolha de fotos do Mosteiro dos Jerónimos, como estava em finais do século XIX não tem nada que ver com o texto, mas não deixa de ser interessante.

3 comentários:

Anónimo disse...

Quando os jobs for the boys se sobrepõe às necessidades do país, aparecem os Só Ares e seus acólitos do avental e do oportunismo puro.
Lol

AnarKa

Pata Negra disse...

Temos de escolher entre os Soares ou os Jerónimos!?
Um abraço que ainda o turismo vai no adro

Anónimo disse...

A guerra das capelinhas é uma constante aí, como foi em Sintra antes da Parques. O Soares não tem Cultura nenhuma e só chegou ao lugar por causa do pai e da morte do que era a primeira escolha. Nada mudará enquanto não aparecer alguém com pulso e com visão.
Bjo da Sílvia