sábado, maio 07, 2005

A MEDIDA ESTÚPIDA

Em tempos, uma ministra admitia que o congelamento de admissões na função pública era uma medida estúpida mas que era para pôr em prática. Desde então, a estupidez tem imperado e as admissões continuam, oficialmente, congeladas assistindo o governo (mais do que um) impávido e sereno a este fenómeno.
Na Cultura, como noutros ministérios, entram por nomeação e por outros caminhos mais ou menos óbvios (e ínvios) uns quantos senhores e senhoras para cargos bem remunerados, mas, para as funções mais mal remuneradas vamos verificando o natural envelhecimento dos funcionários e a diminuição do número dos mesmos devido às reformas e óbitos. Visto que os nossos economistas e demais analistas, afirmam que o número de funcionários não pára de aumentar sería interessante, e até mais sério, que denunciassem onde e como isso acontece.
Tudo isto a propósito da falta de pessoal de vigilância dos museus e monumentos (mal) disfarçada com o (discutível) recurso a protocolos com o IEFP para a admissão com carácter temporário de desempregados. Este estratagema já dura há mais de uma década, já se gastaram milhares de contos (milhões de euros) em formação profissional (literalmente deitada para o lixo) não se tendo aproveitado um único elemento para integração nos quadros, e ninguém parece reparar que o envelhecimento do pessoal e sua diminuição progressiva está a provocar bloqueios e sérias dificuldades de funcionamento.
Quem será responsabilizado por este estado das coisas? Será que os museus não têm futuro? Haverá alguém com lucidez suficiente para inverter os malefícios da tal medida estúpida e distinguir o necessário do supérfluo ? Há que saber racionalizar os recursos mas não é forçoso teimar no disparate.

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