sexta-feira, janeiro 30, 2015

EMERGE E SUBMERGE



O caso da compra dos submarinos voltou à ribalta por causa dos excessos do jornalista José Rodrigues dos Santos, sobre as eleições gregas, em que este invocava o caso da compra dos submarinos gregos, também à Alemanha.

Por cá investigou-se o caso e, subitamente, o mesmo foi encerrado devido à sua prescrição. A justiça não encontrou os culpados, não condenou os corrompidos pelos corruptores alemães, que esses existem, mas também não declarou a inocência de nenhum dos suspeitos.

Devido a um outro caso que surgiu na alta finança, o do BES, veio-se saber que muitos milhões foram distribuídos por gente interveniente, ou conivente, na tal compra, que todos os contribuintes pagaram com os seus impostos.

Aquilo a que nós chamamos de corrupção e luvas, outros chamam de bons ofícios e prémios, mas o interesse público que o governo usou para cortar salários e pensões, não foi invocado para punir quem se “governou” com o dinheiro de todos nós.

Nós não somos gregos, é evidente, mas que temos por cá muita coisa a que eu chamaria de corrupção, isso também é evidente, mesmo que o Rodrigues dos Santos não o diga no telejornal. 



quarta-feira, janeiro 28, 2015

JORNALISTA CONFUSO



Sou um defensor da liberdade de expressão para todos, jornalistas incluídos, mas também a mim me incomodou que um jornalista português, enviado pela televisão pública à Grécia para acompanhar as eleições, tenha tecido comentários sobre todo um povo, pelo menos deixou isso implícito, descrevendo-o como um povo corrupto, e que foge aos impostos servindo-se dos mais diversos estratagemas.

Enquanto jornalista José Rodrigues dos Santos devia ter-se limitado a relatar a situação, evitando dar a sua opinião, porque era isso que se esperava no espaço dum telejornal. A sua opinião pode ser a que exprimiu, não me importa absolutamente nada, mas não era isso que se esperava dele naquele espaço.

A este jornalista também não lhe ficou bem a frase “azar, eu falo”, porque na mesma tribuna que agora usou, nunca o ouvi ser tão incisivo sobre políticos nacionais, por exemplo no assunto da compra dos submarinos, que invocou no caso da Grécia, apesar de ter exactamente as mesmas provas sobre a culpabilidade de políticos gregos e de portugueses.

No espaço dum telejornal esperamos ouvir notícias, num espaço de opinião espera-se ouvir opiniões, num espaço de debates espera-se o confronto de opiniões, e assim por diante. Rodrigues dos Santos confundiu as coisas, e por isso suscitou tantas críticas, pelo que não tem de que se queixar.



segunda-feira, janeiro 26, 2015

DEMOCRACIA



Estas eleições na Grécia vieram mostrar que os cidadãos podem usar o seu voto para desancar os partidos políticos que se acomodaram e nos conduziram à crise que vivemos.

Em Portugal vemos muita gente a refilar, porque a vida está cara, o desemprego é uma praga, os salários são miseráveis, os políticos são incompetentes, há muita corrupção, mas quando chegam as eleições ou não votam. Ou então votam nos partidos que têm dividido entre si o poder.

Os gregos não sabem bem o que esperar do partido que eles agora escolheram, mas sabem que não estão dispostos a aturar os mesmos de sempre, que culpam pelos males que enfrentam. Um novo partido acarreta consigo alguma esperança, por muito ténue que seja, pois não foi conivente com os desmandos do passado.

Hoje também eu sou grego.


CARTOON
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FOTOGRAFIA
Creta - Grécia

sábado, janeiro 24, 2015

A RELIGIÃO E OS COELHOS

Ainda há poucos dias o Papa dizia que”… há quem pense que, para sermos bons católicos, devemos ser como coelhos”, frase que foi tema de comentários de toda a ordem, quer entre católicos, quer entre pessoas de outra religiões ou mesmo sem nenhuma religião.

Eu cá li apenas a frase e pensei imediatamente num coelho detestável, e pensei que o Papa até tinha razão, porque ninguém devia ser como aquele láparo que todos detestam. Obviamente que ler a frase fora do contexto até pode conduzir a conclusões precipitadas.

Hoje li uma notícia em que uma freira “foi ao hospital com dores de barriga e saíu de lá com um filho nos braços”.


Eu respeito todas as religiões, mas acho que tenho a liberdade para aconselhar o Papa Francisco, que tem sido bastante lúcido enquanto homem, a ensinar aos membros do clero quais as possíveis consequências do sexo sem preservativo, porque esta já é a segunda confusão em conventos italianos.


quinta-feira, janeiro 22, 2015

A BAZUCA DO BCE



A chamada “bazuca” anunciada por Mário Draghi, sempre recusada pela senhora Merkel e também por Pedro Passos Coelho, vai acontecer ao ritmo de 1,45 mil milhões de euros mensais em Portugal.

