sexta-feira, maio 20, 2005

DISSE PRIVATIZAR ?

Num passado ainda recente foi criada uma sociedade anónima de capitais públicos que passou a “tomar conta” do Parque e do Palácio de Monserrate e do Parque da Pena, bem como da recolha das receitas deste último e do Palácio Nacional da Pena que passaram a fazer parte dum bilhete único. Na devida altura foram questionados o IPPAR e a Câmara Municipal de Sintra sobre o assunto e perguntado se daí não resultaríam prejuízos para estes dois accionistas ou para o público em geral. As respostas ficaram-se pelas boas intenções embora mais tarde tenham vindo a público as más contas da sociedade, falou-se até de má administração, e era voz corrente que o IPPAR além de receber menos que anteriormente, até tinha dificuldades em receber a sua parte das entradas que estavam muitos meses em atraso.
Curiosamente no dia 15 de Maio deste ano no jornal Público surge uma notícia, não desmentida nos dias seguintes, segundo a qual um responsável do IPPAR tería afirmado que não rejeitava a entrada de privados na gestão do Mosteiro estando tudo em aberto nesta altura.
O avanço da Soc. Anónima de capitais públicos para a abertura da gestão a privados de monumentos nacionais é um passo de gigante que sugere muitas interrogações. O Palácio Nacional da Pena foi uma experiência negativa dizem-no os próprios accionistas, e sem se resolver o problema experimenta-se avançar para a gestão privada dum monumento que faz parte do Património Mundial ? A conservação e demais despesas continuam a ser responsabilidade do IPPAR e as receitas são partilhadas com os privados ?
O património merece mais respeito e dignidade que cada vez mais parece ameaçada com atitudes destas que ninguém percebe.
Deixem repousar em paz D. Pedro e D. Inês de Castro.

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