Ouço e vejo frequentemente as
opiniões de Daniel Oliveira, na imprensa escrita e na televisão, e nem sempre
concordo com as suas opiniões, o que é natural, já que pensamos coisas diferentes,
apesar de sermos ambos “brancos”.
Na sua coluna de opinião de hoje
no Expresso, intitulada “A cor da tua pele”, começa com umas frases que se
referem à sua condição, mas que não são a única verdade, mas apenas a sua
verdade, e daí ele parte para o resto do texto.
Diz D.O. “Nunca a minha condição
de homem branco me causou qualquer dificuldade na vida. Nunca foram
condescendentes comigo por isso, nunca desconfiaram de mim, nunca foi difícil
apanhar um táxi, nunca desistiram de me alugar uma casa quando me viram, nunca
alguém se me dirigiu falando de “vocês”. Nunca, no meio de uma discussão
acalorada, alguém se socorreu do insulto reservado aos “brancos”. Porque não há
qualquer insulto reservado aos “brancos”. É por isso que não sei o que é o
racismo. Há coisas que só se sabem quando se experimentam todos os dias, a vida
toda.”
O colunista deveria ter pensado
que a condição de homem branco causou dificuldades a muitos nascidos em África.
Que muitos africanos de raça branca foram por isso mesmo rotulados de
colonialistas, fascistas e reacionários apenas por causa da cor da sua pele. Os
insultos reservados aos “brancos” eram muitos, e pouco próprios.
Os “brancos também podem saber o
que é racismo, e a última frase que mencionei de D.O. é, essa sim, verdadeira: “Há
coisas que só se sabem quando se experimentam…”.
Quantos “brancos” nascidos em
África acabaram por decidir sair das suas terras por se sentirem discriminados
por causa da cor da sua pele?
Uma moeda tem sempre duas faces,
meus caros…
1 comentário:
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