A pergunta que muitos fazem é se todo este dinheiro entregue sobretudo a bancos, vai ter algum impacto na economia e no bolso das famílias portuguesas.

Sendo óbvio que os bancos perseguem o lucro para os seus accionistas, em primeiro lugar, e com as práticas conhecidas em alguns bancos nos últimos anos, todas as dúvidas são legítimas.

Com esta medida do BCE pode-se esperar algum alívio nas taxas de juro para as famílias com empréstimos, mas a contrapartida está na ausência de rendimento para as poupanças. Outra consequência óbvia será o aumento da inflação que é uma diminuição real dos salários ou das pensões auferidas.


terça-feira, janeiro 20, 2015

A PALAVRA QUE PAULO PORTAS FEZ POR IGNORAR

Manipular a opinião pública tornou-se habitual na política nacional e alguma imprensa embarca facilmente nesta manobra típica, especialmente quando as eleições legislativas se aproximam.

Repare-se que Paulo Portas veio afirmar que a palavra mais pronunciada nos últimos anos foi "ajustamento", mas que a palavra que as pessoas vão perceber através dos seus salários, das suas pensões e do seu IRS, será "recuperação".

É lamentável que se venha dizer que os funcionários públicos vão receber mais a partir deste mês, bem como os pensionistas, quando o que se passa é que lhes vão ser devolvidos alguns montantes que o governo lhes subtraiu alegando a emergência nacional, que obviamente não era da responsabilidade dos espoliados.

Para que conste, e porque as declarações foram feitas por Paulo Portas, convém repor a verdade e reiterar que a palavra mais usada em 2014 foi "corrupção", que pelos vistos não lhe agradou muito, porque dela não se recordou. 


segunda-feira, janeiro 19, 2015

IMAGENS ANTERIORES A 1755

Imagens duma Lisboa, e arredores, anterior ao terramoto de 1755. 

Paço da Ribeira 

Mosteiro dos Jerónimos

Hospital Real de Todos-os Santos

Convento de Mafra

sexta-feira, janeiro 16, 2015

PORCOS CENSURADOS...

Umas das maiores editoras do mundo baniu os porcos dos seus livros, para não ofender nem judeus nem muçulmanos.

Quando li a notícia até senti arrepios, porque agora já temos o mundo ocidental a fazer censura aos próprios actos, para não ferir susceptibilidades, não permitindo a representação do animal por ser considerado "impuro", e possivelmente imagens ou palavras como costeleta, toucinho, chouriço ou salsicha.

O disparate não tem tamanho, e como eu não gosto de disparates aqui fica um cartoon sacrílego!
  

quarta-feira, janeiro 14, 2015

A SEGURANÇA SOCIAL ESPIA CIDADÃOS?

A acreditar numa notícia do Público de 14/01/2014, uma cidadã terá ficado sem apoio social após comentário no Facebook.

Na brincadeira, segundo a própria, a cidadã terá postado que estava no aeroporto de Lisboa a viajar para a Suíça, e cerca de duas semanas mais tarde a Segurança Social escreveu-lhe a comunicar a cessação do RSI, alegadamente por ausência do país.

Como terá a Segurança Social chegado à conclusão que a cidadã em causa teria saído do país? Será que foi pelo Facebook dela? Como conseguiu aceder ao post em questão?


Cada vez mais estamos perante o Big Brother de George Orwell, ou então temos aqui uma história mal contada. 


segunda-feira, janeiro 12, 2015

NO PAÍS DAS MARAVILHAS



Com a proximidade das eleições legislativas, e com as sondagens a indicar que a oposição está em melhor posição para as ganhar, eis que os governantes nos vêm dizer que o país está melhor, no bom caminho para o crescimento, e que tudo se deve à sua “boa governação”.

Há indicadores óbvios como o aumento da dívida pública, o aumento do desemprego relativamente à entrada em funções do governo, o aumento dos impostos e a diminuição das prestações sociais, que nos indicam que o governo não nos está a dizer a verdade.

Por vezes a propaganda pode confundir alguns espíritos, mas a realidade sente-se também nos bolsos de cada um. Veja-se por exemplo o poder de compra, que de 2011 a 2014, para os trabalhadores do sector privado, caiu qualquer coisa como 11,6%, e que para os funcionários públicos caiu quase o dobre, ou seja 22,1%.

Enquanto a maioria dos portugueses que trabalham por conta de outrem, viram os seus salário diminuir, há um grupo bastante restrito de pessoas, que compraram mais carros de gama alta, viajaram para paraísos tropicais, ou para estâncias de ski. Aumentaram as desigualdades, os pobres estão mais pobres e os ricos cada vez mais ricos, e o paraíso dos últimos é o inferno dos primeiros.