A abertura de um museu podia e devia ser um facto que neste espaço mereceria grandes e rasgados louvores, mas hoje faço uma excepção devido a umas quantas dúvidas que não vi esclarecidas.
Abre segunda-feira o museu da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Colecção Museu Berardo situado no Centro Cultural de Belém. Segundo fonte do gabinete de Isabel Pires de Lima, citada pela Lusa e publicada em alguns jornais de sábado, o Ministério da Cultura dá três milhões a Berardo, acrescentando que “este contributo” se insere no âmbito do protocolo assinado em 2006, tendo como objectivo pagar despesas de funcionamento e actividade da fundação.
Não conheço o protocolo referido, mas lembro-me de ver ventilada uma verba, creio que de 500 mil euros anuais para aquisições, contudo do que se fala agora é de seis vezes mais do que isso. Pelos vistos o ministério vai garantir as despesas de funcionamento e as actividades deste museu, mas ficamos sem saber em que é que vão ser aplicadas as receitas geradas pelo museu.
Coloco estas dúvidas porque entretanto vi o sr. Berardo afirmar na televisão que vão haver bastantes gratituidades, creio que para fidelizar públicos, mas fê-lo dum modo em que a ideia que passava, era de que estaria ele próprio a “dar umas borlas”, e afinal não é bem assim.
Saliento que neste mesmo ministério, o da Cultura, há serviços que lutam diariamente com falta de funcionários, porque a promessa da senhora ministra de contratar a prazo, de Junho a Setembro cerca de 500 vigilantes, ainda não se concretizou. Parece que é mais fácil inaugurar do que manter o nosso Património móvel e imóvel, aberto e em condições de prestar bons serviços ao público nacional e estrangeiro que mesmo assim os visita.
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Democracia? by Daryl Cagle