São conhecidos os profetas da
desgraça que gritam pelo desmantelamento do Estado como se ele fosse a fonte de
todos os problemas, e o mais grave é que são pessoas que tiveram acesso à
cultura, e exercem hoje profissões tão prestigiadas como o ensino, a finança ou
até o jornalismo.
A primeira coisa que estes
indivíduos fazem é confundir o Estado, que somos todos nós, com um grupo bem
específico que é composto por governantes e seus apêndices. Eu sei que é mais
fácil atacar os professores, os médicos ou os funcionários públicos, do que
atacar quem na realidade manda, e domina toda a máquina que distribui benesses
a inúmeras empresas que parasitam o erário público, ou que beneficiam de
monopólios mal regulados, ou mesmo de benefícios fiscais que depois são
assacados a quem trabalha.
Ainda há pouco tempo ouvia um
destes profetas da desgraça a dizer que estávamos a pagar a factura de ter-mos
gasto os rios de dinheiro comunitários que entraram em Portugal durante mais de
uma dúzia de anos. Convenientemente a esperteza esqueceu-se de mencionar quem
procedeu à distribuição desse dinheiro e quem beneficiou dele, porque para ele
são os funcionários públicos que estão mais à mão.
Outra coisa que estes profetas
também não dizem é quantos serviços públicos , e quais, pretendem cortar aos
cidadãos apesar do aumento de impostos que lhes é cobrado.
Será que a asneira também não
merece uma taxa?