A propósito da inauguração do
MAAT, um novo museu que é uma obra vistosa, como já tinha acontecido com o novo
Museu dos Coches, outra obra vistosa, o tema de conversa no sector da Cultura,
e não só, anda mais em redor da imponência das obras do que das colecções que eventualmente
possam vir ser, ou já lá estejam a ser exibidas.
A arquitectura dos edifícios e o
seu custo são sempre discutíveis, mas não se julgue que estamos perante um
problema de hoje, porque já antes isso acontecia em Portugal.
Recordemos Antero de Quental
sobre o Palácio de Mafra: «…lúgubres moles de pedra, que se chama Escorial de
Mafra, para vermos que a mesma ausência de sentimento e invenção, que produziu
o gosto pesado e insípido do classicismo ergueu também as massas compactas e
friamente correctas na sua falta de expressão da arquitectura jesuítica. Que
triste contraste entre essas montanhas de mármore, com que se julgou atingir o
grande, simplesmente porque se fez o monstruoso, e a construção delicada,
aérea, proporcional e, por assim diser, espiritual, dos Jerónimos, da Batalha,
da catedral de Burgos.».
Goste-se ou não, e eu sou
insuspeito por já ter publicado comentários menos abonatórios sobre o Museu dos
Coches, a verdade é que só nos resta exigir que estes edifícios funcionem o melhor
possível.
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