Os alertas feitos pelo director
do Museu Nacional de Arte Antiga, sobre uma possível calamidade que poderá
acontecer em breve, podem soar a exagero, podem até roçar o ridículo, mas nada
têm de descabidos.
Cada um usa os meios que tem à
sua disposição, do modo que acha mais eficaz, ou perante a plateia que acha
mais receptiva, pelo que desta vez nem sequer critico o senhor, que acho um
pouco ávido de protagonismo.
A situação do Museu de Arte
Antiga não é a que me parece mais grave, nem a do Museu dos Coches, pois ambos
têm bastantes funcionários cuja função será a vigilância e acolhimento de
visitantes, a julgar pelos mapas de pessoal, disponibilizados no sítio da
Direcção Geral do Património Cultural. Claro que se sabe que muitos destes
funcionários desempenham outras funções, de secretariado, como telefonistas,
nos serviços educativos e até em funções de manutenção, não previstos nos
referidos mapas, mas necessários segundo as direcções dos serviços.
Existem vários serviços que
conheço, com mais carências, como os Jerónimos, a Torre de Belém, a Batalha, o
Grão-Vasco, Alcobaça, e Mafra, serviços que visitei nos últimos dois anos e
onde pude constatar a falta de funcionários nos espaços visitáveis.
Ao contrário do que possa parecer
pelos mapas de pessoal, na DGPC existem mais técnicos superiores do que
funcionários a fazer efectivamente acolhimento e vigilância, e estes estão um
pouco deixados ao abandono pela falta de formação profissional contínua,
inexistente, e pela falta de coordenadores que os vão enquadrando, dependendo
de pessoas que não desempenham estas funções, nem sabem desempenhá-las, e não
têm os mesmos horários pelo que os deixam ao abandono boa parte do ano
(sábados, domingos e feriados).
O que acontecerá se um dia houver
uma calamidade pública, incêndio, tremor de terra ou inundação, ou se houver um
furto ou alguma coisa for vandalizada por falta de vigilantes? Quem arca com as
responsabilidades pelas deficiências no acolhimento e com a falta de informação
em muitos locais?
A Cultura não pode ser uma bandeira de políticos quando estão na oposição. Tem de ser acarinhada todos os dias e tem que ser dotada de meios humanos e materiais suficientes para um bom desempenho. Ao nível da organização também há muito que fazer, porque houve um retrocesso nos últimos anos.
1 comentário:
Onde é que assino?
Abraço
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