O que transparece das inúmeras contestações que vão surgindo um pouco por todo o lado, não se confina apenas em problemas sectoriais, que existem, mas de questões que são transversais na nossa sociedade.
Muitos portugueses questionam-se
sobre o sistema actual, a que se convenciona chamar de Democracia, mas onde
temos um Governo com o apoio das esquerdas, mas que em vários dossiers é
apoiado pelo maior partido da direita, e que em geral é também suportado por um
Presidente que nem hesita em “acalmar” os camionistas tentando evitar a sua
adesão às manifestações inorgânicas que se perfilam para amanhã.
Marcelo Rebelo de Sousa, sempre
muito activo, acabou por sintetizar a situação, dizendo que “é preferível a segurança da democracia ao aventureirismo de realidades fora do sistema”. Outra
citação curiosa do Presidente foi”é preferível a segurança da democracia, na
diversidade de opiniões, ao aventureirismo de realidades fora do sistema”.
O que está em causa é exactamente
o sistema, não só pela péssima qualidade dos políticos, como também pela impunidade
com que actuam, como é público e notório. Uma classe que se refugia em
estatutos e regulamentos que desprezam a ética e a decência, não merece a
confiança do povo.
Os protestos de natureza
inorgânica são isso mesmo: um desafio aos partidos do sistema, que ou mudam ou
são responsáveis pelo caos que se pode instalar.
Nota: Não faço parte desta acção dos coletes amarelos, mas estou muito descontente com a situação que se vive.
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