Quando posso descansar um pouco, tento esquecer-me das notícias, mas basta ir ao café e trocar dois dedos de conversa com os amigos para começarmos a nos inteirar das últimas.
O maioral do BPN até há pouco tempo ficou detido na cadeia VIP, indiciado pela prática de sete crimes. Não sei porquê, mas lembrei-me logo do Vale e Azevedo e afivelei um sorriso cínico, para não ter de comentar a notícia.
O assunto da “nacionalização” do BPN também veio à baila, e logo alguém atirou com o caso mais recente, o do BPP, um banco que geria grandes fortunas e que estará necessitado de 750 milhões de euros para manter a actividade, isto já para não falar dos outros grandes bancos nacionais que também já anunciaram ir recorrer ao aval do Estado.
Ganda nóia! Então andavam por aí a dizer os senhores economistas e os grandes gestores que os problemas de competitividade do país residiam essencialmente na fraca produtividade e nos elevados custos da mão-de-obra nacional, e agora revela-se que os grandes problemas económicos afinal são devidos a más gestões, péssimos investimentos, abuso de especulação e péssima previsão dos resultados inerentes às práticas levadas a cabo.
O dinheiro que era escasso para remunerar o trabalho, afinal ia para a especulação, e agora que isso deu raia, recorre-se ao “chapéu” Estado para obter garantias e grandes injecções de capital, de modo a não ir tudo por água abaixo.
Se também neste campo se pudesse usar a avaliação do desempenho, qual seria o veredicto dos novos accionistas (todos nós), sobre a actuação do Banco de Portugal, o Ministério das Finanças e os gestores dos bancos que agora recorrem ao Estado (outra vez nós), depois de durante mais de uma década terem apresentado lucros verdadeiramente fabulosos, que afinal foram para ao bolso de alguns, que agora não têm ou não querem assumir o risco de investir nessas instituições?
7 comentários:
Puseste o dedo na ferida, agora não só o tires de forpara pôr o punho - prova que te assenta o nome Zé!
Um abraço com pena de que as ideias que se trocam por aqui não cheguem às câmaras de boto
Provavelmente teriam a mesma nota que foi recentemente atribuída ao Teixeirinha.
Já não bastavam os juros, agora levam-nos os impostos.
Saudações do Marreta.
O moto continua a ser: Os pobres que paguem a crise!
Temos que correr com esta corja de sanguessugas.
Lol
AnarKa
Zé,
Sabes que tenho a desagradável sensação que se está a preparar tudo para mais uma montanha que vai parir um rato?
A promiscuidade é tal, o polvo tem tantos tentáculos que, ou não vai haver prisões que cheguem para tantos burlões ou fica tudo mais uma vez em águas de bacalhau!
Um abraço
Ainda bem que há cartoons... alivia!
sinceramente recomendo fazer como eu fiz ir a Guimarães e esquecer as desgraças.
Zé
Não ligues ao que dizem os fulanos do cacau, que esses governam-se, gozam os lucros e estão-se perfeitamente nas tintas para as crises, porque para as pagar está cá sempre o pessoal que trabalha e paga regiamente os seus impostos.
Lindas fotografias.
Bjos da Sílvia
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