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domingo, junho 03, 2018

A PRIVACIDADE DOS RICOS

Há muito tempo que discordo com as opiniões de António Barreto, mas quando ele vem afirmar que “é difícil perceber por que razão é moralmente aceitável publicitar as dívidas dos ricos e não as de toda a gente. Ou por que será razoável divulgar qualquer dívida que seja”, então as nossas diferenças de pensamento ainda aumentam mais.

Falava o pensador, ou filósofo, a propósito de haver quem deseje, melhor, exija, que sejam divulgados os nomes dos grandes devedores (cujas dívidas foram consideradas incobráveis), da Caixa Geral de Depósitos e dos bancos que recorreram a dinheiros públicos para se aguentarem no mercado.

O argumento da igualdade até podia colher, mas não existe essa igualdade, não só perante a banca, como também perante a Lei.

O senhor AB começa por não perceber que estamos a falar de pessoas que tiveram acesso a montantes de dinheiro que nunca estariam ao alcance de nenhum cidadão normal, pelo que é do mais elementar interesse público saberem-se os nomes dos grandes devedores, pois seria fazer meio caminho para se perceber quem permitiu esses empréstimos, e talvez por que razão.


Quanto à razoabilidade da divulgação de dívidas, creio que AB tem andado muito distraído, pois o fisco já o faz há bastante tempo e nunca se ouviu da sua boca, ou da sua pena, uma palavra de condenação.


segunda-feira, junho 22, 2009

CIBERLIBERDADE

A privacidade no ciberespaço vai ficar mais debilitada com um novo diploma que permite sem autorização de um juiz a consulta dos dados pessoais e de todo o tráfego efectuado por qualquer cidadão sobre o qual exista uma mera suspeita. Os fornecedores do serviço são deste modo obrigados a facultar tudo o que lhes seja solicitado pelas autoridades.

A distância entre Teerão e Lisboa parece estar a encurtar, não por um qualquer fenómeno telúrico, mas porque as liberdades sofrem uma limitação inadmissível e que até nem tem a desculpa de ser imposta por Bruxelas, onde a ideia não vingou.

Já ouvi uma explicação fantástica, dizendo que se procurava apanhar os criadores de vírus informáticos, o que é um disparate que só pode ter saído da boca de algum ignorante em informática, e em legislação.

Sarkozy já teve que recuar com um diploma semelhante, e a Europa meteu na gaveta tais intentos, mas por cá há quem aponte o dedo a alguns fundamentalistas, mas que acaba por actuar do mesmo modo, parecendo ignorar que a Liberdade é um valor de que alguns não querem abdicar.



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FOTOGRAFIA
Mi Confesion by indajazz

Devilish by indajazz

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CARTOON
Mário Lino por Óscar

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

VIVER CHIPADO

Não sou contra as novas tecnologias, porque lhes reconheço muita utilidade mormente no que respeita a facilitar o trabalho, mas não aceito como bons todos os usos dados às tecnologias, só por respeitar a modernidade.

Começo por não ser um escravo das novas tecnologias, não só porque continuo a escrever em cadernos de apontamentos, a comprar livros mesmo quando podia recorrer a edições electrónicas, e a fazer contas de cabeça, sempre que relativamente simples, mas também porque no princípio da linha, ou no seu final, sempre existirá o homem para tomar uma decisão ponderada e racional.

Hoje li que o Governo aprovou a obrigatoriedade da instalação de um “chip” electrónico na matrícula de todos os automóveis. Não serei dos que têm a mania da perseguição, mas parece-me que se está a ir longe de mais no controlo dos cidadãos. Pouco me comovem as explicações do executivo de que o sistema “respeita o direito à privacidade dos proprietários e/ou condutores bem como a protecção dos respectivos dados pessoais.

Não sejamos ingénuos, porque já hoje os talões de pagamento de portagens são aceites como prova em julgamento, bem como os talões de Multibanco ou pagamentos electrónicos que colocam os seus possuidores em determinado local à hora dos movimentos efectuados. Todos os movimentos das nossas viaturas serão controlados e controláveis com o recurso a estes chips.

Cada vez mais estamos ameaçados por um grande Big Brother que sabe tudo o que fazemos, o que temos, e por onde andamos, em benefício dos bancos e dos concessionários das estradas, que assim podem dispensar mais uns quantos trabalhadores, aumentando assim os seus lucros.

Eu prezo muito a minha Liberdade, e acho que deste modo sou cada vez mais controlado por um Estado que não me garante a minha privacidade, como não garante o segredo de justiça. Para cúmulo, ainda terei que pagar para me poderem controlar melhor!...



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FOTOGRAFIA
Anton Miller

Anton Miller

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Muscle Beach 002 by MUS1969
Big SISTER 02 by MUS1969