Eu já tinha dito por aqui que Portugal iria pedir ajuda externa até ao mês de Maio, quando ainda pouco se falava nessa ajuda e quando José Sócrates e Teixeira dos Santos juravam a pés juntos que não era necessário.
A necessidade do recurso à ajuda externa é sempre discutível, mas há condições externas que podem ter grande influência nestas decisões, e elas já se desenhavam há muito com o jogo das agências de rating.
O problema da dívida externa foi sendo abordado de modo errado, sendo que se dizia que era a dívida soberana do Estado que nos estava a empurrar para o fundo, quando na realidade o problema maior era o da dívida dos bancos e das empresas, que era naturalmente mais preocupante para os mercados, como acabou por ser reconhecido por Strauss-Kahn, director do FMI.
Em Portugal e na Irlanda o povo está a ser chamado para resolver não só erros dos políticos que nunca conseguiram prever e evitar a situação que a banca criou e a política acabou por potenciar. As medidas restritivas vão incidir sobre os rendimentos do trabalho, e sobre a segurança social, para que aconteça o resgate da banca e dos grandes devedores, que são precisamente as grandes empresas.
Os irlandeses bem nos avisaram de que o FMI não era a solução para os nossos problemas. Agora a Europa caminha a passos largos para enfrentar maiores tempestades, porque os próximos alvos dos abutres da especulação, são países com maior dimensão e que vão causar maior mossa caso as respostas da União Europeia continuem a ser da natureza das que nos vão ser impostas.
2 comentários:
Sem medidas fiscalizadoras sobre a banca, com políticas económicas ineficazes e recessivas, aplicadas precisamente aos mais fracos, a Europa está condenada ao descalabro. Se a Espanha for o próximo alvo dos especuladores, como tudo indica (lá para depois do Verão), é certinho que o euro vai para o brejo.
Lol
AnarKa
Estamos lixados, Zé...
Bjos da Sílvia
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