domingo, novembro 06, 2016

A (IN)SEGURANÇA NOS MUSEUS



O Museu de Arte Antiga e a falta de segurança dos museus em geral voltaram a ficar debaixo de fogo, mais uma vez, e agora porque um visitante derrubou uma escultura no MNAA.

Quem anda dentro da realidade destas coisas (museus) sabe que os primeiros domingos de cada mês, por causa das entradas grátis durante todo o dia, são dias de grande afluxo de visitantes e de grande tensão para os funcionários de serviço, que são em número insuficiente.

Dando um salto à página da DGPC onde estão os Mapas de Pessoal de cada museu ou monumento, vemos números que nos podem enganar, pois pode parecer que existe pessoal suficiente para fazer uma guardaria aceitável, mas não é bem assim.

Vejamos o caso do MNAA onde, segundo o Mapa de Pessoal existem 38 assistentes técnicos, mas que segundo o seu director apenas 20 desempenham funções de guardaria. Outros serviços da DGPC apresentam situações idênticas, porque há vigilantes que estão a desempenhar funções administrativas, outros a desempenhar funções nos serviços educativos, outros em lojas e bilheteiras, e outras situações ainda mais difíceis de perceber.

Sendo que quase todos foram admitidos para exercer funções de vigilância, a verdade é que nem todos desempenham essas funções, e por essa via também não trabalham aos domingos e feriados como os outros. O que é que resulta disto?

O que resulta é um grande descontentamento dos que são sobrecarregados com trabalho sem condições e em número mais do que insuficiente, auferindo o mesmo salário que os colegas isentos de trabalho aos sábados domingos e feriados, mas sem as mesmas regalias.

Outra consequência desta situação absurda, que os dirigentes da DGPC e dos museu e monumentos conhecem bem, é a dificuldade em fixar pessoas nestas funções (Vigilância, Bilheteira e Lojas), pois as últimas admissões já mostraram que os candidatos admitidos só desejam adquirir a categoria, após o que pedem transferência para serviços com melhores horários e com outras possibilidades de progressão, coisa que na Cultura é uma verdadeira impossibilidade.

Claro que podia falar da responsabilidade de quem organiza a exposição das peças e não acautela a sua segurança, tendo em conta a realidade existente, mas isso é outra matéria mais delicada, que não me apetece esmiuçar neste artigo.   


Fotografia retirada da internet

2 comentários:

Anónimo disse...

Os responsáveis pela exposição conhecem bem os públicos? quantas vezes estiveram nos primeiros domingos pelo museu a apreciar os comportamentos?
Bjo da Sílvia

São disse...

Pois, a Cultura em Portugal necessita de um grande "restauro "

Boa noite