Não sou um grande adepto de estatísticas e, por princípio, só as tomo em consideração quando há uma correspondência com aquilo que vejo ao meu redor ou tomo conhecimento por fontes que reputo de fiáveis. Digo isto porque há números e sondagens que são brandidos isoladamente e que visam apenas fins que eu não reputaria de sérios.
Sérios e graves são os números dos despedimentos colectivos, que dispararam nestes últimos dois anos, e os números globais do desemprego, que são o retrato duma realidade bem triste. Vem isto a propósito duma mensagem de correio electrónico que recebi dum reputado economista, que eu já critiquei usando o mesmo processo, que me veio congratular por eu ter mudado (?) de atitude, por ter mostrado abertura para discutir a flexisegurança.
Lamento desiludir o senhor economista, que leu obviamente dois dos meus últimos postes sobre o assunto, mas ou me interpretou mal ou eu expressei-me mal. Ao admitir que temos de discutir a flexisegurança, fui bem claro em que era imperioso discutir a segurança, porque a flexibilidade laboral já está aí, sem nunca ter sido verdadeiramente discutida e contra a vontade da maioria dos trabalhadores. É que não faz sentido discutir um conceito com duas vertentes, quando uma é imposta e a outra não é discutida por teimosia, limitando-se o poder em a ir reduzindo a uma expressão de caridadezinha.
Não era necessário vir a OCDE dizer que as pensões de reforma vão sofrer cortes drásticos nos próximos anos, ou Poul Rasmussen afirmar que “a flexibilidade sem segurança é a melhor forma de obter empregos precários”, porque tudo isto está à frente dos nossos olhos, e só não vê quem não quer mesmo ver!
Sérios e graves são os números dos despedimentos colectivos, que dispararam nestes últimos dois anos, e os números globais do desemprego, que são o retrato duma realidade bem triste. Vem isto a propósito duma mensagem de correio electrónico que recebi dum reputado economista, que eu já critiquei usando o mesmo processo, que me veio congratular por eu ter mudado (?) de atitude, por ter mostrado abertura para discutir a flexisegurança.
Lamento desiludir o senhor economista, que leu obviamente dois dos meus últimos postes sobre o assunto, mas ou me interpretou mal ou eu expressei-me mal. Ao admitir que temos de discutir a flexisegurança, fui bem claro em que era imperioso discutir a segurança, porque a flexibilidade laboral já está aí, sem nunca ter sido verdadeiramente discutida e contra a vontade da maioria dos trabalhadores. É que não faz sentido discutir um conceito com duas vertentes, quando uma é imposta e a outra não é discutida por teimosia, limitando-se o poder em a ir reduzindo a uma expressão de caridadezinha.
Não era necessário vir a OCDE dizer que as pensões de reforma vão sofrer cortes drásticos nos próximos anos, ou Poul Rasmussen afirmar que “a flexibilidade sem segurança é a melhor forma de obter empregos precários”, porque tudo isto está à frente dos nossos olhos, e só não vê quem não quer mesmo ver!
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CARTOON
8 comentários:
Flexisegurança foi um termo recentemente inventado por este neoliberalismo selvagem em que vivemos para justificar a precaridade do emprego. "Só te aguentarás aqui se fores flexível". E, vai daí, toca de acordar às 4 da manhã, servir o café à chefa, aspirar o chão do escritório, escrever os 100 relatórios que estão ali empilhados na secretária, servir de anotador nas reuniões de chefias, ser chefe nos tempos livres e picar o ponto à saída, na qualidade de empregado/a de limpeza. Tudo isto muito mal pago, claro.
Um abraço anarquista
Um exemplo de flexisegurança é a atitude das chefias dum serviço público, que fizeram a ponte no dia 8, ficando ausentes do serviço desde quarta até domingo, voltando apenas na segunda 11 de Junho. Este serviço esteve aberto esses dias todos e os funcionários que garantem o serviço, foram impedidos de gozar folgas por necessidade do serviço. Pois é, flexibilidade para as chefias fazerem pontes, com toda a segurança e responsabilidades para quem de facto trabalha, ainda que sejam mesmo os mais mal pagos.
Note-se que por acaso os que usufruiram da ponte são prcisamente os que avaliam o desempenho dos restantes.
Moral da história: não há moralidade nenhuma, porra!
BFdS
é ridiculo pensar que um país com baixos niveis de ensino, com elevado desemprego, com muitos patrões sem qualquer preparação técnica e sensibilização, possa ter flexisegurança!
a meu ver deve-se fazer algo no sistema laboral! muitas coisas estão mal! mas o caminho não é a flexisegurança..por ora não!
cp's
Olha, Zó Povinho, o meu amigo Savonarola tirou-me as palavras da bocas... e o estilo também.
Pau para toda a colher, é que é... e de borla ahahah
Um abraço
Gostei da tua abordagem sobre a segurança, e também dos comentários porque vejo que já todos topámos que há políticos e patrões que querem paus-para-toda-a-obra ao preço de varredores.
A imagem hipocondríaca é uma beleza.
Bjos
Parabéns pelo texto. Bom fim-de-semana.
Bom, ao menos a vantagem do email é que temos a certeza que os blogs são lidos por gente do topo, a blogosfera não é indiferente, se protestarmos muito aqui as vozes de "burro" chegam ao céu. Burro não é pejorativo à tua pessoa, mas é como somos muitas vezes vistos pelos senhores da sabedoria política.
cumps
Amigo Zé povinho,
Acho que o estado de neurose que tudo isto provoca nas pessoas está muito bem bem patente na ultima foto que ilustra a sua postagem. Há poucos dias num relatorio afirmava-se que as doenças mentais estão a aumentar...porque será?
também segundo a sua sintese acho muito boa a resposta que deu ao economista... perdão astrolologo!
Um abraço e continuação de bom domingo.
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