Chaves na mão, melena desgrenhada,
Batendo o pé na casa, a mãe ordena
Que o furtado colchão, fofo e de pena,
A filha o ponha ali ou a criada.
A filha, moça esbelta e aperaltada,
Lhe diz coa doce voz que o ar serena:
– «Sumiu-se-lhe um colchão? É forte pena;
Olhe não fique a casa arruinada...»
– «Tu respondes assim? Tu zombas disto?
Tu cuidas que, por ter pai embarcado,
Já a mãe não tem mãos?» E, dizendo isto,
Arremete-lhe à cara e ao penteado.
Eis senão quando (caso nunca visto!)
Sai-lhe o colchão de dentro do toucado!...
PINTURA
4 comentários:
Frequentava o ex-5º, agora 9ºano, quando o meu professor de português, padre, pois claro, fez decorar a toda a turma este soneto e deu aula onde se analisou palavra sobre palavra, sobre verso, quadra e terceto. Não há soneto que eu melhor conheça!
Um abraço em chave de ouro
Fomos muitos os que fomos obrigados a memorizar este poema, e também muitos os que ficámos a gozar com os tais penteados que escondiam um colchão, assim tipo D. Maria...
Tchau
KoKuana
Como não tenho estudos não conhecia o poema. Mas ocorre-me o pensamento de que sdevia ser um toucado e peras...perdão colchão. Rsrsrs
Um abraço e boa semana
rrrsss foi muito bom relembrar Nicolau e esta sua sátira
O meu abraço agradecido
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